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Modesto Roma Júnior surpreendeu ao revelar, com otimismo, um projeto que pode viabilizar uma nova casa para o Santos Futebol Clube mandar seus jogos. Mas engana-se quem espera que o clube pretenda construir um novo estádio. O plano está montado com o envolvimento da Prefeitura Municipal, que seria a verdadeira dona do equipamento e cederia o local ao Peixe a custo zero.
“Um novo estádio é bem-vindo para a Cidade, mas é preciso aguardar fatos concretos para poder se posicionar sobre o tema”, confirmou o prefeito Paulo Alexandre Barbosa, em nota oficial, refutando uma entrevista à reportagem.
“Seria um estádio para 25 mil pessoas. A Vila Belmiro ficaria para jogos menores”, explicou o presidente Modesto Roma Júnior.
Segundo o dirigente, este é o projeto mais recente que chegou às mãos do Santos e não tem relação com a construtora WTorre, que até levantou uma possibilidade no início do ano. Na última terça, durante a reunião do Conselho Deliberativo, Modesto falou pela primeira vez sobre o assunto.
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"Achei o projeto muito viável. Para ser feito em 30 meses. A ideia é preservar a Vila como um templo sagrado e o estádio seria construído a cerca de 1km daqui. É uma luz muito forte que se apresenta para nós e vamos levar o assunto ao prefeito (Paulo Alexandre Barbosa)", disse, à época, para os Conselheiros presentes.
A parceria ainda prevê um investidor já definido. Porém, o nome deste segue em anonimato e tanto Santos quanto Prefeitura, por enquanto, se negam a revelar quem custearia toda a obra. A única certeza é que, se o projeto vingar, a Prefeitura ficaria com o estádio, podendo usufruir da maneira que bem entendesse, e o alvinegro praiano mandaria lá seus jogos mais importantes na temporada.
Como tudo ainda está sob negociação, ainda não existem prazos. E o mandatário não espera que nada esteja concluído até o fim de sua gestão, prevista para terminar em dezembro de 2017.
“Não tenho essa vaidade. Eu quero deixar as coisas bem encaminhadas. Talvez iniciadas. Mas não tem como isso terminar na minha gestão e não tem qualquer problema de ficar para o próximo”, garantiu.
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Terreno
Segundo Modesto Roma Júnior, o projeto “ainda muito embrionário e em fase de estudos” pode ser executado onde fica o CT Rei Pelé atualmente. Mas um terreno ao lado, hoje utilizado pela Associação Atlética dos Portuários de Santos, talvez seja a solução mais viável. “Mas o Portuários precisa querer”, comentou o mandatário santista.
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E o Portuários quer. Em contato com a reportagem, o presidente do tradicional clube da Cidade confirmou que está aberto às negociações.
“Lógico que temos (interesse). O Portuários tem interesse em conversar com qualquer pessoa que esteja disposta a ajudar. Ainda mais o Santos. Somos co-irmãos, somos da mesma Cidade. Por que não sentar e conversar?”, disse, Leonardo Berringer Martins Costa, antes de explicar as condições mínimas para as tratativas terem prosseguimento.
“O que nós queremos é ter um clube novo e que paguem nossas dívidas. Nós temos mais de 80 mil m² (88 mil m²). Se eu ficar com 20, 30 mil m² estaria de bom tamanho, já que hoje temos cerca de mil associados. E ainda seríamos o maior clube da Cidade”, comentou.
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Leonardo Costa revelou que a dívida do clube é de aproximadamente R$ 14 milhões e que chegou a entrar em contato com Modesto Roma Júnior para entender o que estava acontecendo. “Depois que ele falou sobre o estádio no Conselho, meu telefone não parou de tocar”, contou. “Liguei para ele (Modesto) para saber do que se tratava e ele me disse que não estava falando do Portuários, e sim do CT”, completou.
Mas uma reunião ainda esta semana pode esclarecer de vez qual a intenção das partes envolvidas e, quem sabe, definir a inclusão da A.A. Portuários no negócio.
“Ainda não tivemos oportunidade de conversar. Teremos uma reunião essa semana. Era para ter acontecido na sexta, mas dessa semana não deve passar”, afirmou o presidente do clube que fica justamente entre o CT Rei Pelé e o estádio Urbano Caldeira.
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Contrato com a União
A questão do local onde o eventual estádio será construído ainda tem outro aspecto importante. Tanto o CT Rei Pelé quanto a A.A. Portuários de Santos estão em terrenos que pertencem a Secretaria do Patrimônio da União (SPU). Com isso, nenhum dos dois clubes são donos das áreas utilizadas.
Os atuais contratos junto a União são constituídos de uma cessão gratuita, com compromissos sociais assumidos e com a garantia da inexistência de qualquer atividade com fins lucrativos. Modesto Roma Júnior admitiu que seria necessária um alteração na documentação para cessão de uso onerosa.
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Neste caso, o estádio pode ser construído e entrar em funcionamento normal desde que os responsáveis cumpram com as contrapartidas exigidas pela SPU. O critério para estas imposições é adotado de acordo com o valor do patrimônio, neste caso, o terreno. Em situações semelhantes, a SPU pede soluções ou aprimoramento do sistema viário na região.
“A gente não quer briga jurídica. A gente quer permanecer na área. Seguir com nossos trabalhos. Por isso, eu preciso de um projeto. Eu pedi para ele (Modesto) me apresentar um projeto de como ficariam as coisas. Até porque eu tenho que apresentar para minha diretoria, meus associados. Precisa ser votado”, concluiu Leonardo Costa, presidente da A.A Portuários de Santos.
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