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Eurico Miranda chegou atrasado ao simpósio promovido pela Federação Nacional de Atletas Profissionais e, em seu primeiro discurso, afirmou que não queria participar do debate, deixando claro ainda suas divergências com o Bom Senso FC. Já quando o zagueiro Paulo André se manifestou defendendo o grupo, o ex-presidente vascaíno ameaçou ir embora do auditório do Museu do Futebol, no Pacaembu.
O representante do Bom Senso discutiu com o conselheiro cruz-maltino em vários momentos da conferência. Mas o que deixou Eurico Miranda mais irritado foi ouvir de Paulo André a acusação de que existiam ratos nos alojamentos de São Januário na época em que o zagueiro passou pelo clube, justamente durante a gestão do ex-deputado.
“Ar condicionado é um luxo que não é necessário, mas passei três meses no Vasco em 2002 e morei com rato e barata”, afirmou o atleta, ironizando declaração anterior de Eurico, que afirmou que o Bom Senso está defendendo apenas a elite do esporte e está mais preocupado em ter quartos climatizados. Ao ouvir a declaração do zagueiro, o ex-dirigente quase saltou de sua poltrona e, sem microfone, gritou para ser ouvido.
“Você está com sua visão deturpada e está desrespeitando o Vasco”, bradou Eurico, sendo orientado pelos organizadores a esperar sua vez para se pronunciar, ouvindo ainda Paulo André reiterar suas declarações. “Respeito o Vasco, sua torcida, seus títulos e sua história. É um clube importantíssimo. Estou falando da experiência que eu vivi, mas é a realidade de outros também”.
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Ao chegar sua vez de falar, Eurico Miranda foi contundente nas críticas ao zagueiro. “Sinceramente, gostaria de ter ido embora, porque o que ouvi é uma ofensa gravíssima a uma instituição centenária. O Vasco não formou Paulo André, mas sim uma relação de jogadores como Romário, Edmundo e uma centena que não tem nada a ver com Paulo André. Não vem ele aqui ser referência, porque tenho de futebol o que ele não tem de idade. Teve a oportunidade rara de ir para uma divisão de base do Vasco e diz que viu rato? Pode ver rato na praia, na casa dele ou em qualquer lugar, mas não lá”.
Desde o início de sua participação, Eurico Miranda se mostrou bastante crítico ao Bom Senso FC, alegando que o movimento defende os interesses apenas de uma minoria. Apesar de Paulo André ter dito que as ações buscam os benefícios aos times do interior, o ex-presidente vascaíno manteve sua posição.
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“Este discurso é demagógico, porque não querem saber daqueles que sofrem. Não querem saber dos 90% que botam salário de R$ 1 mil. Para chegar a R$ 1 milhão, são mais de 80 anos. Isso é uma ofensa ao cidadão. Há treinador que ganha R$ 700 mil, R$ 800 mil”, reclamou.
Antes do fim do evento, com os ânimos mais calmos, Eurico Miranda se retirou, alegando que teria de voltar ao Rio de Janeiro. Cumprimentou os participantes da mesa, inclusive Paulo André, e caminhou tranquilamente para um taxi em frente ao Pacaembu.
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