Esportes
"Ela pode organizá-los para competir em sub-20, sub-17 e até mesmo Copa do Mundo, a célula é o clube, temos que fazer tudo para termos clubes fortes, formadores de jogadores", afirmou
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Após o pedido de demissão do técnico Luiz Felipe Scolari e de sua comissão, a CBF confirmou que está à procura de um novo comandante para a Seleção Brasileira. O ex-coordenador da equipe, Carlos Alberto Parreira, apontou, em entrevista ao programa Bate-Bola, da ESPN, a falta de preparação concedida aos treinadores brasileiros e a rápida saída dos atletas para o exterior como os principais problemas do futebol nacional.
“Os jogadores estão saindo muito cedo do Brasil, mas jogadores como Dante, Fernandinho, William e o David Luiz acabaram sendo revelados para o Brasil pela Seleção, foram fazer a formação no exterior, a pirâmide se inverteu. Temos que formá-los aqui no Brasil”.
Além disso, Parreira isentou a CBF de qualquer culpa pelo fracasso brasileiro. “Demos uma sugestão, gostaríamos que ela (Granja Comary) fosse reconstruída, foi toda reconstruída, é a melhor concentração do futebol. Acho que a CBF não é formadora de jogador, indica comissão, dá todo o apoio, o que foi feito. Não estou defendendo ninguém, não preciso, a CBF, nesse caso, particular, poderia ter um papel mais abrangente, como já foi falado, ela já começou a fazer de forma pequena formação de treinadores. Centro de formação de treinadores, a Alemanha tem mais de 20 espalhados”.
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“Olha, a CBF não é formadora de jogadores quem forma é o clube, a CBF tem, que incentivar talvez o clube, a CBF não forma, ele recebe do clube. Ela pode organizá-los para competir em sub-20, sub-17 e até mesmo Copa do Mundo, a célula é o clube, temos que fazer tudo para termos clubes fortes, formadores de jogadores, e aí sim a CBF dá todo o apoio, é importante que eles cheguem preparados aqui na CBF, a CBF não forma e nem prepara jogador”.
Quando questionado sobre a atuação do Brasil, Carlos Alberto Parreira se irritou. “Acho que você me convidou para falar, a gente vai conversar em alto nível, e esse assunto jogou bem ou jogou mal já é passado, vamos discutir o presente ou o futuro, o que aconteceu já falou, cansou de falar, vamos pensar no futuro para o que não ocorra mais. Precisamos fazer que nem os alemães que se preparam por dez anos e não interromper um trabalho a cada um ou dois anos, temos um ciclo de quatro anos, é hora de implementarmos um trabalho”.
Um fator apontado como falha cometida pela comissão técnica foi a pouca intensidade dos treinamentos. Porém, o ex-coordenador foi categórico ao negar tal situação. “Olha só, acho que foi adequado, o problema é que se perdeu, quando se perde, se começa a tirar uma seria de conclusões, não houve problema com treinamento”.
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Parreira ainda afirmou que não vê motivos para a contratação de um treinador estrangeiro. “Não acho que haja necessidade de um estrangeiro em qualquer seleção. As grandes seleções sempre foram dirigidas por um local, conhecem a história, a cultura, imaginem um técnico europeu chegando aqui e tendo um dia para trabalhar e vai enfrentar a Colômbia? Daqui dois meses volta a enfrentar a Argentina na China, viagem de 24 horas, é uma loucura. Em seis jogos, ele perde três, ele não tem nem tempo de conhecer a estrutura”.