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Para Blatter, ação dos EUA contra Fifa é revanche por Copa no Catar

Na quarta-feira, dois dias antes das eleições na Fifa, a pedido do Departamento de Justiça dos Estados Unidos, a polícia suíça prendeu sete dirigentes em um hotel de luxo de Zurique

Publicado em 30/05/2015 às 12:27

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Joseph Blatter, eleito para mais um mandato no comando da Fifa na sexta-feira, atacou o governo dos EUA neste sábado, na sua primeira entrevista após o escândalo de corrupção deflagrado na última quarta-feira. O suíço disse que as prisões de cartolas foram uma revanche de Washington contra o fato de ter perdido a Copa de 2022 para o Catar, na escolha realizada em 2011.

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"Ninguém vai me tirar a ideia de que foi uma simples coincidência esse ataque americano, a dois dias das eleições da Fifa", declarou em entrevista à rede de televisão suíça RTS. "Depois tivemos reações da Uefa e de (Michel) Platini", disse. "Não cheira bem".

Na quarta-feira, dois dias antes das eleições na Fifa, a pedido do Departamento de Justiça dos Estados Unidos, a polícia suíça prendeu sete dirigentes em um hotel de luxo de Zurique. Entre eles estava o ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), José Maria Marin, que agora aguarda o processo de extradição em uma prisão da região.

Para Blatter, isso foi algo programado. "Eles tentaram me denegrir e usaram o momento para dizer que é tempo para que eu deixe o poder", disse, lembrando que ameaçaram boicotar. "Existe sinais que não podem ser escondidos", insistiu.

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Para ele, a ligação entre a operação em Zurique e a Copa de 2022 é "evidente". "Os americanos eram candidatos e perderam. Então foi a imprensa britânica e o movimento americano que surgiu. Olha, com todo respeito ao sistema judicial americano, se eles tivessem um problema com crimes financeiros ligados a cidadãos americanos ou sul-americanos, então precisam prender essas pessoas la e não em Zurique onde temos um congresso", declarou.

O suíço disse que as prisões de cartolas foram uma revanche de Washington contra o fato de ter perdido a Copa de 2022 para o Catar (Foto: Walter Bieri/Associated Press/Estadão Conteúdo)

"Há algo que não cheira bem", insistiu. "Isso é um caso de corrupção entre a América do Norte e a América do Sul. Agora trouxeram para a Fifa para dizer que é aqui", acusou.

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Blatter também lembrou que os EUA são os principais aliados da Jordânia, país de seu opositor nas eleições, Ali bin Hussein.

Ele também criticou os comentários da Justiça dos EUA, que acusou a Fifa de corrupta. "Fiquei em choque", disse. Ele repetiu seu mantra dos últimos dias de que ele não pode ser moralmente responsável pela atitude de outros dirigentes. "Não sou eu quem os escolho".

Para Blatter, a operação ainda foi realizada para promover um show com a imprensa. "Por qual motivo as prisões não ocorreram em março, quando essas mesmas pessoas estavam aqui? Hoje temos mais jornalistas", ironizou.

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DEMISSÃO - O suíço também se recusou a pedir demissão, apesar da pressão internacional. "Por que é que eu pediria demissão?", disse. "Isso significaria que eu reconheço erros."

O cartola também insiste que fez o trabalho de limpeza na entidade. "Mais da metade das pessoas que tomaram as decisões sobre a Copa do Mundo não estavam mais aqui."

Blatter também acusa Michel Platini, presidente da Uefa e principal voz crítica à Fifa. "Há um ódio de uma pessoa e de uma organização", disse. "Eu perdoo as pessoas. Mas não esqueço", completou.

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