Oswaldo analisa evolução do time e critica calendário e regulamento

Desde que assumiu o cargo de técnico do Santos, Oswaldo de Oliveira vê seu time sofrer muitas alterações. Em pouco mais de oito meses de trabalho, o treinador foi e é obrigado a conviver com lesões no elenco, saída de jogadores importantes, reforços recém-contratados. Nesta quinta-feira, após classificar o time às oitavas da Copa do Brasil, Oswaldo analisou toda essa metamorfose para avaliar o atual momento da equipe.

“Foi peso grande quando perdemos no Paulista (final contra o Ituano). Ficamos com o time muito descaracterizado porque perdemos o Montillo. Era o jogador, na ausência do Dracena, que teria essa calma e tranquilidade", afirmou. "Além da qualidade técnica. Ele só fez um jogo. Isso (a saída) cortou muito o que pretendíamos para o time crescer e encorpar”, lembrou o comandante, que pouco tempo depois perdeu outro líder e um dos principais jogadores do time: Cícero. “Aliás, perdemos o Cícero antes, naquele sai não sai, a luta grande para ver se ele permanecia. Jogadores assim fazem realmente muita falta quando encaramos competições difíceis. A gente observa que a maioria dos meninos consegue desempenhar leves na Vila, mas sentem muito quando jogam fora de casa. Essa que é a verdade”, admitiu.

Copa do Brasil ou Sul-Americana

Robinho deu show na Vila e garantiu o Peixe nas oitavas de final da Copa do Brasil. A vitória, ao mesmo tempo, elimina o que seria a única chance do alvinegro praiano disputar a Copa Sul-Americana. Para Oswaldo de Oliveira, essa situação precisa ser revista com urgência.

“É um contra-senso. Você não se classifica no âmbito nacional e vai para a Sul-Americana? Não estou aqui para medir importância, nosso interesse é vencer, independente do que vai acontecer, mas é uma encruzilhada a mais, algo que precisa ser corrigido”, opinou o técnico.

Aliás, Oswaldo de Oliveira é uma das pessoas mais críticas e analíticas do meio futebolístico. Sempre com ponderações, o técnico costuma dar sua opinião e alertar sofre situações, que na opinião dele, atrapalham o espetáculo. E, talvez, o calendário brasileiro seja seu principal alvo.

“Tenho evitado falar muito porque depois da Copa do Mundo os debates...nós temos nos prendido demais a essas coisas. É importante a discussão, mas acho que definitivamente tem que ser resolvida, não adianta conversa lateral sem atacar problema. Definitivamente, campeonatos regionais têm de ser encolhidos, tem de dar mais datas ao Brasileiro, sim”, opinou, retomando a discussão sobre a falta de tempo para recuperar os atletas. “Jogamos hoje (quinta), vamos jogar domingo, contra o Cruzeiro, com dois dias (para descanso). Anteciparam o jogo hoje (quinta) porque senão não daria o mínimo de horas (obrigatória entre as partidas). Não dá mais, não adianta. Não é assim”, disse, demonstrando irritação, antes de ironizar. “E domingo é só contra o Cruzeiro”.