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Operário de Itaquera vê “ânimo nenhum” para voltar ao trabalho

O instalador lamentou bastante o ocorrido justamente quando a obra se aproximava dos 97% de conclusão. O acidente aconteceu na colocação da 38ª e última treliça da cobertura

Publicado em 28/11/2013 às 11:44

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O operário Pedro Amâncio, de 23 anos, previu um clima sombrio na volta ao trabalho no estádio do Corinthians, onde um acidente matou dois trabalhadores na quarta-feira. Ele foi às obras na manhã de quinta para buscar ferramentas e imaginou com a cara fechada a retomada das atividades na próxima segunda.

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“Sinceramente, ânimo nenhum. Não tem clima nenhum para trabalhar. Mas estamos aí para ajudar, vamos terminar a obra”, afirmou o instalador de dry wall, repetindo a todo momento que os padrões de segurança adotados desde o início da construção eram muito elevados.

Após o acidente, uma área de pouco menos de 10% da total foi interditada, toda na parte leste. Amâncio vinha exercendo a sua função na parte oeste e dará sequência a ela, apesar do ambiente ruim. “Pegou só a parte leste mesmo, dá para trabalhar normalmente na oeste. Só parou por causa do luto.”

O instalador lamentou bastante o ocorrido justamente quando a obra se aproximava dos 97% de conclusão. O acidente aconteceu na colocação da 38ª e última treliça da cobertura, trabalho da semana passada que foi adiado para esta por causa das chuvas em São Paulo.

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As mortes fizeram a direção da obra definir luto e paralisação de três dias. Os operários voltarão ao trabalho após a folga de domingo (Foto: José Patrício/Estadão Conteúdo)

“O procedimento para a colocação da última foi como o da primeira. O pessoal é muito cauteloso, nunca trabalhei em uma obra assim. Tem DDS (diálogo diário de segurança) todo dia. Infelizmente, aconteceu agora, com o estádio quase pronto”, comentou Amâncio.

A cara fechada do operário só tomou certa feição de alívio quando ele recordou que a queda da estrutura metálica ocorreu pouco antes das 13h. Como a maior parte dos funcionários estava em horário de almoço, foram duas vítimas, número que seria bem maior em outra hora.

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“Graças a Deus, eu e 90% da obra estávamos no refeitório. O pessoal estava comendo ou repousando. Aí ouvimos um barulho muito forte, todo o mundo correu em direção ao local, porque sabíamos que era ali que estava sendo o trabalho. Ainda deu para ver parte do guindaste se partindo”, contou.

As mortes fizeram a direção da obra definir luto e paralisação de três dias. Os operários voltarão ao trabalho após a folga de domingo.

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