Odílio Rodrigues esclarece dívida e revela pedido de adiantamento

A quatro dias das eleições que definem o presidente do Santos para o próximo triênio, o atual mandatário Odílio Rodrigues convocou a imprensa no CT Rei Pelé nesta terça-feira e fez um balando de sua gestão. Entre muitos assuntos relacionados ao clube e ao trabalho desenvolvido pela diretoria, Odílio esclareceu que a dívida do clube é de R$ 75 milhões e explicou que endividamento tributário, referente a Timemania, projeto do Governo que não teve sucesso, está negociado até 2027 e não pode entrar neste balanço.

“A dívida do Santos, sem o Timemania, é de R$ 87,3 milhões. Vejo candidatos falando de quase R$ 400 milhões e isso me preocupa. Alguém que quer ser presidente do clube não saber a diferença de endividamento. Isso (quase R$ 400 milhões) é o que tenho até 2027. Dívida é o que tiramos das receitas e sobra para pagar. A dívida do Santos era de R$ 87,3 milhões e restam R$ 31,7 milhões, isso é até 31 de setembro (fechamento do trimestre). A dívida é de R$ 45 milhões”, disse Odílio, ao lado de outros membros do Comitê Gestor e do presidente do Conselho Deliberativo do clube.

“Dívidas da nossa gestão: R$ 45 milhões, com custos financeiros para trabalhar. Isso dá aproximadamente R$ 75 milhões. Estou me referindo até 31 de setembro, quando fechamos o trimestre. É uma dívida de curto prazo? Não. Se você colocar Timemania, isso toma outro número, mas, expurgamos”, continuou, evitando criticar a gestão comandada por Marcelo Teixeira, presidente antecessor a Luis Álvaro. Na visão de Odílio, Teixeira fez empréstimos necessários para “fechar a conta”. “Nós recebemos o clube com uma dívida de R$ 87,3 milhões. Pagamos dessa dívida em aproximadamente R$ 55,6 milhões. Tem, então, o remanescente de R$ 31,7 milhões dessa dívida. Disso, duas eram de bancos com o presidente Marcelo Teixeira como avalista. O Santos já quitou. Hoje, o Santos tem uma dívida com a instituição Santa Cecília e família Teixeira até 2017”, comentou.

Apesar de apresentar um aumento nas receitas nos últimos quatro anos e mostrar que de 2010 a 2014 o clube gastou menos do arrecadou, Odílio Rodrigues convive atualmente com sérias dificuldades em arcar com os compromissos contratuais, principalmente na questão salarial. Já são três meses de salários atrasados, direitos de imagem, tanto do atual elenco quanto de técnicos e jogadores que já deixaram o Peixe. Porém, o ainda presidente santista mostra esperança em quitar as dívidas com o elenco e revela que o clube pode receber cerca R$ 123 milhões em janeiro.

“O Santos teve autorização para adiantar os recebíveis de 2015, algo por volta de R$ 43 milhões. O próximo presidente terá 80 milhões de recebíveis da TV (referentes a 2016). Uma correção de mais de 60%. É bom que siga diga que é um ato de esperança para os próximos presidentes. Não pode o próximo presidente entrar no clube dizendo que não pode fazer nada. Quem é candidato sabe. Na realidade, queremos terminar o mandato fazendo com que os compromissos sejam honrados até onde possamos, com os avais pessoais”, explicou Odílio, lembrando que esse adiantamento de R$ 80 milhões referentes a 2016 depende da relação do próximo presidente com a TV detentora dos direitos de transmissão. A cota de 2017 é a garantia do clube no negócio Leandro Damião e não pode ser mexida.