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Odílio Rodrigues não quer se indispor com Neymar. Enquanto vislumbra a possibilidade de aumentar o lucro que o Santos teve com a polêmica transferência do atacante para o Barcelona (além de precisar defender a postura de sua diretoria na negociação), o presidente em exercício se esforça para deixar o ídolo de lado na disputa judicial.
“Em primeiro lugar, devemos respeitar a imagem do Neymar e tudo o que ele representa. É algo que não posso deixar de falar. A gente espera que esse processo não prejudique em nada o jogador, que é importantíssimo para o futebol brasileiro e para o Santos”, disse Odílio, na noite de segunda-feira, então sem questionar os interesses (e rendimentos) do pai de Neymar no acerto com o Barcelona. “Houve uma sucessão de erros de várias partes. Agora, o importante é ter acesso aos documentos para saber se há o que pleitear”, priorizou.
Para conseguir se inteirar da documentação que envolve a contratação de Neymar pelo Barcelona, o Santos consultou três escritórios espanhóis de advocacia. “Escolheremos um deles, para que habilite o Santos como terceiro interessado na audiência que ocorrerá na Espanha. Se formos aceitos dessa forma, teremos acesso aos documentos e poderemos avaliar cada um”, planejou o presidente em exercício.
Odílio Rodrigues, no entanto, não parece muito esperançoso com as chances do Santos. Ele não se arrisca nem sequer a fazer previsões no imbroglio. “A gente não tem ideia do que poderá acontecer na Justiça espanhola. O escritório que contratarmos é que nos dirá alguma coisa a respeito. O Santos só quer ter acesso aos documentos para saber se tem direito a mais algum valor. Se for assim, pleitearemos. Do contrário, não teremos do que reclamar”, concluiu o dirigente.
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Oficialmente, Neymar foi cedido pelo Santos ao Barcelona por € 17,1 milhões (R$ 56,5 milhões), sendo que 55% dos seus direitos econômicos pertenciam ao clube brasileiro, 40% ao grupo DIS e 5% à Teisa. Os santistas ainda lucrarão € 2 milhões (R$ 6,6 milhões) caso o astro esteja entre os finalistas da Bola de Ouro da Fifa nos próximos anos.
O Barcelona, contudo, investiu muito mais para ter Neymar. Pagou € 40 milhões (R$ 132 milhões) para a empresa (N&N) do pai do jogador, € 10 milhões (R$ 33 milhões) de luvas para o reforço, € 2,7 milhões (R$ 8,9 milhões) de comissões a agentes, € 2 milhões (R$ 6,6 milhões) para a N&N monitorar promessas santistas, € 7,9 milhões (26,1 milhões) pela prioridade de compra de três desses pratas da casa, € 2,5 milhões (R$ 8,2 milhões) por um acordo com o Instituto Neymar Jr. e mais € 4 milhões (R$ 13,2 milhões) em direitos de imagem.
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