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O Santos iniciou nesta segunda-feira, após a eleição do último sábado, a transição de gestões e os preparativos para Modesto Roma Jr. ocupar o cargo de Odílio Rodrigues como presidente do clube. A equipe do candidato eleito passou o dia colhendo informações e se conscientizando da real situação do Peixe, principalmente sobre a parte financeira. E o que se viu é um cenário bastante complicado.
Com isso, a atual gestão espera dar sequência em um dos últimos atos da equipe de Odílio com a intenção de amenizar a crise, pelo menos no que tange os assuntos mais emergentes. E pagar os salários do elenco é fundamental para começar o ano bem. Atualmente, os atletas já não recebem os direitos de imagem há três meses e há dois o salário em carteira. Os atrasos deixam o clube correndo um sério de risco de perder muitas peças antes mesmo da temporada começar, inclusive em função de ações na justiça.
Porém, o alvinegro praiano está prestes a anunciar um acordo com a empresa chinesa de telecomunicações Huawei por uma temporada. A parceria deve render R$ 18 milhões ao Santos. E Modesto pretende solicitar um adiantamento de aproximadamente 40% deste valor assim que os contratos forem assinados, o que pode ocorrer ainda em 2014. O montante seria usado exclusivamente para dívidas emergenciais, como os salários dos jogadores.
"O Santos tem a dívida e tem receitas, vamos equilibrar para poder honrar os compromissos, porque o Santos tem essa responsabilidade e todos eles serão honrados", avisou o novo mandatário, que toma posse oficialmente na próxima segunda-feira.
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A Huawei tem estampado sua marca nas áreas nobres da camisa santista deste outubro, quando fechou o acordo para as semifinais da Copa do Brasil (e finais, caso o time tivesse avançado), além das últimas rodadas do Campeonato Brasileiro.
Na previsão orçamentária para 2015, o Santos espera arrecadar R$ 33 milhões com patrocínios. “Quem se candidata a presidente de qualquer cube da Série A, sabe que haverá história e dívidas. As dívidas fazem parte. Quando assumimos, pegamos um clube com uma rica transição e dívidas”, contou Odílio Rodrigues, antes de completar pedindo uma reformulação do futebol brasileiro.
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“Quando você vê todos os clubes com dívidas, a equação do futebol é mal feita. Se o produto da TV vale muito, se a CBF fecha com lucro e todos os clubes com prejuízo, essa equação está mal distribuída”, explicou Odílio. “O Modesto vai assumir o clube com dificuldade, e o desafio da gestão só se justifica pelo amor imenso pelo clube, e que todos têm. Quando viemos para servir o clube, não entramos achando que ia ser fácil. E tem que se dispor a lutar por isso, por amor ao clube", finalizou o presidente em seu fim de mandato.
Modesto Roma Jr. sabe que seus primeiros passos serão árduos. Porém, tenta manter o otimismo e a vontade de vencer acima das dificuldades que ele mesmo admite não serem simples.
"Quanto ao orçamento de R$ 9 milhões para contratar reforços (segundo a previsão apresentada no Conselho Deliberativo) é um número colocado no orçamento como uma previsão. Dentro do futebol de hoje, é difícil, com isso, montar um elenco, se não tivesse uma base forte como o Santos tem”, analisou Modesto, antes de revelar sua preocupação com a previsão de renda com venda de atletas para o ano que vem.
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“O Santos tem hoje um elenco com bons jogadores. Não se pode negar a qualidade técnica de um Caju, Lucas Lima, Arouca, Robinho e tantos outros. Agora, o mais preocupante são os R$ 47 milhões a vender no orçamento. Será que temos mercado para isso? Isso vamos analisar com mais calma, conhecendo melhor os números do clube, o planejamento do atual comando do Santos, e aí posso te responder em 15 dias um número mais consciente”, completou o já eleito, mas ainda futuro presidente santista.
Outra medida que Modesto Roma Jr. deve tomar nos próximos dias é buscar antecipar os R$ 80 milhões referentes ao direito de transmissão da TV de 2016, pois a cota de 2015, cerca de R$ 43 milhões, já foi solicitada com antecedência e utilizada pela gestão de Odílio Rodrigues.