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Neymar faz jus à camisa 10 e comanda vitória brasileira sobre México

Foram do camisa 10 um belo gol e uma assistência ainda mais plástica para Jô no triunfo por 2 a 0 sobre a seleção mexicana

Pedro Henrique Fonseca

Publicado em 19/06/2013 às 18:06

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Neymar parece ter findado de vez com a recente desconfiança que enfrentava na Seleção Brasileira. Na tarde desta quarta-feira, o astro do Barcelona usou as redes sociais para se manifestar a favor da onda de manifestações no País e as redes do Castelão para levar o time dirigido por Luiz Felipe Scolari à segunda vitória na Copa das Confederações. Foram do camisa 10 um belo gol e uma assistência ainda mais plástica para Jô no triunfo por 2 a 0 sobre o México.

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Enquanto manifestantes guerreavam com policiais do lado de fora do estádio, reivindicando mais atenção a causas sociais e menos à Copa do Mundo de 2014, o público que estava lá dentro cantou o Hino Nacional Brasileiro com uma impressionante intensidade antes de reverenciar Neymar. O atacante honrou o número que estava as suas costas e virou “matador”, conforme gritaram os torcedores, além de driblador.

A boa atuação de Neymar (a Seleção Brasileira, como um todo, apresentou alguns períodos de instabilidade na partida) resultou na terceira vitória sobre o México no século – os tradicionais algozes ganharam o dobro de vezes. Também levou a equipe de Felipão aos seis pontos ganhos no grupo A da Copa das Confederações e deixou o México à beira da eliminação precoce, com nenhum.

Depois de vencer México e Japão (por 3 a 0, na estreia), a Seleção Brasileira seguirá agora para Salvador, onde medirá forças com a Itália no sábado. No mesmo dia, no Mineirão, o México buscará ao menos uma despedida digna do torneio contra os japoneses, pois havia sido derrotado também pelos italianos (por 2 a 1) na primeira rodada.

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O jogo

Os jogadores da Seleção Brasileira se abraçaram para a execução do Hino Nacional no Castelão. O público se levantou. Já em volume baixo, com algumas falhas de reprodução, o som que saía dos alto-falantes do estádio acabou facilmente encoberto pela voz da multidão. Quando a música foi precocemente interrompida, para acelerar o início da partida, a torcida não parou de cantar.

A demonstração de patriotismo mexeu com os atletas do Brasil. O goleiro Júlio César bateu no peito de seus companheiros, empolgado, enquanto saltava em direção ao seu setor do gramado. Mal pegou na bola, Neymar já sacudiu os braços para pedir para os torcedores vibrarem com intensidade nas arquibancadas. Seu pedido foi imediatamente atendido.

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Neymar recebeu o prêmio de melhor jogador da partida (Foto: Vipcomm)

Não demorou muito para Neymar dar mais um motivo para o público se agitar. Aos oito minutos, quatro depois de um gol de Oscar ter sido anulado por impedimento, Daniel Alvez fez cruzamento da direita, e Rodríguez desviou de cabeça. A bola sobrou para o atacante do Barcelona improvisar um chute de primeira, de esquerda, e abrir o placar com elegância para o Brasil.

A vantagem no marcador deixou o cenário da partida ainda mais favorável para a Seleção. “Uh, terror! O Neymar é matador!”, berrava a torcida. Até Hulk, antes criticado, passou a ser reverenciado. O paraibano mexeu com o público cearense ao arriscar um cruzamento de bicicleta e a se manifestar por ainda mais incentivo das arquibancadas.

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Provando que deverá formar uma boa dupla ofensiva com Neymar no Barcelona, Daniel Alves também levantou a plateia com uma finalização que mais parecia um cruzamento. A bola fez bastante curva e obrigou o goleiro Corona a dar um tapa para escanteio, de mão trocada, aos 13 minutos. Até então, tudo transcorria conforme planejado por Felipão – que só se irritava com o famoso árbitro inglês Howard Webb.

Aos poucos, o México começou a dar mais preocupações para Felipão. Salcido foi o primeiro a tentar resolver a falta de criatividade do time norte-americano com um chute torto, de muito longe. Sobraram vaias dos brasileiros para ele pelo lance, mas também alguns aplausos dos mexicanos. Os visitantes só haviam se divertido, até aquele momento, com os seus tradicionais insultos de “p...” quando o goleiro Júlio César cobrava tiros de meta.

A defesa brasileira se encarregou de oferecer um pouco mais de emoção aos mexicanos. Aos 16 minutos, Marcelo fez graça com um chapéu dentro da área, perdeu a bola e quase proporcionou o gol de empate aos oponentes através de um disparo cruzado, que passou próximo da meta defendida por Júlio César. Foi a senha para o Brasil adotar uma postura mais conservadora, explorando os contra-ataques.

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Aos 22 minutos, a Seleção teve o seu último grande momento no primeiro tempo. Com o inspirado Neymar. Fred fez lançamento para o camisa 10, que encobriu a marcação só ao matar a bola no peito e bateu por cima do gol. Embora não tenha mais sido ameaçado até o intervalo, ao Brasil também não chegou a ser aquele mesmo vibrante do princípio da partida.

O que chamou mais a atenção dos torcedores, portanto, não foi mais o futebol. David Luiz se chocou com o seu parceiro de zaga Thiago Silva, ficou com a camisa ensanguentada e precisou deixar o campo para receber atendimento médico. Quem gerava as imagens do telão gostou do tema e começou a focalizar a árdua tarefa do defensor do Chelsea – que chegou a ficar só de cueca – para estancar o sangramento do nariz.

No segundo tempo, os dois times voltaram ao ataque. O que não foi suficiente para satisfazer o público, iniciando o coro pela entrada do xodó Lucas. Hulk colaborou com os pedidos ao avançar com liberdade pela esquerda, tabelar com Neymar, ficar na cara do gol – e chutar sem direção. Quem tomou uma atitude, no entanto, foi o técnico mexicano José Manuel de la Torre, que substituiu Flores por Herrera.

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Precisando da vitória para seguir vivo na Copa das Confederações, o México se lançou para a frente depois da alteração. Só não chegou à igualdade naquele instante porque David Luiz (o mesmo que deu o sangue no primeiro tempo) se esticou para cortar um cruzamento da esquerda. Chicharito Hernández já estava pronto para completar para a rede e calar o Castelão.

Ao invés de recorrer a Lucas depois da melhora mexicana em campo, Felipão preferiu fortalecer o seu meio-campo com a entrada de Hernanes no lugar de Oscar. Deu certo. A Seleção Brasileira voltou a criar seguidas oportunidades de gol a partir de então. Em uma delas, aos 19 minutos, Paulinho acabou ovacionado ao transpor a marcação rival desde o meio-campo até a entrada da área e passar para Neymar. Individualista no lance, o atacante ajeitou e bateu no canto. Corona defendeu.

Quando o México retomou a pressão atas do gol de igualdade, Felipão enfim decidiu dar ouvidos aos apelos populares: mandou Lucas a campo na vaga do não menos aplaudido Hulk. Mais tarde, deu ainda mais fôlego ao seu ataque com Jô no lugar de Fred. Mas o que a Seleção Brasileira precisava realmente fazer era se defender. O México se dispunha a atacar até o último apito de Howard Webb no Castelão.

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Coube a Neymar acabar definitivamente com as esperanças do México. Com genialidade. Já nos acréscimos, o atacante recebeu a bola na ponta esquerda, passou como quis entre dois marcadores e rolou para o predestinado Jô selar novamente uma vitória do Brasil na Copa das Confederações.

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