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Nabil Khaznadar quer manter o Santos na rota da modernidade e do avanço

No Papo de Domingo, candidato à presidência pela chapa “Avança, Santos!” afirma que pretende modernizar a Vila, apostar na base e investir em novos métodos de marketing

Publicado em 26/10/2014 às 11:34

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Candidato à presidente do Santos Futebol Clube pela chapa "Avança, Santos!", o empresário Nabil Khaznadar visitou a redação do Diário do Litoral e apresentou o modelo de gestão que pretende inserir no clube caso seja eleito. Ele afirma querer manter o Santos na rota da modernidade e do avanço.

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Acompanhado do vice, o advogado e ex-jogador Carlinhos Fonseca, Nabil explicou que sua candidatura trabalha com três pilares fundamentais. São eles: O novo, de verdade; Gestão profissional; e Futebol Arte.

Outros pontos destacados pelo candidato à presidência são um plano de marketing que vá além de um patrocinador master e uma aproximação ainda maior com o torcedor e também com a Prefeitura de Santos.

Confira a entrevista completa de Nabil Khaznadar:

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Diário do Litoral - Caso eleito, qual será o seu modelo de gestão para o Santos?

Nabil Khaznadar - A chapa Avança, Santos! defende uma gestão profissional, honesta e transparente. Pretendemos dar segmento ao que foi feito, mas pensamos em mudar o modelo de gerir o clube. Hoje, o Santos não é gerido no método que eu acho o melhor.

No nosso Comitê Gestor, cada integrante vai ser responsável por um setor e será cobrado por isso. A diretoria vai delegar missões, estabelecer metas e exigir resultados. O critério de escolha e a manutenção dos gestores será a meritocracia. Haverá debates abertos e frequentes no clube, com atenção à opinião de sócios e jogadores, tudo em prol do resultado e do objetivo maior: recolocar o Santos em seu papel de protagonista.

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DL - O Santos está há dois anos sem um patrocinador master. O que o senhor tem em mente para mudar essa situação?

Nabil - Nós não estamos preocupados apenas com o patrocínio master. Estamos focados em um projeto muito maior, onde consequentemente o patrocínio master vai estar incluído. Atualmente, não adianta mais você vender só o peito e as costas da camisa. As empresas não querem mais isso.

O clube terá parceiros para alavancar projetos de médio e longo prazo e vai buscar soluções criativas na área do marketing, dos negócios ligados ao futebol e da atração de parceiros e patrocinadores.

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Nosso plano de governo prevê dois projetos nessa linha, o “Santos Itinerante” e o “Meninos da Vila”, que vão transformar o patrocino master parte de um pacote maior.

DL - Neste projeto está incluída a participação do Santos em jogos no exterior?

Nabil - Sim. Acho importante começarmos a pensar em algo ainda maior. Tenho em mente realizar uma pré-temporada nos Estados Unidos, em janeiro. Já estamos conversando com alguns times de lá. Precisamos utilizar essa marca que é tão forte. Mas também é preciso consultar a CBF antes.

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DL - A participação de Pelé ao lado do clube, no exterior, está sendo considerada?

Nabil - Acho que devemos tê-lo conosco, sim. Quem melhor representa o Santos melhor do que o Pelé? Ninguém! Pretendemos sentar com o Pelé, conversar e tentar fazer uma aproximação ainda maior com ele.

Nabil Khaznadar e Carlinhos Fonseca durante entrevista no Diário do Litoral (Foto: Diário do Litoral)

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DL - Ainda sobre Pelé, o que mais o senhor tem em mente?

Nabil - Eu não sei ainda quanto à possibilidade. Mas tenho em mente aposentar a camisa 10, se for possível. Acho que isso é o mínimo que a gente deveria fazer em retribuição ao que o Rei nos deu. Eu estou aqui hoje por causa do Pelé, por causa do jogo que eu fui no Morumbi em 1969. Sou santista doente por causa daquela partida memorável dele. Então eu acho que a gente tem que tentar retribui-lo da melhor maneira possível.

DL - O Santos sofre com a baixa média de público na Vila Belmiro. O que o senhor pensa em fazer para resolver este problema?

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Nabil - Temos um plano de fazer uma pesquisa junto ao torcedor e a cidade para tentar entender o que está acontecendo com a Vila Belmiro. Vamos tentar também melhorá-la. A Vila Belmiro é um templo é a casa do Santos e nós vamos respeitar isso. Nós temos pontos cegos no estádio. Nós, que estamos na social, somos privilegiados, pois temos uma visão boa do campo. Mas tem os outros 70% do estádio que não tem essa visão. É difícil de ver o jogo. O Santos não pode ficar olhando para trás. A Vila Belmiro precisa ser reformada e modernizada.

DL - E quanto ao Pacaembu?

Nabil - O Santos é de Santos, mas é também do Brasil e do mundo. E o Pacaembu, queiram ou não, também é a nossa casa e vai acabar caindo no nosso colo, pois os times da Capital já vão ter seus estádios próprios no ano que vem.

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Acho que poderíamos usá-lo desde que não onere o clube. Na minha administração, o Santos não vai investir no estádio com dinheiro próprio, pois não há sentido para isso.

Caso surja alguma proposta de fazer uma arena no Pacaembu e cederem ao Santos, nós vamos usar, sim. Acho que é muito válido porque estaremos pensando no torcedor como um todo.

Estamos olhando com muita atenção às experiências dos nossos rivais. Muita gente acha que o Santos ficou para trás com os estádios construídos por eles, mas vamos aprender com os erros e problemas dos outros para fazer o melhor.

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DL - Qual sua opinião sobre o elenco atual do Santos e qual será sua política de contratações?

Nabil - Muito bom. Não é um suprassumo, mas é um elenco muito bom. Acho que temos uma espinha dorsal formada. Temos também uma base muito boa e pronta para o ano que vem.

O que eu posso prometer, e caso eleito irei cumprir, é que nós não iremos mais trazer jogadores  para compor elenco. Trazer jogadores medianos só para compor elenco, não faz sentido. Temos que olhar para a base sempre, porque ela é a nossa sustentação hoje.

Pretendemos também criar a "Célula de Inteligência do futebol". Será um grupo altamente capacitado com os conhecimentos mais modernos em futebol que vai atuar diretamente com os jogadores e a comissão técnica. Todo o conhecimento adquirido nessa célula será de propriedade do Santos Futebol Clube e será usado na melhora da atuação da equipe principal.

DL – Hoje, no elenco profissional, há jogadores como Leandro Damião e Lucas Lima, que foram trazidos pela Doyen Sports. Como será a relação com investidores?

Nabil - Se for benéfico ao clube, como acho que foi a vinda do Damião e do Lucas Lima, onde o Santos até agora não gastou nada, apenas pagou o salário, eu acho válido. Não vejo problema nenhum. Desde que o parceiro seja idôneo e transparente, não vejo problema.

DL - O senhor falou em olhar sempre para a base do clube. Quais são os planos para o CT Meninos da Vila?

Nabil - Precisamos melhorá-lo. E muito. A infraestrutura precisa ser melhorada. Não sei se ali existe espaço para crescer. Pretendemos conversar com a Prefeitura de Santos sobre isso. É tudo questão de estudar e analisar. Um dos nossos focos vai ser esse: a infraestrutura da base. Temos que investir e olhar para a base porque queriam ou não a categoria de base é o futuro do futebol brasileiro e consequentemente o futuro do Santos. Mesmo nós sendo o time que mais revela jogadores no país.

DL - E quanto ao associado? O que ele pode esperar da chapa Avança, Santos!?

Nabil - Uma queixa que nós percebemos atualmente é o tratamento dado ao nosso Sócio Rei. Iremos chamar a empresa responsável para uma conversa e colocar alguns pontos que queremos entender o que está acontecendo. Pois o nosso patrimônio é o associado, é o torcedor.

A gente hoje tem cerca de 60 mil sócios. Mas metade está inadimplente. Vamos tentar resgatar esses sócios e vamos tentar fazer esses 60 virarem 150 ou 200 mil.

Hoje temos o modelo dos times da Europa. Irei a Portugal novamente para conversar com os dirigentes do Benfica, que é o time que temos como espelho, pois é o clube com maior numero de sócios no mundo, com cerca de 250 mil.

Eu quero entender como atrair e resgatar todos esses sócios para o Santos. Hoje uma das receitas que o Santos mais precisa é a dos sócios.
A gente quer melhorar os benefícios do Sócio-Rei. Também vamos consultar o torcedor para saber o que ele quer. A partir disso, iremos traçar os nossos planos.

DL - Os sócios também serão consultados sobre a chácara Nicolau Morán, patrimônio do clube?

Nabil - Sim. Iremos fazer uma pesquisa junto ao associado para ver o que eles pensam e esperam da chácara. Vamos ver em qual estado ela se encontra, pois hoje ela está cedida ao São Bernardo. Vamos analisar o que dá para ser feito e como pode ser feito, se vai ser oneroso ou se alguém vai nos ajudar.

DL - Por fim, candidato, o que o torcedor pode esperar do senhor caso venha a ser  presidente do Santos Futebol Clube?

Nabil - O torcedor pode esperar muito trabalho, muita dedicação, muita gestão e um time competitivo sempre. Ser torcedor é importante, nós somos todos torcedores, amamos o clube, mas acho que acima disso tem que estar a gestão para dar esse equilíbrio de tentar fazer as coisas mais corretas e transparentes possíveis.

Vamos gastar apenas o que a gente arrecadar, não vamos gastar mais do que isso, que é o que eu sempre tratei nas minhas empresas. Você nunca pode gastar mais do que você arrecada. Temos todas as credenciais para comandar uma administração moderna. Queremos manter o Santos na rota da modernidade e do avanço. Sei como fazer o Santos, que tanto amo, avançar mais. Com mente aberta, vou aprimorar o que funciona e mudar o que for preciso.
 

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