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A torcida vinha cobrando que o Corinthians voltasse do Japão, onde foi conquistado o Mundial do ano passado. Mogi Mirim não é tão longe, mas a equipe alvinegra encontrou no interior de São Paulo alguns dos ingredientes decisivos na histórica conquista de dezembro, como a cabeça de Guerrero e o coração de todos.
Após oito partidas seguidas sem vitória, o time do Parque São Jorge derrotou o Bahia por 2 a 0. Jogando longe do Pacaembu por causa de uma punição do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), contou com um gol de seu centroavante peruano e outro do estreante Cleber para encerrar uma sequência terrível.
Apesar dos maus resultados recentes, Tite foi prestigiado pela diretoria alvinegra, grata pelos troféus obtidos nos últimos dois anos. Boa parte do público presente no estádio Romildão fez o mesmo, gritando o nome do gaúcho, antes, durante e depois da vitória de quarta-feira.
Combatendo a imagem de abatimento que ficou na derrota por 4 a 0 para a Portuguesa, o treinador conseguiu fazer seu time correr e jogar bola como não acontecia fazia tempo. Se não foi uma apresentação memorável, foi suficiente para um claro domínio ser estabelecido e o placar ser definido ainda no primeiro tempo.
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Bastou ao Corinthians administrar a vantagem após o intervalo para alcançar uma extremamente necessária vitória, que o deixou com 34 pontos, a sete da zona de classificação à próxima Copa Libertadores. Com 32, derrotado após cinco jogos de invencibilidade, o Bahia ficou para trás.
Raça e crânio
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Sem sua dupla de zaga titular, suspensa, Tite teve apostar em Felipe e Cleber. Alessandro foi improvisado na lateral esquerda, Guilherme voltou após um mês e meio, e Pato foi escalado. O camisa 7 se deu bem com Danilo, Emerson e Guerrero, envolvendo a defesa do Bahia.
Com uma disposição que saltou aos olhos, o Corinthians só precisou de um minuto para incomodar o adversário, usando a velocidade de Pato, que sofreu falta e acertou a trave na cobrança. Essa disposição esteve perto de extrapolar o limite em alguns momentos, com Edenílson e Guilherme envolvendo-se em diferentes discussões e Emerson cometendo falta dura, mas a equipe conseguiu manter a compostura.
Usando muito bem a referência de Guerrero, o time (quase) da casa se dava bem com Emerson pela direita e com a mobilidade de Pato. Ainda que sem ritmo, Guilherme fazia muito mais do que, na sua ausência, fizeram Ibson e Maldonado. E os beques reservas cumpriam seu papel, espanando as bolas que pipocavam na área.
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O domínio alvinegro foi premiado aos 19 minutos, quando Emerson bateu escanteio da direita. Guilherme desviou no primeiro pau, e Guerrero apareceu no segundo, usando a arma que colocou seu nome na história do Corinthians. A alegria do atacante, que havia perdido pênalti no jogo anterior, foi demonstrada com um bico na bola na comemoração – não houve simulação de máscaras ou coreografias ensaiadas.
Com a vantagem, a equipe de Tite não recuou, como fazia mesmo nas melhores fases, nem se acovardou, recordando que o momento era terrível. Seguiu na frente e esteve perto do gol em duas boas trocas de passes, concluídas por Pato e Danilo. Aos 40, após novo escanteio de Sheik da direita, Cleber balançou a rede de cabeça e arrancou gritos de “Ti-tê!” da torcida.
Tranquilidade e cérebro
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Cristóvão Borges tentou resolver os problemas do Bahia com Rafael Miranda no lugar de William Barbio. Em vez de um homem rápido de cada lado, o time tricolor passou a ter mais força no meio de campo, mas o Corinthians continuou seguro e fazendo boas jogadas, especialmente com Emerson e Guerrero.
O Sheik correu tanto que pediu para ser substituído e deu lugar a Romarinho, ganhando muitos aplausos. Ele não era o único atleta cansado, e o jogo ficou mais arrastado, o que interessava ao time em vantagem. Obina deu sangue novo ao Bahia, aposta em dois centroavantes já que a articulação pelos lados não funcionava.
Wangler também entrou, mas o Corinthians, que tinha construído sua vantagem com raça e jogadas pelo alto, teve tranquilidade e inteligência para administrar o resultado. Guilherme e Guerrero saíram muito aplaudidos, e Pato perdeu um gol que não fez falta no jogo do alívio alvinegro em Mogi.
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