Esportes
“Isso tudo tem que ser muito bem pensado, com equilíbrio, sem loucuras, sem emoção. Não dá para fazer as coisas assim. O clube tem que ter consciência de quanto pode gastar", disse
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Calma, muita calma. Esse é o tom que Modesto Roma Jr pede ao falar sobre um possível novo estádio para o Santos Futebol Clube. A visita do empresário Walter Torre na primeira quinzena de janeiro deixou os santistas esperançosos quanto a uma parceria entre o clube e a empreiteira que reformou o estádio palmeirense recentemente.
“Não tem nada, vocês (jornalistas) são muito precipitados Foi uma consciência de interesse. Ele, santista como é, veio aqui conversar e, lógico, falamos sobre a Arena, mas não passou disso”, explicou o mandatário alvinegro, antes de admitir que Walter Torre sobrevoou, a bordo de seu helicóptero, a área que fica ao lado do CT Rei Pelé e que poderia ser utilizada para uma construção deste porte. “É tudo muito embrionário, é uma coisa muito longa, ele veio dar juma olhada, mas o que tem de complicação...o terreno tem dono”, comentou, citando o espaço hoje cedido pela União à Associação Atlética dos Portuários.
“Fui ver (a área apontada). Ali cabe (um estádio), é (uma região) boa, central. Pode ser um bom lugar. Dá para fazer”, disse Walter Torre, nesta quarta-feira, ao site globoesporte.com.
Modesto Roma Jr, em diversas oportunidades em que foi questionado a respeito da Vila Belmiro, deixa transparente sua admiração pelo estádio Urbano Caldeira. “Sou alvinegro da Vila Belmiro”, cantou parte do hino à reportagem, por telefone. Porém, nunca fechou as portas para eventuais projetos que pudessem dar ao clube um novo lar.
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“Isso tudo tem que ser muito bem pensado, com equilíbrio, sem loucuras, sem emoção. Não dá para fazer as coisas assim. O clube tem que ter consciência de quanto pode gastar, tem manutenção. É um plano de negócio”, disse. “O grande problema é que, em Santos, essa (área ao lado do CT) é a única área disponível”, revelou.
A construção do estádio corintiano, efetuada com parcerias públicas e privadas e que gerou um custo que ultrapassa a marca de R$ 1 bilhão, além do próprio Palestra Itália, que hoje se transformou em uma das melhores Arenas multiuso do país com o investimento de aproximadamente R$ 650 milhões da WTorre, não despertam em Modesto Roma Jr uma ansiedade sobreposta. O presidente santista prefere pregar a cautela e lembra outras prioridades do clube.
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“A gente sonha com coisas das mais absurdas às mais concretas, mas tem sonho que pode virar pesadelo. Lógico que se houver (interesse), ótimo. Mas não acho fundamental. O Santos é um clube de futebol, e não uma imobiliária. O Santos precisa ter time de futebol. Temos a nossa casa, que é menor, mas é nossa”, enfatizou. “O Santos ficou para trás nas dívidas, todos estão mais endividados”, finalizou o mandatário peixeiro.
Vila Belmiro
O Santos enfrenta um grande problema com seu estádio atualmente. Em dias de jogos, o clube disponibiliza apenas 10.200 ingressos ao sócios e torcedores comuns. Isso porque 5 mil entradas pertencem aos donos de cadeiras cativas, que ficam no local nobre da famosa Vila Belmiro. Estas não precisam ser reservadas com antecedência e também não podem ser comercializadas, mesmo que seus respectivos donos não frequentem o local. Por outra lado, o Peixe possui pouco mais de 55 mil sócios em seu quadro momentâneo.
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Em 2014, dentre os 20 times participantes do Campeonato Brasileiro, o alvinegro praiano ficou apenas 17º no ranking de média de público, com 9.243 pagantes por partida.
Pacaembu
Nesta quarta-feira, o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, comentou a possibilidade do Santos passar a gerir o estádio Municipal Paulo Machado de Carvalho, o famoso Pacaembu. “Para nós seria interessante essa solução”, admitiu o prefeito à rádio Bandeirantes.
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A possibilidade, no entanto, não é bem vista aos olhares do clube. Modesto e seu grupo de gestores entende que o estádio paulistano traria gastos insustentáveis à instituição e pouco retorno. Destacam também o fato do estádio ser tombado pelo patrimônio histórico, o que impede mudanças drásticas em sua estrutura, e a facilidade atual do clube apenas alugar o espaço público apenas nos jogos que lhe interessar.