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Após conquistar o campeonato mundial de surfe em dezembro do ano passado, Gabriel Medina viu sua vida mudar drasticamente. Sua rotina, envolvendo a fama, o assédio, a participação em festas e eventos, à responsabilidade de ser visto como motivação para jovens que querem seguir o exemplo do paulista, tudo ficou mais intenso. Na manhã desta segunda-feira, ele foi a principal atração da abertura dos Jogos Cariocas de Verão, torneio amador em comemoração aos 450 anos do Rio de Janeiro, e aproveitou para ir para o mar dar uma clínica para as crianças.
“Foi muito legal. É muito difícil eu ter um dia como esse, pegar a molecada e surfar, passar um pouco do que eu sei, e hoje eu tive essa oportunidade. Eu passo o ano viajando e foi um dia especial. Muito legal ver os meninos se espelhando e me vendo como exemplo, eu nunca imaginaria isso”, afirmou o surfista de 21 anos em entrevista ao canal ESPN. “Desde que fui campeão mudaram várias coisas na minha vida, aumentou a responsabilidade, as entrevistas, os fãs, os compromissos e treinamentos. Tem sido novo para mim, mas faz parte”, acrescentou.
Medina demorou para absorver tudo o que aconteceu nas últimas semanas. Primeiro brasileiro a vencer o Circuito Mundial de Surfe (WTC), o garoto foi recepcionado por centenas de pessoas no aeroporto na volta do Havaí.
“Todo dia quando acordo eu me lembro do momento em que fui campeão mundial, me lembro do meu troféu e do primeiro contato que tive com minha mãe, passa um filme na minha cabeça. Acho que a ficha tá caindo aos poucos. Tá sendo legal. Tive férias, fui pra Florianópolis e pro Rio de Janeiro, mas é difícil estar no Brasil porque estou sempre viajando, mas é bom perceber esse carinho, é muito gratificante”, comentou.
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Corintiano, o surfista garantiu que torceu pelo time na final da Copa São Paulo de Juniores, vencia pelo Timão no último sábado, e disse a paixão pelo clube do Parque São Jorge veio de seu pai Cláudio, que jogava bem futebol e o influenciou "desde criancinha" a ser torcedor do Corinthians. Medina é amigo de craques como Neymar, Robinho e Alexandre Pato, com quem é frequentemente visto em festas, e se tornou tão amoso quanto eles, mas acredita que não haja comparação entre surfe e futebol, pelo menos no Brasil.
“Futebol é o principal esporte do país, e para chegar nesse nível eu terei que ganhar mais alguns títulos mundiais (risos), mas como fui recebido no aeroporto e estou sendo recebido aonde vou é muito legal, tudo novo para mim, mas é maneiro. Quanto mais gols você faz, mais beijos você ganha na night. E quanto mais campeonatos você ganha, mais bonito você fica, então estou bem”, brincou, se referindo ao assédio das mulheres.
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Além dos compromissos fora do mar, a rotina de treinos também ficou mais intensa. Buscando o bicampeonato, o atleta iniciou sua preparação há cerca de 10 dias, quando se submeteu a exames médicos e voltou a praticar nas ondas de Maresias, no litoral norte de São Paulo, onde mora com a família. Medina acredita que seu título ajudou a firmar o surfe como esporte profissional no país do futebol, mas também exaltou o nível mundial alcançado pela modalidade.
“Eu acho que o surfe tem esses dois lados, o surfe competidor, profissional, que eu vivo hoje em dia. Viajo o mundo inteiro competindo, tenho uma série de treinamentos e uma vida de atleta. E tem esse outro lado, muita gente que surfa por diversão, chega na praia e surfa com os amigos, mas eu tenho uma vida de atleta e tenho que abrir mão de várias coisas, e a cada ano que passa o esporte melhora em vários sentidos como julgamento, estrutura e premiação. O nível do surfe hoje está bem legal, é reconhecido pelo mundo inteiro e está crescendo a cada ano que passa”, avaliou.
No início de fevereiro, o brasileiro embarca para o Havaí, onde intensifica sua preparação para a estreia em Gold Coast, na Austrália, primeira etapa do Mundial de 2015, entre os dias 28 de fevereiro e 11 de março, e onde é o atual campeão. O jovem deve ficar três meses fora de casa, já que as duas etapas seguintes também serão na Oceania - Bells Beach e Margaret River, ambas em abril. Na sequência, volta para o Brasil para a disputa da etapa do Rio de Janeiro, em maio.
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“As expectativas são as melhores. Voltei para os treinamentos e acho que esse ano vai ser um pouco mais duro, mas estou confiante. Espero que eu represente bem o Brasil e traga esse bicampeonato. Vai Corinthians, sempre (risos)”, encerrou.