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Ídolo do Corinthians e ex-jogador da seleção brasileira, Marcelinho Carioca está acompanhando a Copa do Mundo atentamente em meio a suas novas atividades profissionais. O eterno Pé de Anjo sairá candidato a deputado estadual pelo PT nas próximas eleições, mas o futebol será sempre o assunto de seu domínio.
“Não vi nenhum jogo da Copa no estádio, a correria está grande, trabalhando muito, mas estou acompanhando tudo”, disse o ex-camisa 7 do Timão.
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Após dois jogos da seleção brasileira, uma vitória em cima da Croácia e um empate sem gols contra o México, Marcelinho ainda analisa o Brasil como favorito ao título.
“Eu acho que os fatores torcida e campo são de grande valia para que o Brasil possa ter uma leve vantagem, mas nesse jogo de estratégia, de inteligência, até de irritar o adversário, eu creio que possa ser favorável para o Brasil”, comentou Marcelinho, surpreso com alguns resultados e apostando tudo em Neymar, na visão dele, o único diferenciado do time de Felipão.
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“Essa Copa está sendo surpreendente, até mesmo porque a expectativa em cima dos grandes jogadores não está sendo correspondida. Uma exceção é o nosso Neymar porque apesar de todas as dificuldades, de tanta marcação, ele tem uma técnica muito apurada e consegue sobressair ainda, mas, como diz o ditado, uma andorinha só não faz verão”, avisou, preocupado, mas ainda assim confiando no sucesso da seleção brasileira em busca do hexacampeonato, mesmo que sem um futebol vistoso.
“O brasileiro está acostumado a ver equipes como a de 70, 82, 86, 90, 94, 2002. Essa não é uma seleção que tem aquela qualidade, mas essa será uma Copa de estratégia, uma Copa daquele que erra menos”.
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As seleções mais tradicionais continuam sendo as favoritas na opinião de Marcelinho e o espetáculo apresentado até tem agradado ao ex-craque.
“A grata surpresa tem sido o coletivo. O Van Persie, o Robben, o conjunto da Holanda, o conjunto da Alemanha, uma Itália forte, o jogo da Argentina foi decidido em duas jogadas do Messi, então, está difícil falar alguma coisa, está muito gostoso de se ver, acho que está agradando muito a todo mundo”, explicou.
O receio do craque com os jogos equilibrados ficou evidente ao ser questionado sobre um palpite para o próximo jogo do Brasil, contra Camarões.
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“Brasil ganha, vou botar 1 a 0, não vou arriscar muito, não. O negócio é ganhar”, disse, rindo, antes de completar. “Rapaz, o negócio está complicado, vou botar um gol de um zagueiro ali, está bom”.
Crias de sua escolinha, David Luiz e Willian orgulham Marcelinho
Marcelinho Carioca brilhou nos gramados brasileiros por muitos anos. Um dos maiores ídolos da história do Corinthians, o craque, administra hoje um instituto que leva o seu nome e de onde já saíram três craques brasileiros, dois deles estão defendendo o Brasil em busca do Hexa na Copa do Mundo.
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“O David Luiz saiu da unidade de Interlagos, o Willian saiu da unidade de Santo André e ainda tem o Lucas (ex-São Paulo), que saiu da unidade de Diadema”, lembrou Marcelinho, orgulhoso do trabalho desenvolvido com os jogadores que atualmente brilham no futebol europeu.
“Eles eram muito pequenos, não tinha como adivinhar que iam virar esses craques. O mais importante é que a escolinha de futebol Marcelinho Carioca é um braço do instituto e a última vertente é o esporte. Eles venceram pelo talento deles, que foi aflorado com o tempo”, contou Marcelinho, transportando todo o mérito ao talento dos três atletas. “Nós contribuímos com a formação vocacional do jovem, do cidadão. Isso que me deixa mais feliz, lógico que o instituto Marcelinho Carioca teve uma participação, mas a semente foi bem plantada”, concluiu.
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Mestre no assunto, Marcelinho comenta extinção dos batedores de falta
Quem acompanhou as pelejas no Brasil nas décadas de 90 e 2000 se acostumou a ver Marcelinho Carioca marcar muitos gols de falta e correr girando os braços para trás ao comemorar cada tento. O torcedor corintiano, especificamente, lembra com carinho do canto “Uh, Marcelinho”, que era exaltado nos estádios assim que os árbitros apitavam uma infração a favor do Timão, já com a ‘certeza’ que o ex-meia marcaria mais um.
Com o passar dos anos, o Brasil já não encontra mais tantos batedores de falta com a precisão de um Marcelinho Carioca, como confirma o próprio jogador.
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“Na década de 70, mais em 80, começou a aparecer grandes jogadores como Ailton Lira, que jogou pelo Santos, Dicá, pela Ponte Preta, Zenon, pelo Guarani, Neto pelo Corinthians, a gente (Marcelinho) pelo Corinthians e um pouquinho pelo Flamengo, o Djalma pelo Palmeiras, o Petkovic...não é nem questão e treinamento, os anos vão se passando e vão criando novas dificuldades”, comentou o ex-atleta, citando alguns ex-batedores de falta e, ao mesmo tempo, tentando encontrar o motivo para a queda de rendimento dos jogadores neste quesito.
“Os 9m15 já vão virar 7m15, o goleiro começa a inverter a barreira, a barreira começa a saltar, por mais que você treine, as dificuldades vão aumentando, o goleiro já não sai porque sabe que a bola pode ir no canto dele”, explicou.
Mesmo tentando defender os atuais jogadores responsáveis pelas cobranças de falta, Marcelinho Carioca não esconde sua decepção e admite que atualmente são raros os grandes batedores.
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“A qualidade técnica com certeza está escassa, mas a dificuldade aumentou bem mais. Mas claro, antigamente, se você rodasse o Brasil e até as seleções, você encontrava um grande batedor de falta, era repleto, hoje está difícil de achar”, concluiu.
“Forças ocultas e interesses pessoais não me deixaram jogar Copa”, diz Marcelinho Carioca
Marcelinho Carioca foi um dos melhores jogadores de futebol de sua época. Hoje com 42 anos e aposentado dos gramados desde 2010, o craque sempre se destacou pela técnica apurada de como bater na bola, um exímio cobrador de falta, além de ser ambidestro. Colecionou títulos, foi decisivo em diversas oportunidades e se tornou xodó da Fiel ao ter uma carreira de muito sucesso nos dez anos em que vestiu a camisa corintiana, entre as décadas de 90 e 2000.
No entanto, o Pé de Anjo sempre nunca teve muitas oportunidades na seleção brasileira. Seu temperamento intempestivo não era bem visto pela CBF de Ricardo Teixeira e, com isso, Marcelinho nunca soube o sabor de atuar em uma Copa do Mundo pelo Brasil.
“Não é uma frustração, eu tenho uma tristeza de não ter participado do grupo de 94, 98 e 2002 por saber que tinha totais condições de estar no grupo. Minha tristeza não é por não ter participado, é pelas forças ocultas, interesses pessoais, que optaram por não me levar. Mas eu respeito os treinadores, a gente vai aprendendo na vida também, o mais importante é você ter autocrítica, autoanálise e, lógico, não dependia só de mim”, revelou o ex-meia, sem querer polemizar citando nomes e até fazendo mea culpa.
“Questão técnica com certeza que não (motivo por jogar Copa). Vou dizer que forças ocultas ou interesses pessoais. A questão técnica é inadmissível porque eu, estreando com 16 anos de idade (no profissional), em 88, vim ganhando as bolas de prata e ouro daquela época, de 90 até 2003. E você ganhar a bola de prata, estar sempre na seleção dos campeonatos brasileiros, estar na seleção, fazer gols pela seleção e não ter tido uma sequencia...”, diz Marcelinho, sem encontrar uma justificativa cabível, na sua visão.
“Com 21 anos você fala cada besteira, você acha que é o dono da verdade. Se eu tivesse a cabeça que eu tenho hoje, com 42 anos, eu não ia, por exemplo, chegar em São Paulo e falar mal do futebol carioca, que é desorganizado, e a CBF fica no Rio, daqui a pouco o cara fica chateado e pensa: então você não vai para a seleção. Então, eu tinha que ser mais comedido nas palavras e não irritar tantas pessoas como eu devo ter irritado”.
Entre 1998 e 2001, Marcelinho carioca teve apenas três oportunidades pela seleção brasileira, sendo dois amistosos e um jogo pelas Eliminatórias, e marcou dois gols. Mesmo assim, nunca recebeu uma sequência e sempre acompanhou de longe o Brasil nos Mundiais.
“Não é arrependimento, é imaturidade. Você chega de uma vida sofrida, difícil, de repente você chega em São Paulo e tudo começa a acontecer na sua vida. Claro, você tinha um sonho e sabia que esse sonho podia se tornar realidade, mas é mais a falta de experiência mesmo e imaturidade”, concluiu o ex-jogador.
Marcelinho Carioca enaltece a “Arena Hollywood”
Acostumado a brilhar no Pacaembu e no Morumbi, além de outros grandes e históricos estádios do Brasil, o ex-jogador Marcelinho Carioca comentou a sensação “incrível” que foi conhecer a Arena Corinthians, o tão sonhado estádio do Timão.
O Pé de Anjo foi um dos convidados para o jogo festivo de inauguração da Arena, quando apenas ex-atletas do clube entraram em campo.
“Fui, fui na ‘Arena Hollywood’. Internamente, é uma coisa de cinema. O cara que vai a primeira vez, o cara tem que estar com a cabeça boa, o cara que vai jogar ali, ele joga em clube grande, tem que estar acostumado, porque tem de tudo”, disse o ídolo da Fiel Torcida, comentando o deslumbramento que alguns jogadores podem ter ao conhecerem o estádio em Itaquera.
O Corinthians fez apenas duas partidas oficiais em seu novo estádio, contra o Figueirense e contra o Botafogo, ambas pelo Campeonato Brasileiro. Devido a compromissos profissionais, Marcelinho não pôde ir ao jogos, mas garante que a emoção é muito grande ao ver o estádio lotado.
“Não fui assistir, meus filhos até pedem, mas devido ao tempo, ainda não fui. Eu levei eles no Corinthians contra Corinthians, no jogo festivo que o clube fez para 40 mil pessoas, e foi um negócio cinematográfico”, explicou, lembrando que a Zona Leste de São Paulo ganhou muito com a construção da Arena. “É uma coisa de cinema, mas o que me deixou mais feliz não só a infraestrutura da Arena, é o entrono. O entorno ganhou muito e as pessoas não falam”.
Nos cerca de 30 minutos que esteve em campo, mesmo aos 42 anos e aposentado há 4 anos, Marcelinho Carioca marcou o seu gol em cobrança de falta, como nos velhos tempos. Ao ser questionado se o goleiro facilitou, o craque brincou.
“Eu lembro dos meus amigos falarem: ‘você combinou com o Yamada’. Combinei nada, o Yamada é um goleiro profissional e não vai querer tomar o gol. Eu joguei mesmo no contrapé dele, para a bola quicar antes e fui feliz’.