SANTOS FC

Lisca se despede com segunda pior marca de um técnico do Santos no século

Entre todos os 27 nomes que comandaram a equipe, à exceção de interinos, só Nelsinho Baptista, em 2005, teve um desfecho mais melancólico que o de Lisca

KLAUS RICHMOND - FOLHAPRESS

Publicado em 12/09/2022 às 20:02

Compartilhe:

Compartilhe no WhatsApp Compartilhe no Facebook Compartilhe no Twitter Compartilhe por E-mail

Lisca e Rueda (presidente do Santos FC) / Ivan Storti/ SFC

Continua depois da publicidade

Duraram pouco as juras públicas de amor entre Santos e Luiz Carlos de Lorenzi, o Lisca. Após 54 dias, o técnico gaúcho não faz mais parte do clube.

Faça parte do grupo do Diário no WhatsApp e Telegram.
Mantenha-se bem informado.

O ponto final na relação foi selado nesta segunda-feira (12). Foi decisiva no adeus a derrota por 2 a 1 para o Ceará, no último sábado (10), a segunda consecutiva do Campeonato Brasileiro.

Continua depois da publicidade

Leia Também

• Queimou atletas e mais! Os motivos da queda de Lisca no Santos

• Após oito jogos, Lisca deixa o comando do Santos

• Lisca promete mudanças no Santos após derrota para o Ceará

As partes, oficialmente, falam de um desligamento por comum acordo de uma parceria que durou apenas oito jogos. Foram duas vitórias, três empates e três derrotas, um aproveitamento de 37,5%.

A marca é a segunda pior de um treinador na Vila Belmiro neste século, segundo levantamento da Assophis (Associação dos Pesquisadores e Historiadores do Santos FC), e reflete o caos vivido pelo clube nos últimos anos.

Continua depois da publicidade

Entre todos os 27 nomes que comandaram a equipe, à exceção de interinos, só Nelsinho Baptista, em 2005, teve um desfecho mais melancólico que o de Lisca. Caiu após 13 jogos, com 30,7%, e um 7 a 1 sofrido diante do rival Corinthians.

Lisca deixa o Santos na décima colocação, com 34 pontos, uma abaixo daquela em que estava o time quando o gaúcho o assumiu. Na ocasião, ao final da 18ª rodada, o time era o nono, com 25.

A saída do treinador escancara números abaixo dos esperados e outros problemas tão evidentes quanto antigos nos bastidores.

Continua depois da publicidade

Entre todos os nomes contratados pela gestão do presidente Andres Rueda, iniciada em janeiro de 2021, nenhum ficou tão pouco -Ariel Holan era, até então, o recordista, com somente 13 jogos.

Algo em comum entre eles: nenhum teve aproveitamento que chegasse à casa dos 50%, nenhum atingiu 40 jogos no cargo.

O argentino Holan, o primeiro escolhido, deixou a Vila com 41,6%. Fernando Diniz, o seu sucessor, saiu com 44%; Fábio Carille, com 45,6%. E, por fim, o argentino Fabián Bustos se despediu em agosto, com 44,4%.

Continua depois da publicidade

No último dia 1º, Rueda afirmou à Gazeta Esportiva que possuía "relação fantástica" com Lisca e pretendia "ficar pelo menos um ano e meio" com o treinador. A previsão era atrelada à duração do mandato do presidente. Lisca sucumbiu 11 dias depois.

"Tenho gostado muito. É um grande parceiro. A proximidade é muito grande. Uma pessoa superinteligente. Estamos fazendo uma boa dupla. Estamos pensando em 2023. A relação está fantástica. Ele vai ficar pelo menos mais um ano e meio comigo", disse o cartola, na ocasião.

No período, Lisca ganhou reforços com as chegadas dos meias-atacantes Soteldo e Luan, do lateral direito Nathan e do meia argentino Carabajal. O técnico, porém foi criticado, principalmente, porque não se observou uma evolução com semanas livres para treinamento.

Continua depois da publicidade

"O jogo estava controlado, e nós sofremos nessa questão tática. As falhas são individuais, mas a responsabilidade é do treinador. Quem escala é o treinador, quem bota os jogadores é o treinador. Tenho que assumir junto com os jogadores que falharam", disse o técnico, após o confronto em Fortaleza.

Em dezembro do último ano, em reunião no Conselho Deliberativo, Rueda abriu o fluxo de caixa do clube e mostrou detalhes de acordos trabalhistas feitos com ex-treinadores. Em 2021, foram R$ 12,9 milhões gastos com Dorival Júnior, Enderson Moreira, Jesualdo Ferreira, Oswaldo de Oliveira, Levir Culpi, Jorge Sampaoli, Holan, Diniz e Cuca.

Ninguém se firmou desde a saída de Sampaoli. Em dois anos e nove meses sem o argentino, venerado por torcedores mesmo sem a conquista de um título, o Santos virou uma máquina de moer treinadores.

Continua depois da publicidade

Foram triturados Jesualdo Ferreira, em 2020, Ariel Holan e Fernando Diniz, em 2021, Fábio Carille, Bustos e Lisca, em 2022. O clube também desligou o auxiliar fixo Marcelo Fernandes, campeão paulista em 2015 e técnico emergencial quando necessário.

A única exceção foi Cuca, vice-campeão da Libertadores em janeiro de 2021. A saída do treinador foi a menos traumática, já que ele deixou a equipe classificada para a fase da Libertadores, mas preferiu não renovar seu contrato.

O clube ainda não fala em um substituto. Entre os nomes especulados estão os de Vanderlei Luxemburgo, com três passagens pela Vila Belmiro, Roger Machado e Tiago Nunes.

Continua depois da publicidade

O alvo mais provável é um estrangeiro que trabalhou diretamente com Sampaoli: Sebastián Beccacece, que se desligou no fim de semana do Defensa y Justicia. Por enquanto, Orlando Ribeiro, do sub-20, assume interinamente o cargo.

Continua depois da publicidade

Mais lidas

Conteúdos Recomendados

©2024 Diário do Litoral. Todos os Direitos Reservados.

Software