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Na manhã desta sexta-feira, pouco antes das 10 horas, horário marcado para o treino, o zagueiro Luiz Gustavo e o meia Bruno Dybal, ambos atletas que quase nunca se concentram, caminhavam sorrindo e no campo quando Márcio Araújo, titular absoluto, correu para encontrá-los e dar um aviso. “Tem resenha”, avisou o volante. Segundos depois, Fernando Prass, o mais experiente do elenco, disparou do gramado para as dependências internas da Academia de Futebol.
O cenário da conversa convocada por Gilson Kleina para todo o grupo parecia o de uma crise, mas a intenção é exatamente evitar uma. O Palmeiras igualou sua maior sequência de vitórias no ano (cinco) ao bater o Joinville e lidera a Série B do Brasileiro com cinco pontos e dois jogos a mais em relação à Chapecoense, segunda colocada. O time está ‘sobrando’, e isso deixa a comissão técnica apreensiva.
“Nosso tema foi o jogo de amanhã (sábado). Temos que pensar estritamente no Paysandu”, explicou Kleina, que reuniu seus comandados para um papo de cerca de 30 minutos antes de começar os treinos. Na visão do técnico, tanto quem tem sido relacionado quanto os garotos que ainda buscam um novo clube para jogar precisam estar envolvidos na mesma mentalidade.
“Da mesma forma que as críticas, os elogios também podem atrapalhar. E nada pode tirar o nosso norte e o que representa este momento para o Palmeiras. Falamos de pontuação, da rodada, da administração do G-4... Todos os detalhes que entendo como necessários para não perdermos a toada” , prosseguiu o treinador, à frente de um time que inicia a 16ª rodada a 12 pontos do quinto colocado – o que significa a garantia de, ao menos, mais quatro rodadas na zona de acesso.
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Antes de mais de duas horas de atividades, os jogadores lembraram da dificuldade da vitória por 1 a 0 na terça-feira, em Santa Catarina, citada como um exemplo de que qualquer facilidade é ilusória na Série B. Além disso, foi mostrado, com o auxílio dos médicos, que o desgaste dos titulares não é tão grande para que sejam poupados. Assim, enfatizou-se a dificuldade do Paysandu e que ninguém pense já no Atlético-PR, adversário de quarta-feira na estreia palmeirense na Copa do Brasil.
“Nenhum clube vem relaxado contra nós. O primeiro ponto nosso é não olhar a tabela do adversário, mas o desempenho. Contra o Joinville, o Paysandu administrou uma vitória difícil”, disse Kleina, citando o triunfo de sete dias atrás dos paraenses, que começam a rodada com a terceira campanha da competição.
“O Paysandu tem seus pontos fortes e vulnerabilidades, como nós e todos os times. Nós que precisamos procurar o gol, mas precisamos saber que, de repente, a proposta deles pode ser de esperar o nosso ou nos marcando na frente, como já fomos surpreendidos assim pelo ABC”, prosseguiu o treinador.
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Como argumentos para exigir seriedade, o técnico citou que o ataque do Papão conta com os experientes Iarley e Marcelo Nicácio e que a armação tem como um dos responsáveis o meia Eduardo Ramos, ex-Corinthians. Mas, mais do que isso, ressaltou a missão do Palmeiras na temporada: se garantir na primeira divisão nacional em 2014, ano de seu centenário.
“Não isentamos nossa parcela de culpa no ano passado. Sabemos o que dimensiona cair com a camisa do Palmeiras, e que precisamos lutar o ano inteiro para o clube voltar à elite. Mas é tudo por trabalho. E faremos de tudo pra ter tranquilidade no dia a dia, que é importante”, indicou.
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