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Justiça da Suíça abre processo criminal contra Blatter

Uma das suspeitas contra o presidente da Fifa se refere à venda de direitos de transmissão pela TV da Copa do Mundo

Pedro Henrique Fonseca

Publicado em 25/09/2015 às 15:00

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O Ministério Público da Suíça abriu um processo criminal contra o presidente da Fifa, Joseph Blatter, por suspeita de gestão desleal e por ter agido "contra o interesse da Fifa". Uma operação policial ocorreu na sede da entidade e seus computadores e documentos foram confiscados.

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Uma das suspeitas se refere à venda de direitos de transmissão pela TV da Copa do Mundo. A emissora suíça SRF revelou recentemente que Blatter assinou um contrato em 2005 em que negociava os direitos de transmissão das Copa do Mundo de 2010 e de 2014 para a União Caribenha de Futebol, comandada por Jack Warner, ex-vice-presidente da Fifa, por um total de US$ 600 mil.

O valor é considerado bastante inferior aos que os contratos poderiam render. Ao serem revendidos por Warner, o dirigente teria lucrado milhões de dólares. "Existe a suspeita de que ele agiu contra os interesses da Fifa", disse o Ministério Público.

Outra suspeita se refere a um pagamento de Blatter para Michel Platini, presidente da Uefa, no valor de 2 milhões de francos suíços. Nesta sexta-feira, tanto Platini como Blatter foram interrogados.

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A Justiça da Suíça abriu processo criminal contra Joseph Blatter (Foto: Associated Press)

O incidente levou a Fifa a tomar a inédita decisão de cancelar uma coletiva de imprensa depois da reunião do seu comitê executivo. Com o presidente da entidade, Joseph Blatter, sem poder sair da Suíça, com o secretário-geral, Jérôme Valcke, afastado e todos os computadores confiscados pela polícia, a entidade passou a ser controladas pela Justiça e por advogados.

No início da tarde, a reportagem foi informada de que um "incidente" ocorreu durante o dia e que os executivos foram instruídos a não falar com os jornalistas e nem dar detalhes. A Fifa também anunciou que fecharia sua sala de imprensa, às 17 horas de Zurique (12 horas no horário brasileiro).

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Tradicionalmente, os encontros da Fifa são seguidos por entrevistas coletivas. Desta vez, cerca de cem jornalistas foram informados primeiro que o evento seria adiado em meia-hora. Depois de serem retirados da entrada do local, os jornalistas foram comunicados sobre mais um atraso. Finalmente, uma hora depois, por e-mail, todos foram informados de um cancelamento definitivo de qualquer evento público. "Algo grande ocorreu", confirmou à reportagem um alto dirigente da Fifa, sem revelar exatamente o que ocorreu e agora se tornou público.

Em um comunicado de imprensa, a Fifa apenas explicou que sua próxima reunião, marcada para dezembro, não ocorrerá mais no Japão, como estava planejado. A ação pode ser vista com uma tentativa de evitar uma eventual prisão de Blatter. O encontro foi transferido para a Suíça.

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