Esportes
Cada minuto que Ary Borges, 23, precisou esperar para ouvir seu nome na infância, quando costumava ser a última escolhida nos times de futebol, foram recompensados nesta segunda-feira (24)
Na sequência da Chave F, Brasil e França duelam no próximo sábado (29), às 7h (de Brasília) / Reprodução - Instagram
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Cada minuto que Ary Borges, 23, precisou esperar para ouvir seu nome na infância, quando costumava ser a última escolhida nos times de futebol, foram recompensados nesta segunda-feira (24). Com a camisa 17 da seleção brasileira nas costas, a meio-campista anotou três gols na vitória sobre o Panamá, por 4 a 0, na estreia das duas seleções na Copa do Mundo feminina.
Nem a artilheira do dia parecia acreditar. Na comemoração do primeiro gol, ela se ajoelhou no gramado e tentou cobrir o rosto, que já estava marejado. Certamente passou um filme na cabeça dela, lembrando de como foi difícil para ela chegar no Mundial.
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Quando tinha 10 anos, o início dela no futebol foi exigindo uma vaga em uma das escolinhas do Santos, na Vila Mariana. Só havia meninos no local até a chegada dela. Não raramente, era a última ser escolhida na hora da formação dos times.
A insistência da maranhense na busca pelo sonho de ser jogadora foram determinantes para ela brilhar no estádio Hindmarsh, em Adelaide, na Austrália, onde o Brasil iniciou bem a luta pelo inédito título mundial.
Em sua nona participação em Copas do Mundo, a seleção feminina mantém o ótimo retrospecto em jogos de estreia, pois também havia vencido nas oito edições anteriores.
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Presentes em todas as edições do torneio, as brasileiras têm 21 vitórias, 4 empates e 10 derrotas, com 70 gols marcados e 40 gols sofridos, em seu retrospecto geral na competição.
Além de Ary, Bia Zaneratto também balançou a rede nesta segunda, num confronto em que as brasileiras, praticamente, quase não deram chances para as panamenhas ficarem com a bola.
Debutante na competição, a seleção do América Central ficou encurralada desde os primeiros minutos do jogo. Quase sofreu um gol logo com 50 segundos, quando Adriana teve a primeira chance brasileira.
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O Panamá tentou resistir o máximo que pôde. Mas começou a ser vazado aos 18 minutos da etapa inicial, quando Debinha recebeu a bola de Tamires na esquerda e descolou cruzamento para Ary fazer de cabeça o primeiro dela.
Com paciência para rodar a bola até abrir a defesa adversária, o segundo gol das brasileiras veio antes do intervalo, novamente com a camisa 17. Desta vez, a ex-jogadora do Palmeiras, que atualmente joga na liga dos Estados Unidos pelo Racing Louisville, aproveitou um rebote da goleira aos 37 minutos.
O domínio na primeira etapa fez o Brasil voltar mais leve para o segundo tempo. Tanto que desta vez não demorou mais do que dois minutos para balançar a rede novamente. Depois de uma boa trama armada de Debinha e Adriana, Ary apareceu agora como garçom para servir Bia Zaneratto, que finalizou forte: 3 a 0.
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A boa vantagem no placar fez a equipe de Pia Sundhage permitir a primeira chegada do Panamá já aos 18 minutos. Depois de quase uma hora sem tocar na bola, Lelê foi exigida pela atacante Tanner, que disparou um chute fraco, no centro do gol.
Antes que o Panamá pudesse esboçar qualquer reação, porém, Ary Borges apareceu novamente para fazer o terceiro dela, aos 24 minutos.
Com a vitória mais do que assegurada, Pia atendeu aos pedidos das arquibancadas e colocou Marta para jogar. Aos 37 anos, ela entrou em campo já com 30 minutos, no lugar da artilheira do dia.
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De artilharia, aliás, a camisa 10 entende bem, afinal é a maior goleadora da história das Copas do Mundo feminina, com 17 gols. Ela marcou em todas as cinco edições que disputou de 2003 a 2019.
No time atual, porém, ela terá um pouco mais de dificuldade para manter a escrita, já que perdeu espaço no período em que se recuperou de uma lesão. Foi por isso que ela iniciou a partida no banco.
Na ausência da Rainha, Pia precisou encontrar outras lideranças técnicas para buscar o inédito título para o Brasil na Copa do Mundo na Austrália e na Nova Zelândia. A goleada na estreia foi um bom sinal de que ela formou um plantel competitivo.
Pelo grupo das brasileiras, a Jamaica surpreendeu a França, uma das favoritas ao título. No domingo (23), as jamaicanas conseguiram segurar o poderio ofensivo das francesas e conquistaram um heroico empate sem gols.
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Na sequência da Chave F, Brasil e França duelam no próximo sábado (29), às 7h (de Brasília). As europeias, anfitriãs da última Copa, foram as algozes das brasileiras nas oitavas de final da edição de 2019, com uma vitória por 2 a 1 na prorrogação.
Jamaica e Panamá completam a segunda rodada do grupo no mesmo dia, às 9h30.
BRASIL
Lelê; Antônia (Bruninha), Lauren, Rafaelle e Tamires; Ary Borges (Marta), Kerolin, Luana (Duda Sampaio) e Adriana; Bia Zaneratto (Gabi Nunes) e Debinha (Geyse). Treinadora: Pia Sundhage
PANAMÁ
Yenith Bailey; Katherine Castillo, Rosario Vargas (Carmen Montenegro), Yomira Pinzón, Carina Baltrip-Reyes e Hilary Jaén (Wendy Natis); Natalia Mills (Lineth Cedeño), Aldrith Quintero (Deysire Salazar), Schiandra González e Marta Cox (Emily Cedeño); Karla Riley (Riley Tanner). Treinador: Ignacio Quintana
Estádio: Coopers Stadium, em Adelaide, na Austrália
Público: 13.142
Arbitragem: Cheryl Foster (GAL)
Assistentes: Michelle O'Neill (IRL) e Franca Overtoom (HOL)
Gols: Ary Borges (BRA), aos 19 e 38 minutos do primeiro tempo; Bia Zaneratto (BRA), aos 3 minutos, e Ary Borges (BRA), aos 25 do segundo tempo.
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