Continua depois da publicidade
O público está garantido. Faltam apenas a infraestrutura e um controle de preços. Nesta quinta-feira a Fifa conclui a primeira fase de venda de ingressos para a Copa do Mundo com a constatação de que não faltará gente para os jogos e alertando que as vendas desta quinta são as últimas antes que os torcedores brasileiros tenham de competir pelos mesmos ingressos com milhares de europeus.
Mas a procura abre uma crise entre governo, empresas e a Fifa em relação ao abuso de preços que torcedores poderão enfrentar no Brasil. Em muitos países, pacotes individuais já chegam a ser vendidos por mais de R$ 30 mil para ir ao Brasil ver a Copa, sem direito ao ingresso.
A Fifa insiste que esta quinta é a última a chance do torcedor brasileiro se beneficiar, já que muitos na Europa ainda aguardam a classificação de suas seleções para lançarem seus pedidos. No caso dos brasileiros, eles sabem onde e que dia a seleção jogará até chegar à uma eventual final. "Os brasileiros tem essa vantagem e acho que não estão tirando proveito", declarou um dos representantes da Fifa. "A partir da segunda fase, todos estarão competindo contra todos por entradas", disse.
Nesta quarta, faltando 24 horas para terminar a primeira etapa de venda de entradas, a Fifa revelou que 5,5 milhões de pedidos de ingressos haviam sido realizados, bem acima dos 3,8 milhões de lugares disponíveis nos 64 jogos da Copa. Em 89% dos jogos, as seleções entrarão em campo com casa cheia. Só os pedidos para a final no Maracanã superam em mais de 10 vezes a capacidade do estádio.
Continua depois da publicidade
O volume de vendas é considerado dentro da Fifa como um alívio, principalmente depois da Copa das Confederações e os temores de que as imagens dos protestos no Brasil afetariam o interesse pela Copa do Mundo. Os números não chegarão aos 8 milhões de pedidos feitos na primeira fase de vendas de ingressos para a Copa da Alemanha, em 2006. Mas ainda assim é considerado um sucesso.
O número de pedidos do exterior também é importante. Depois da torcida brasileira, norte-americanos e argentinos estão entre os líderes. A lista dos 10 maiores ainda inclui Alemanha, Chile, Inglaterra, Japão, Colômbia, Austrália e até o México.
Continua depois da publicidade
Abuso
Mas nem por isso a Fifa está tranquila. Nas últimas semanas, a entidade e o governo vem trocando farpas sobre quem deve agir para evitar que o setor privado olhe para os números de demandas de ingressos e decida, de forma unilateral, aumentar os preços de todos os serviços.
Um levantamento do Ministério do Turismo indicou que, para os meses de junho e julho de 2014, hotéis estariam cobrando preços 300% acima da média do mesmo período. Nos bastidores, a Fifa acusa o governo de ter "acordado tarde demais" para o problema.
Continua depois da publicidade