Esportes
O racha dentro da confederação teve como estopim a crise financeira da entidade, impedida de assinar contratos de patrocínio com empresas estatais
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O racha dentro da Confederação Brasileira de Futsal chegou ao fim nesta terça-feira. Após reunião realizada na semana passada, os jogadores anunciaram acordo com a direção da entidade para retornar à seleção brasileira, após boicote iniciado no começo do ano. Liderados por Falcão, o grupo, que conta ainda com atletas como Rodrigo e Tiago, fez as pazes com o presidente Marcos Madeira.
"A situação na seleção chegou a um momento insustentável, que acabava não sendo bom para nós e nem para a Confederação. O presidente nos chamou para uma reunião na semana passada. Talvez nosso erro tenha sido não realizar essa reunião antes", disse Falcão, em entrevista à Sportv.
O racha dentro da confederação teve como estopim a crise financeira da entidade, impedida de assinar contratos de patrocínio com empresas estatais porque um dos seus balanços recentes fora reprovado. Ex-dirigentes da Confederação são investigados pela Polícia Civil do Ceará por formação de quadrilha, estelionato, lavagem de dinheiro e crime contra a ordem tributária.
Por conta das dificuldades financeiras, a confederação resolveu antecipar a eleição para o fim de março. Um grupo de jogadores, então, se uniu para tentar emplacar um candidato no pleito, o ex-atleta Nilton Romão, presidente da AABB-SP. Mas o então oposicionista Marcos Madeira e Louise Anne Vale Bedê, da situação, se uniram, acabando com as chances do candidato preferido dos jogadores.
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Madeira venceu a eleição e colocou Bedê como vice-presidente. Insatisfeitos, os jogadores decidiram boicotar a seleção brasileira, que não disputa uma partida desde novembro do ano passado - a Copa América, que seria sediada no Brasil neste ano, foi cancelada por conta das dificuldades financeiras da confederação.
Diante desta crise, Madeira se reaproximou dos jogadores e prometeu tirar Bedê da diretoria. "Na reunião, colocamos as coisas com as quais não concordávamos. O presidente apresentou o novo planejamento de trabalho e inclusive o afastamento da pessoa que foi o motivo de nossa discordância. Ele nos prometeu que essa pessoa será afastada", revelou Falcão.
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O jogador, referência mundial no esporte, contou ainda que o presidente deu maior liberdade para a participação dos atletas em determinadas questões da confederação. "Ele nos surpreendeu ao dar total liberdade para tudo, inclusive uma ligação direta entre presidente e jogadores para conversamos sobre gestão. Vamos colocar alguém da nossa escolha em um cargo totalmente ligado a ele", disse Falcão.
O atleta, contudo, destacou que os jogadores não tiveram qualquer influência na escolha do novo treinador da seleção. PC de Oliveira deixou o cargo apenas dois meses depois de assumir, sem nem ao menos fazer uma convocação. Serginho Schiochet foi o escolhido pela confederação para assumir a seleção. "Não nos metemos na escolha do treinador. E nem cabe a nós, brigamos apenas pelos direitos dos atletas", ressaltou Falcão.