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Europeus planejam ato anti-homofobia no Qatar, e Fifa não sabe o que fazer

A polêmica começa no fato de que a homossexualidade é considerada crime no Qatar, país-sede do Mundial

GABRIEL CARNEIRO - FOLHAPRESS

Publicado em 22/09/2022 às 20:30

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Harry Kane posa com a braçadeira de movimento que combate a homofobia / Imagem: Reprodução/Instagram

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Harry Kane puxou a fila dos representantes de oito seleções europeias que fecharam um acordo para disputar a Copa do Mundo com menção a uma campanha contra a homofobia. Além da Inglaterra, Alemanha, Bélgica, Dinamarca, França, Holanda, País de Gales e Suíça pretendem estampar um coração com as cores do arco-íris em suas braçadeiras de capitão.

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Apesar de a Federação Inglesa de Futebol (FA) já ter anunciado nesta quarta-feira (21) esta medida de apoio ao movimento "OneLove", a reportagem apurou que ainda não é possível considerá-la oficial. E mais: o assunto já cria um impasse nos bastidores da Fifa.

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A polêmica começa no fato de que a homossexualidade é considerada crime no Qatar, país-sede do Mundial. Segundo a "sharia", a lei em vigor em vários países com população predominantemente muçulmana, a prática homossexual para homens ou mulheres prevê penas como apedrejamento e sete anos de prisão.

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Apesar disso, autoridades locais disseram que pessoas com quaisquer orientações sexuais serão bem-vindas para a Copa.

O gesto da FA e das outras nove federações nacionais tem o objetivo justamente de pressionar o Qatar e o Comitê Supremo para Entrega e Legado, órgão que organiza a Copa do Mundo, a aceitar que terão que lidar com campanhas contra a discriminação e em nome do respeito aos direitos humanos ao longo do torneio. O uso das faixas de capitão com o desenho e as cores que lembram a bandeira do movimento LGBTQIA+ já está previsto para ser iniciado em jogos da Liga das Nações a partir desta quinta-feira.

O grande problema é que estas braçadeiras ainda não foram aprovadas pela Fifa para uso na Copa do Mundo e podem nem ser.

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A Fifa tem regras rígidas sobre como as seleções devem se vestir no torneio. No regulamento, há a previsão de que as faixas de capitão serão padronizadas para as 32 seleções. Este conjunto de regras, por sua vez, foi discutido e aprovado em julho, em Doha, e certificado por todos os participantes da Copa em agosto, em reuniões individuais ocorridas em Zurique, na Suíça.

Nesse sentido, uma saída em nome da padronização prevista em regulamento é que todas as seleções usem a braçadeira com o coração anti-homofobia. No entanto, a Fifa já tem informação de que alguns países vão rejeitar a ideia e também tem suas regras rígidas sobre inserção de questões políticas e sociais dentro do campo.

Daí vem o impasse que a entidade ainda não sabe como contornar. A luta contra a homofobia é uma bandeira da Fifa, mas o princípio da universalidade sobre a maneira como as seleções se apresentam em campo também é. Não há previsão para uma decisão final.

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POLÔNIA TAMBÉM SE MEXE

Outra representante europeia na Copa do Mundo do Qatar, a seleção da Polônia também procurou a Fifa para propor uma mudança no design de sua faixa de capitão. Em vez das cores do arco-íris, os poloneses querem usar uma braçadeira com as cores azul e amarela da bandeira da Ucrânia, país invadido pela Rússia em fevereiro.

Robert Lewandowski, capitão da Polônia, recebeu a faixa das mãos do ex-jogador e ídolo ucraniano Andriy Shevchenko, em encontro realizado na terça-feira, e prometeu usá-la no Qatar.

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A Fifa notificou oito pedidos para mudança de design das braçadeiras, sendo sete das seleções que planejam o ato contra a homofobia e o outro da Polônia. Oficialmente, o período para estes pedidos já foi encerrado, mas nos bastidores foi levantada a possibilidade de uma reconsideração.

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