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O acidente pode ter sido provocado por um problema no guindaste, considerado o maior do País, por erro humano na operação da máquina ou até por um afundamento do solo
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A perícia ainda está colhendo dados do acidente no canteiro de obras do Itaquerão, ocorrido na quarta-feira passada, que provocou a morte de dois operários. A intenção é encontrar a causa primária que provocou a queda da treliça de aço de 420 toneladas em uma das quinas do estádio do Corinthians. Até agora, nenhuma hipótese foi descartada e o depoimento de José Walter Joaquim, operador do guindaste, é tido como primordial para a elucidação do caso.
O acidente pode ter sido provocado por um problema no guindaste, considerado o maior do País, por erro humano na operação da máquina ou até por um afundamento do solo no momento da operação O mais provável é que uma combinação de fatores pode ter culminado na tragédia. Especialistas apontam que uma dessas causas apenas não seria determinante para provocar a queda da peça em cima do estádio.
Segundo Leonardo Roncetti, proprietário da TechCon Engenharia, empresa especializada em projetos e consultoria de içamentos com guindastes, é preciso considerar várias possibilidades para tentar chegar à causa do acidente. "Uma informação importante que surgiu extraoficialmente é a de que o operador ouviu o alarme que o computador de borda da máquina emite e pulou. Isso significa sobrecarga", contou.
O especialista explica que o guindaste, apesar de ter capacidade de erguer até 1.350 toneladas, poderia estar configurado para um volume menor. "Essa capacidade é nominal, mas não significa que ele estivesse configurado para isso. Pode ter acontecido uma avaliação equivocada da carga e aí o contrapeso e o raio de operação não eram suficientes. Mas são hipóteses", afirmou Leonardo Roncetti.
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Ele lembra que o acidente é bem parecido com o que ocorreu em 1999 em Milwaukee, nos Estados Unidos, quando o guindaste caiu com a peça de 400 toneladas na cobertura que estava sendo montada no Miller Park, estádio de uma equipe de beisebol. "Sem dúvida há uma semelhança, principalmente na geometria do içamento, com a mesma quantidade de carga e tipo de guindaste parecida. Mas lá foi detectado que a causa primária era velocidade de vento, o que aparentemente não ocorreu em Itaquera", comparou.
"NAMING RIGHTS" - Andrés Sanchez, ex-presidente do Corinthians, viajou na noite da última segunda a Abu Dabi, nos Emirados Árabes Unidos, com o objetivo de negociar o nome do Itaquerão com duas empresas aéreas: a Emirates, favorita em batizar o novo estádio, e a Etihad. O responsável do clube por administrar as obras do estádio tem reunião marcada para esta quarta e quinta com um fundo de investimento árabe que representa estas duas empresas.
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A viagem de Andrés a Abu Dabi estava marcada inicialmente para semana passada. O encontro não aconteceu porque um dos xeques árabes teve de ir ao Japão. O adiamento da viagem foi definido antes do acidente no Itaquerão e então já ficou decidido que um novo encontro seria marcado.
Essas reuniões podem selar o contrato de "naming rights" do estádio que deverá abrigar o jogo de abertura da Copa do Mundo de 2014 e outros duelos da competição. O acordo final não deve ser assinado, mas Andrés Sanchez quer voltar dessa viagem com todos os detalhes definidos para depois redigir o contrato definitivo. Na viagem, pode ser assinado um termo de compromisso do negócio.
O fundo de investimento árabe já acenou ao clube que aceita pagar ao Corinthians R$ 400 milhões para que uma das empresas ganhe a "concorrência" e batize o estádio. O que está em jogo na mesa de negociação é o tempo de contrato, de 15 ou 20 anos, e a forma de pagamento, além de outros tipos de parceria que poderão ser feitas entre o clube e a empresa (ações de marketing).
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