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A intenção é estender o tecido de aproximadamente 70 metros de altura por 91 de largura – com o distintivo do Corinthians pintado com mais de meia tonelada de tintas em destaque
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Com iminentes desfalques em seu elenco, o Corinthians poderá ao menos ter uma novidade fora de campo a partir do clássico contra o Palmeiras, no domingo. O clube autorizou que um bandeirão tradicionalmente aberto no tobogã do Pacaembu fosse transportado para o estádio de Itaquera na última sexta-feira.
A intenção é estender o tecido de aproximadamente 70 metros de altura por 91 de largura – com o distintivo do Corinthians pintado com mais de meia tonelada de tintas em destaque, acima da inscrição “Time do Povo” – no setor leste da arena minutos antes de o Derby começar. Um teste será realizado na sexta-feira para avalizar a iniciativa.
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“Esse bandeirão foi feito para a arena. O Andrés (Sanchez, ex-presidente do Corinthians) me disse: ‘Pode tacar o pau, que vamos abrir no setor leste’. Aí, caiu o guindaste na época da construção, houve aquela tragédia toda, e me pediram para esperar. Mas a assombração do padrão Fifa nunca mais saiu de lá. Aquele estádio ainda é gelado. Só abri a bandeira no Pacaembu no jogo contra o Vasco porque estava ansioso para ver o maior símbolo já pintado no mundo – foi feito para o Guinness Book – ali, cobrindo todo o tobogã”, contou Rogério Bassetto, o artista responsável pela confecção do bandeirão.O adereço gigante apareceu em público pela última vez em 27 de abril do ano passado, quando o Corinthians se despediu do Pacaembu com uma vitória por 2 a 0 sobre o Flamengo. Em outubro, a administração do estádio municipal pediu que o bandeirão fosse retirado de uma sala sob o tobogã – havia o temor de revolta por parte dos torcedores do Palmeiras, mandando os seus jogos no local até a reinauguração do Palestra Itália.
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Desde então, o bandeirão passou a acumular poeira na casa de Rogério Bassetto, em Santo André. Incumbido da criação de muitos adereços das torcidas organizadas e de ações para o próprio Corinthians (como os mosaicos nas cadeiras laranja do Pacaembu na Copa Libertadores da América de 2012), o artista estava angustiado com o ostracismo de sua obra.
Afinal, Rogério diz ter vendido o seu carro, uma picape, por R$ 10.500 apenas para comprar o pano quilométrico do que batizou como “bandeirão do povo”. Também se desfez da cama onde dormia. “Era muito louca, cara, retratava o bandeirão cinco dos gaviões.” A arrecadação para o projeto foi completada com rifas e camisetas estilizadas para a despedida do Pacaembu, além da organização de um mosaico (por R$ 4 mil) para a Ponte Preta utilizar na final da Copa Sul-americana de 2013.Tamanha paixão de Rogério Bassetto por seu trabalho resultou recentemente no lançamento do livro “A Bandeira dos Sonhos”, escrito em parceria com o sociólogo Marcio Mendes, com prefácios dos jornalistas Juca Kfouri e dos publicitários Washington Olivetto e Duda Hernandez e edição da “Companhia das Tretas”. A utilização do “bandeirão do povo” em Itaquera era a conclusão que ele tanto aguardava.
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A reestreia do adereço, no entanto, ainda depende do teste de sexta-feira e do aval da Polícia Militar. Também contra o Palmeiras, nas semifinais do Campeonato Paulista, a principal torcida organizada do Corinthians esperava ter aberto novamente o seu maior bandeirão – aquele que cobria as arquibancadas verde e amarela do Pacaembu – e acabou frustrada. Segundo Rogério, os corintianos do setor oeste (o mais caro de Itaquera) se manifestaram contrários à ideia.