Andrés Sanchez é um dos candidatos à Presidência do Corinthians / Daniel Augusto Jr/Ag. Corinthians
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Com o maior número de candidatos desde a saída de Alberto Dualib, em 2007, a eleição que ocorre no próximo sábado (3) coloca à prova a estabilidade sobre o futebol do Corinthians, departamento que apresentou os melhores resultados no clube nos últimos dez anos. Com cinco nomes confirmados no pleito, há algumas dúvidas sobre a continuidade do modelo que rendeu títulos importantes em temporadas recentes.
Embora todos os aspirantes ao cargo (Andrés Sanchez, Felipe Ezabella, Paulo Garcia, Romeu Tuma Jr e Roque Citadini) adotem a continuidade como discurso, o responsável pelo departamento nos últimos dois anos e meio ainda não crava permanência. Herdeiro do modelo de gestão que era centralizado em Edu Gaspar, hoje na CBF, o gerente de futebol e ex-lateral Alessandro Nunes é a maior interrogação no que diz respeito ao futebol.
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Caso Andrés consiga a vitória e retorne à presidência, a continuidade do modelo e de boa parte dos profissionais estará assegurada. Por outro lado, as chances de Alessandro se desligar são grandes. No ano passado, o gerente foi alvo de ataques por parte do grupo de Sanchez e só teve sua cabeça assegurada pela lealdade ao presidente Roberto de Andrade.
O candidato situacional, em entrevistas, foi simples e objetivo quanto a Alessandro. "Não tenho nenhum problema com ele, pelo contrário. Ele está fazendo um bom trabalho. É o último gerente campeão brasileiro. Vai mexer para quê?", questionou Andrés ao UOL Esporte.
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Mesmo que Alessandro deixe o departamento, porém, Sanchez aposta em um aliado que já formou parte da estrutura de trabalho do clube. Diretor em dois anos da gestão Gobbi, Duílio Monteiro Alves é o nome escolhido para retornar ao futebol após morar por alguns anos em Miami. Também é possível que Eduardo Ferreira, que ocupou o mesmo cargo entre 2015 e 2016, atue no departamento em caso de vitória da situação.
OPOSIÇÃO
Com o departamento de futebol em alta pelas conquistas recentes do Paulistão e do Brasileiro, nenhum candidato da oposição ousou ameaçar a continuidade do gerente de futebol Alessandro e do treinador Fábio Carille, com contrato renovado por duas temporadas. Por outro lado, a avaliação de alguns dos candidatos é de que profissionais ligados ao grupo de Andrés Sanchez na estrutura geral podem ter suas situações revistas.
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Um exemplo é Joaquim Grava, consultor e chefe do departamento médico do clube, que dá nome ao Centro de Treinamento. O médico de larga história no time ainda tem dois filhos em atividade na comissão técnica -Ivan, médico, e Flávio, auxiliar de preparação física.
"Eu fui quatro anos vice de futebol e conheço bem o futebol do Corinthians", declarou o oposicionista Roque Citadini. "Embora não se fale muito disso, o Corinthians é o clube mais profissional no futebol. As interferências políticas sempre foram pequenas, Não tem conselheiro ligando para o técnico para escalar jogador. (...) A fórmula Corinthians de organização do futebol está certa. O clube conseguiu criar nos últimos anos uma maneira igual de jogar. Isso deve se consolidar", disse ainda, ao UOL.
A declaração é muito semelhante à de Felipe Ezabella, também candidato. "Alessandro e Carille seguem [em caso de vitória na eleição], não tem porque mudar. Carille é a figura que a gente imagina, de pessoa com bagagem prática e acadêmica. Um cara novo, que jogou, que está há oito anos no clube, que tem identidade com a nossa cultura de jogo, que tem as licenças da CBF", afirmou. Fernando Alba, candidato à vice-presidência e com passagem pela base na gestão Gobbi, tem boa relação com Alessandro e com o auxiliar técnico Osmar Loss, por exemplo.
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Paulo Garcia, por sua vez, tem em sua chapa uma figura bastante familiar ao atual departamento do Corinthians. Embora seja candidato a vice, o ex-diretor Flávio Adauto promete se dedicar ao futebol caso vença a eleição. Mesmo que oposicionista, ele e Paulo têm um discurso alinhado de continuidade, fruto da experiência de Adauto entre o fim de 2016 e a temporada 2017 nesse setor.
O também oposicionista Romeu Tuma tem o discurso mais radical entre os candidatos, mas nega com veemência qualquer hipótese de alterar o funcionamento do futebol. Ele conversou, inclusive, com membros do departamento para transmitir essa tranquilidade durante o pleito. Por outro lado, caso vença a eleição, planeja criar uma superintendência para o setor.
"Não vou mexer no futebol. Acho injusto. Os caras estão indo bem, a comissão faz um bom trabalho e eles foram os responsáveis por ganhar esses títulos. Conheço o clube, conheço o futebol. O clube está um desastre, mas o futebol foi bem. Ninguém apostava nesse time e os caras foram bem, fizeram um bom trabalho, são estudiosos. O Carille está há 10 anos e é estudioso, mas nem a diretoria apostou nele.
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Contatou quatro caras antes. Vamos mudar o modelo, criar uma superintendência de futebol, que vai ter um profissional e o feminino", disse Tuma ao UOL.
PRESIDENTE
Com a iminente inscrição do zagueiro Henrique no Campeonato Paulista, o Corinthians ainda terá dois lugares disponíveis e que ficarão a cargo do próximo presidente. A primeira missão será atender Fábio Carille e entregar um novo centroavante que possa suprir a carência deixada por Jô. O prazo para isso, porém, é apertado: as inscrições do Paulista se encerram no dia 23 de fevereiro.
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Além do novo centroavante, será preciso definir sobre a última vaga disponível entre as 26 possíveis. A direção do Corinthians se precaveu pelo risco de alguma baixa na janela de transferências ou oportunidade de mercado interessante e deixou um posto aberto para o Paulista. Será possível buscar mais algum reforço ou mesmo optar pela inscrição de algum atleta fora da lista -Giovanni Augusto, Fellipe Bastos e Moisés são três exemplos.
Resolver a situação desse grupo de jogadores, que ainda possui os volantes Warian e Jean, o goleiro Matheus Vidotto e o lateral Léo Príncipe, também é incumbência do próximo presidente e seu grupo que lidere o futebol. Fábio Carille já avisou aos atletas, e também discursou publicamente, de que eles estão fora dos planos nesse momento.
Por fim, duas renovações precisam ser discutidas. O zagueiro Balbuena ainda não retornou à proposta do Corinthians apresentada em agosto e, com o fim da janela de transferências na Europa, deverá ter seus empresários presentes para uma nova roda de conversas em breve. Outra situação a ser avaliada é de Jadson, que apresenta crescimento de produção no começo de 2018, tem contrato válido até dezembro e, hoje, possui o salário mais alto do elenco.
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