Esportes
Nascido e criado no Santa Rosa, em Guarujá, e hoje comandando o Maringá, da 1ª divisão do Campeonato Paranaense, treinador é reconhecido por suas ideias modernas
O técnico Jorge Castilho / Arquivo Pessoal
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Jorge Luíz Fernandes Castilho (ou, simplesmente, Jorge Castilho) tem 40 anos e está à frente do Maringá, clube da 1ª divisão do Campeonato Paranaense de futebol e que disputará a Copa do Brasil em 2023. Reconhecido por suas ideias de futebol modernas, o treinador, nascido e criado na comunidade do Santa Rosa, em Guarujá, almeja voos maiores e sonha, um dia, comandar equipes das séries A ou B do Brasileirão.
Castilho começou no futebol aos 10 anos na escolinha do Esporte Clube Santa Rosa (que levava o nome do bairro onde morava). O pai de um dos seus amigos de infância - Carlos Pereira Mendonça (conhecido como Careca) - era o professor desta escolinha e, através do convite deste amigo, ele (Castilho) começou a treinar com eles na posição de centroavante.
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Aos 14 anos fez a sua 1ª peneira em um clube de expressão e foi aprovado no América/MG. Porém, como na equipe já existiam muitos atacantes, foi convidado a ser zagueiro, e aceitou a ideia sem maiores problemas. Em seguida passou também pelo Vila Nova, clube do mesmo estado, onde ficou até os 17 anos.
Guarujá
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Ao sair do Vila Nova/MG Castilho retornou para a cidade e jogou na Associação Desportiva Guarujá (ADG), novamente com o professor/técnico Carlos Pereira Mendonça (o careca). Saiu, foi para o hoje Real Esporte Clube de Caeté/MG e voltou à AD Guarujá para disputar a Taça São Paulo de Futebol Júnior de 2001.
Assis
Seu último clube como atleta profissional foi o Vossem, da cidade de Assis, interior de São Paulo, entre os anos de 2001 e 2002. Mas, infelizmente, por conta de seguidas lesões no joelho, Jorge Castilho foi vencido pelas dores e precisou, precocemente, encerrar a sua carreira como jogador profissional. Porém, ali, ele começava a renascer no futebol. Porém, agora, para a carreira de treinador.
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O técnico
Em 2009 ele começou a dar treino juntamente com outra personalidade do futebol de Guarujá: Jorge Araújo, que já havia treinado equipes também no Japão. Ambos davam aulas em uma escolinha de futebol no bairro Jardim Esperança, também em Guarujá (Vicente de Carvalho). Em 2011 novamente a AD Guarujá o chama, mas desta vez para cuidar das categorias de base da equipe, onde Castilho trabalhou até 2014, sendo promovido a técnico da equipe principal, disputando, dentre outros, o Campeonato Paulista da 2ª divisão.
"Tanto o Careca (Carlos Pereira Mendonça) quanto o Jorge Araújo (infelizmente ambos já não estão mais conosco) me ajudaram muito com seus fundamentos e ideias sobre futebol. E eu tentava assimilar o máximo do conhecimento que eles tinham. E não quero deixar de dizer, é claro, que nessa jornada muita gente passou pela minha vida de forma positiva e colaborativa também", lembra Jorge Castilho.
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Ainda falando sobre as categorias de base, o técnico abriu um parênteses na entrevista para lamentar o fato de, hoje em dia, os clubes não terem mais tempo de formar seus atletas, atropelando etapas e entregando jogadores com deficiências em alguns quesitos básicos.
"A garotada hoje, desde os 11 anos, por exemplo, já vivem exigências de atletas profissionais e isso acaba com a criatividade e com a diversão delas em jogar futebol. É muito esquema tático e pouco trabalho de fundamentos básicos, como chute, troca de passes, cabeceio, tabelas, domínio etc. O garoto perde o seu poder de improvisação, que é a essência do nosso futebol. Precisa ser cada coisa trabalhada ao seu tempo, sem queimar etapas", analisa.
O Maringá e o destino
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Em 2020 chega o convite do Maringá Futebol Clube, do Paraná, para Castilho ser auxiliar técnico na 2ª divisão do Campeonato Paranaense. E aí o destino, mais uma vez, contemplou a sua humildade e competência com mais uma oportunidade em sua carreira: na 7ª rodada da competição o atual treinador da equipe foi demitido e "caiu no colo" de Jorge dar sequencia ao trabalho da equipe. Implantando suas ideias, pensamentos e conduta de trabalho, aos poucos ele conquistou a confiança do grupo e da diretoria, e acabou levando a equipe até a 1ª Divisão do Paranaense em 2021. "Gosto de transparência, dedicação e honestidade no trabalho. Conversas francas. Acredito que essa seja a fórmula do sucesso e, assim, conquistamos o tão sonhado acesso. Uma junção do comprometimento da diretoria, meu e dos atletas", enfatiza.
Classificado para a Copa do Brasil de 2023, Jorge Castilho, até o fechamento desta matéria, está no Guarujá, com sua família, enquanto aguarda o início da pré-temporada do Maringá F.C., que deve ter início ainda este ano. "Como estamos sem calendário no momento, agora é focar na preparação dos atletas para 2023, tendo como principal objetivo a Copa do Brasil. Confio no trabalho que desenvolvo e também nos jogadores que estarão conosco em busca disso".
Para finalizar, o técnico comentou sobre a Copa do Mundo que será disputada no final do ano, no Qatar, e a sua opinião sobre o trabalho de Tite.
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"Ele (Tite) está no caminho certo, ao meu ver, por ter compreendido que, hoje em dia, apenas o talento brasileiro não resolve sozinho. É preciso empenho tático, um modelo de jogo apoiado (contato, busca por espaços, toques rápidos, transições, saídas, movimentações etc.) diferente do que víamos com o Ronaldo Fenômeno, por exemplo, que era o um contra um. Acredito que temos tudo para vencer essa Copa sim", opina.