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Dilma e Blatter não vão discursar na abertura da Copa

A decisão é reflexo das vaias que ambos levaram no ano passado em Brasília, no jogo inaugural da Copa das Confederações

Pedro Henrique Fonseca

Publicado em 12/03/2014 às 00:58

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A presidente Dilma Rousseff e o presidente da Fifa, Joseph Blatter, não vão discursar na cerimônia de abertura da Copa do Mundo, dia 12 de junho, no Itaquerão, em São Paulo, quando jogarão Brasil e Croácia. A decisão é reflexo das vaias que ambos levaram no ano passado em Brasília, no jogo inaugural da Copa das Confederações.

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A decisão foi confirmada nesta terça-feira por Blatter, que, no entanto, não deu detalhes sobre a abertura da Copa. "Vamos fazer a cerimônia inaugural de maneira que não ocorram discursos", disse o presidente da Fifa, em entrevista à agência de notícias alemã DPA.

Oficialmente, a Fifa sustenta que foi apenas uma decisão técnica. Mas as vaias recebidas por Blatter e Dilma em Brasília, antes do jogo entre Brasil e Japão na abertura da Copa das Confederações, provocaram um desgaste. Na ocasião, o dirigente suíço chegou a pedir que o público no estádio "respeitasse" a presidente.

Depois daquela vaia em Brasília, Dilma acabou cancelando sua participação na final da Copa das Confederações, realizada no Maracanã. Ela entregaria a taça ao campeão - que viria a ser o Brasil. Blatter ficou irritado com a decisão dela e, logo após a competição, enviou carta ao Palácio do Planalto se queixando da ausência da presidente. Jamais recebeu resposta.

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Dilma Rousseff e Joseph Blatter não vão discursar na cerimônia de abertura da Copa do Mundo (Foto: Agência Brasil)

Na Copa, Dilma deverá estar presente em apenas duas partidas. A ideia do governo é que ela compareça na abertura do Mundial e também na final, independentemente da classificação da seleção brasileira para a decisão do título. Sua presença nesses jogos é praticamente exigência do protocolo.

Para fontes envolvidas na organização da Copa, Dilma terá uma "exposição mínima". A possibilidade de ela ser vaiada não vai alterar o planejamento que vem sendo feito pelo governo. Para interlocutores da presidente, ser vaiado durante esse tipo de evento faz parte até do folclore do futebol brasileiro e nem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi poupado - ele foi apupado pelos torcedores durante a abertura dos Jogos Pan-Americanos do Rio, em 2007.

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Para o governo, muito pior do que receber uma vaia seria a presidente deixar de comparecer a um torneio promovido e bancado pela sua administração, como se estivesse escondida da população.

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