AS COPAS QUE GANHAMOS

Deu Brasil: Na Copa de 1958 Pelé inicia seu eterno reinado no futebol

Veja detalhes e curiosidades sobre a Copa do Mundo de 1958, a primeira das cinco conquistas mundiais do Brasil

Leonardo Sandre

Publicado em 20/09/2022 às 11:56

Atualizado em 20/09/2022 às 11:59

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Aos 17 anos de idade, Pelé já fazia os olhos dos amantes do esporte brilharem, e o Brasil mostrava que ainda trataria de conquistar o mundo algumas outras vezes. / Reprodução/Editora On-line

A Copa do Mundo de 1958, realizada na Suécia, foi a primeira conquistada pelo Brasil, e foi a primeira Copa do rei Pelé, onde de cara já mostrou toda sua magia ao decidir a final contra os anfitriões e trazer a primeira das cinco taças para nosso País. Veja abaixo alguns detalhes sobre a Copa de 1958:

16 seleções nacionais foram qualificadas para participar desta edição do campeonato, sendo 12 delas europeias (Suécia, Alemanha Ocidental, Áustria, França, Tchecoslováquia, Hungria, União Soviética, Iugoslávia, Inglaterra, Irlanda do Norte, Escócia e País de Gales) e 4 americanas (Brasil, Argentina, Paraguai e México). O formato era de quatro grupos de quatro equipes, no qual todos se enfrentavam pelo menos uma vez.

 

As seleções favoritas:

Campeã em 1954, a Alemanha chegava como uma incógnita, havia perdido sete dos últimos 10 amistosos realizados antes do torneio, e havia uma interrogação sobre qual seria o futebol que os atuais campeões poderiam entregar.

A Hungria, então vice-campeã, mas consideradas por muitos a melhor seleção da Copa passada, passava por problemas em seu território, onde tanques soviéticos dominaram o território de Budapeste. Graças a isso, sua maior estrela e um dos maiores jogadores da história, Ferenc Puskas, e mais algumas lendas do país se exilaram na Espanha e não participaram na competição, deixando assim a seleção hungára muito enfraquecida.

A União Soviética era uma das grandes favoritas, chegando como a campeã olímpica de 1956 do Torneio de Futebol, em Melbourne. O time tinha toda a base que ganhara àquele torneio. Yashin, o goleiro soviético na Copa foi o primeiro da história a utilizar luvas em uma Copa do Mundo, equipamento hoje obrigatório para todos na posição.

A Inglaterra, quatro meses antes do início do torneio, fatalmente sofreu com um acidente que vitimou 23 pessoas, sendo oito jogadores do Manchester United, dois deles (Tommy Taylor e Duncan Edwards) titulares absolutos da seleção inglesa. Entre os sobreviventes, estava Bobby Charlton, reserva da Inglaterra em 1958, e campeão da Copa do Mundo de 1966. A Inglaterra acabou eliminada ainda na fase de grupos com três empates e uma derrota. Um dos empates foi com a seleção brasileira, 0x0, o primeiro jogo sem gols das histórias das Copas do Mundo.

Dona da casa, a Suécia era grande favorita, e contava com atletas experientes, que jogavam na Série A italiana, como Nils Liedholm, Agne Simonsson, Gunnar Gren e Kurt Hamrin.

 

O artilheiro

O francês Just Fontaine é ate hoje o artilheiro com mais gols em uma única Copa, com 13 gols marcados em 1958.

 

Destaques brasileiros

Pelé, aos 17 anos, foi o jogador mais novo a vencer uma Copa. Contundido pouco antes da Copa e com dores no joelho, pediu diversas vezes para ser mandado embora para o Brasil. Após uma conversa com o massagista Mário Américo, Pelé começou a ganhar confiança.

Edson Arantes do Nascimento, nosso lendário Pelé se tornou o mais jovem jogador a marcar um gol na Copa do Mundo quando balançou a rede na partida contra País de Gales. Ele tinha 17 anos e 239 dias. Pelé também é o mais jovem jogador a ser campeão do mundo.

Foi a primeira vez na história que um campeão levantou a taça, acima de sua cabeça, e foi Bellini quem eternizou esse feito, hoje repetido quase que todas as vezes que algum time é campeão de alguma competição. Na ocasião, o capitão recebeu a Taça Jules Rimet das mãos do rei da Suécia Gustav VI Adolf. Uma multidão de fotógrafos chamavam Bellini para fazer uma boa imagem dele com a taça. Solidário, levantou o caneco. A foto rodou o mundo e eternizou um gesto repetido pelos campeões do futebol.

Segundo Pelé, a equipe de 58 foi mais forte do que a seleção de 1970: "Individualmente, acho que a de 58 tinha muito mais jogadores que a de 70. Se você for ver, Didi, Nilton Santos, Garrincha, Pelé, Bellini, excelente em bola alta, Zito no meio. Se comparar o número de jogadores, 58 tinha a melhor equipe."

 

Preparação brasileira

Após bater na trave nas edições de 1938 (3º lugar) e de 1950 (vice-campeonato), além do fracasso no Mundial de 1954, a seleção brasileira montou para o campeonato mundial na Suécia um esquema que priorizava pela organização, comparado à completa bagunça dos anos anteriores. O empresário paulista Paulo Machado de Carvalho (homenageado futuramente com seu nome escolhido para o estádio do Pacaembu) chefiou a delegação que viajou para a Suécia.

O esquema tático do técnico brasileiro Vicente Feola fazia com que Zagallo atacasse e recuasse para marcar no meio-campo, dando origem ao 4-3-3. Com isso, o Brasil mostrou a mais sólida defesa do Mundial (quatro gols sofridos, ao lado do País de Gales). Na frente, o trio Pelé-Garrincha-Vavá fez história.

 

A Final

O Brasil entrou na final com: Gilmar; Djalma Santos, Bellini, Orlando e Nilton Santos; Zito e Didi; Garrincha, Pelé, Vavá e Zagallo. 

Reprodução do põster feito pelo Lance! em homenagem ao título de 1958

A Final da Copa do Mundo FIFA de 1958 foi disputada em 29 de junho no Estádio Råsunda, na cidade de Solna na Suécia, entre a Suécia e o Brasil. Foi a primeira vez que uma final de Copa do Mundo ocorreu entre uma equipe européia contra uma equipe Sul-americana. Foi também a primeira vez que ambas as equipes chegaram a uma final de Copa do Mundo, já que em 1950 não houve uma final de fato, e sim uma rodada final de um quadrangular.

O Brasil derrotou a equipe anfitriã por 5 x 2, e se tornou pela primeira vez campeão do mundo de futebol. Desta forma, essa foi a primeira vez - e por enquanto única - que a equipe anfitriã foi derrotada numa Final de Copa do Mundo (já que em 1950 não houve uma final mas sim uma rodada final de um quadrangular), e também a única vez que uma equipe européia não conquistou uma Copa do Mundo disputada na Europa.

Dois dias antes da final contra a anfitriã Suécia., os jogadores da seleção brasileira estavam aflitos, alguns quase aos prantos. Como as cores dos uniformes coincidiam, um sorteio decidiu que os donos da casa iriam a campo de amarelo.

Como o Brasil não tinha outro uniforme oficial, houve indefinição sobre a cor da camisa a ser usada na partida. Para os jogadores, supersticiosos, certamente um sinal de mau agouro, ainda mais com a lembrança da derrota em 1950, quando os atletas nacionais entraram em campo com o uniforme branco.

O chefe da delegação, Paulo Machado de Carvalho, percebeu o abatimento e procurou alguma solução para animar os atletas. Nos céus. Trancou-se no quarto e, diante da imagem de Nossa Senhora Aparecida, começou a rezar. Daí deu o estalo. Dirigiu-se de imediato à concentração e, com todos os jogadores a sua frente, disse com voz serena e segura: “Está decidido: vamos jogar de azul, a cor do manto de Nossa Senhora Aparecida. Ela vai dar a força que precisamos para ganhar o título”. O entusiasmos foi geral e a nova camisa foi encomendada às pressas a uma confecção sueca. Os números e distintivos foram costurados pelo massagista Mário Américo e o roupeiro Francisco Alves durante a viagem de trem de Gotemburgo, onde time jogou a semifinal contra a França, para Estocolmo. Na grande final, os suecos mal viram a cor da bola. Foram goleados por 5 a 2, o mundo passou a conhecer os garotos Pelé e Garrincha. De azul, o Brasil conquistou o primeiro dos cinco títulos mundiais.

Acostumados a jogarem de amarelo, o Brasil demorou a se acostumar que naquela final os amarelos na verdade seriam os suecos, resultado: gol da Suécia. Nils Liedholm logo no ínicio. Este gol sueco que inaugurou o placar, porém, não abalou a equipe

Numa das cenas mais emblemáticas desta Copa, Didi, certamente uma das peças mais importantes do time brasileiro, pegou a bola de dentro do gol brasileiro e, enquanto os suecos ainda comemoravam, foi calmamente andando com ela debaixo dos braços.

Ainda na primeira etapa o Brasil virou: Garrincha na linha de fundo, na área para Vavá, que marcara duas vezes, aos 9 e 32.

No segundo tempo o Pelé marca um dos gols mais bonitos da história do futebol, repercutido até os dias atuais, fazendo 3 a 1 com direto a um chapéu no marcador, aos 10. Zagallo aumentou aos 23. A Suécia diminuiu com Agne Simonsson, aos 35. Aos 45, Pelé deu numeros finais a partida.

Aos 17 anos de idade, Pelé já fazia os olhos dos amantes do esporte brilharem, e o Brasil mostrava que ainda trataria de conquistar o mundo algumas outras vezes.


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