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As declarações de Antonio de Sousa Ramalho, presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Civil de São Paulo (Sintracon-SP), irritaram a construtora Odebrecht e abriram uma crise com outra entidade sindical, o Sindicato dos Trabalhadores na Indústria e Infraestrutura de São Paulo, conhecido como
Sindicato da Pesada. Foi contestada a informação de Ramalho, deputado estadual pelo PSDB, segundo a qual um técnico de segurança alertou sobre o risco na operação que acabaria matando dois trabalhadores nas obras do estádio do Corinthians.
Flávio Ferreira, diretor do Sindicato da Pesada, apareceu na entrada do terreno de Itaquera pouco após as primeiras publicações da entrevista de Ramalho, concedida ali mesmo. Ele chamou a atenção para o fato de que “80% do pessoal” da obra é ligado ao seu sindicato, não ao presidido pelo deputado – inclusive os envolvidos na operação do guindaste, apontado como o maior da América Latina.
“Cara, o que a gente não quer é disse-disse, guerrinha, entrar em questão política. A verdade é que foi uma fatalidade. Já tem gente dizendo que foi o vento, que foi a máquina, que foi o solo... Pô, a estrutura caiu em cima do caminhão que passava. Foi uma fatalidade”, afirmou Ferreira.
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O sindicalista da Pesada negou a existência de um documento que indicava o perigo, como cogitou Ramalho, e disse que sua preocupação no momento é com a família das vítimas. Voltando à “guerrinha”, lembrou que o deputado tucano não apareceu no estádio do Palmeiras, em reconstrução, quando lá aconteceu um acidente fatal.
Investigação
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Questionada sobre a acusação do Sintracon-SP, a empreiteira Odebrecht também disse desconhecer o suposto documento que comprova o alerta sobre a possibilidade de acidente. A responsável pela construção do estádio do Corinthians prometeu fazer uma apuração interna todos os fatos ligados à queda da estrutura metálica.