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Pressionado pelo escândalo da prisão de José Maria Marín, o atual presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Marco Polo Del Nero, tenta tirar a entidade do centro da tempestade. Ele garante não ter tido nenhum envolvimento na assinatura de contratos ilegais durante o período da administração do antecessor.
“A função do vice-presidente é colaborar naquilo que o presidente solicita. Tudo que ele solicitava que eu fizesse, eu fazia”, discursa Del Nero, referindo-se aos três anos em que serviu Marín na alta cúpula da CBF. “Não assinei nenhum contrato na administração do presidente Marín.”
O ex-presidente da CBF é acusado pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos por envolvimento em dois crimes. Ele teria recebido suborno de R$ 15 milhões da empresa uruguaia Datisa, sócia da Traffic. A negociação envolvia a compra de direitos de transmissão de três edições da Copa América, além da Copa América do Centenário, que será em 2016. O acordo teria sido feito em maio de 2013, quando Marín era então presidente da CBF.
A outra denúncia também é sobre pagamento de propina, na venda de direitos de transmissão da Copa do Brasil. A transação teria ocorrido em agosto de 2012, envolvendo a Traffic e outra empresa de marketing esportivo não identificada. O acerto previa pagamento de R$ 2 milhões anuais para Marín e outros supostos envolvidos.
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Mas as acusações não fazem do cartola preso um condenado, defende o advogado Marco Polo Del Nero. O atual presidente deixa subentendido que, por ele, o antecessor não estaria banido da entidade antes de ser julgado. “É triste. A gente presta solidariedade ao ser humano, amigo. Mas na função de presidente da CBF tem que tomar as providências necessárias.
Estou muito chateado, perplexo, mas tenho de exercer a função em favor da CBF", pondera, responsabilizando a Fifa pelo banimento de Marín do quadro da confederação nacional.
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"Uma pessoa só é considerada culpada após o trâmite em que for julgada. Mas recebemos tarefa da Fifa, que é uma entidade soberana, no sentido de banir o vice-presidente. Estamos seguindo a decisão da Fifa”, explica.
Detido em Zurique na última quarta-feira, José Maria Marín segue preso em solo europeu até ser extraditado para os Estados Unidos. Ele deve ser julgado em Nova Iorque com a defesa prestada pela Conmebol, mas a CBF estuda também prestar assessoria jurídica. “É um assunto que vai ser discutido pela diretoria, temos que esperar os acontecimentos”, diz Del Nero.
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