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Os cinco candidatos à presidência do Santos estiveram frente a frente nesta terça-feira à noite no debate promovido pela Santa Cecília TV. Durante duas horas, Modesto Roma Jr., Orlando Rollo, Nabil Khaznadar, Fernando Silva e José Carlos Peres puderam contrapor, divergir e responder a dez questões de jornalistas convidados, tudo ao vivo.
Apesar do clima tenso no início, com os próprios pleiteantes ao cargo que hoje é de Odílio Rodrigues demostrando um certo nervosismo, a proposta do debate passou a ficar um pouco mais acalorada com os candidatos tendo que se contrapor em dupla.
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José Carlos Peres deixou claro que pretende acabar coma reeleição, ao se dirigir a Fernando Silva, que discordou. “É um ponto de vista seu, do seu grupo, tudo depende do primeiro mandato. Se houver sucesso, por que não?”, disse Silva.
Em seguida, um dos pontos altos do debate foi o momento em que Fernando Silva e Orlando Rollo detonaram a falta de conhecimento dos candidatos Nabil Khaznadar e Modesto Roma, que antes disseram que o orçamento aprovado pelo Conselho Deliberativo para o próximo ano era de R$ 250 milhões.
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"Depois de ver candidatos que não sabem o orçamento aprovado, de R$ 198 milhões, como você vê essa situação? Eles não participaram da reunião”, clamou Fernando Silva, acompanhado por Rollo. “Fico preocupado, dois candidatos que não sabem. Peço que os candidatos se atualizem e estudem para estar no debate”, concluiu.
Peres, sem muito firme em suas colocações, como fez em toda campanha, usou o G4, união dos quatro principais clubes paulistas e no qual está à frente, para expor seus feitos. “O G4 foi o que de melhor aconteceu. Em janeiro de 2010, levei R$ 10 milhões de bônus para o eu presidente Luis Álvaro. Fizemos com que os clubes recebam os mesmos valores na transmissão do Campeonato Paulista”, falou Peres.
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Além disso, Peres avisou que pretende se reunir com todas as outras chapas, caso eleito, afim de unir forças pelo Santos. Rollo, porém, deixou claro que não aceita conversar com a ala de situação. “Eu defendo a união, mas diferente. Os atuais situacionistas serão defenestrados do clube, chamarei apenas os opositores, e quero o senhor nos ajudando no G4, muito útil ao Santos”, explicou.
Após o debate, os candidatos fizeram suas análises e colocaram seus pontos de vistas de olho na eleição de sábado, com exceção de Nabil Khaznadar, que deixou o local rapidamente e não se pronunciou perante os aproximadamente 15 jornalistas que cobriram o evento.
Modesto Roma, apoiado por Marcelo Teixeira era um dos mais tranquilos, se disse contente com a participação e minimizou o fato de seu convívio com o ex-presidente ter sido usado diversas vezes em tom provocativo. “Marcelo Teixeira é meu amigo, é uma honra que nem todos podem ter”, disse Modesto, voltando a defender que representa a única oposição, ao ser questionado sobre possíveis complôs entre os candidatos. “Não é que houve parceria de alguns candidatos. Eles fizeram parte da mesma gestão, é normal que tenham parceria. Eu sou oposição, eles são situação. Ou não são?”, encerrou.
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Já José Carlos Peres, após o debate, voltou a falar em aliança entre as chapas que concorrem à eleição. “Achei um pouco agressivo, mesmo porque o Santos precisa de mais união e não mais de desunião”, explicou, também sem deixar de comentar a relação entre candidatos durante o debate. “Orlando Rollo e Fernando Silva estavam bem afinados, mas acho que isso não interfere em nada. Nós não fomos praticamente atacados porque não devemos nada, não temos rabo preso e não nos ligamos a nenhum outro grupo”, disse Peres.
Fernando Silva, de prontidão, questionou as insinuações dos outros candidatos. “Não dá para a gente falar isso porque foi tudo sorteado”, esbravejou, admitindo, porém, que buscou coligações com o próprio Peres e com Modesto Roma. “Nós tentamos a união, deixando rivalidades e divergências políticas de mais de 15 anos tentando uma união com o Peres, tentando com o próprio Marcelo (Teixeira), nós tentamos. Agora, é o jogo para inglês ver, porque o Peres em minuto nenhum aceitou sair da condição de presidente, então, como é que vai ter acordo? Agora, vir para as câmeras e fazer um discurso de união é muito bonito, mas o que vale é a prática”, afirmou, agora sem medo de apontar seu principal rival. “Nosso maior adversário é o Modesto Roma, pelo estilo de administração que ele quer implantar no Santos. Acho que nós vamos voltar no tempo”, ressaltou.
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Orlando Rollo, o mais combativo em enfático durante as duas horas de debate, também procurou se defender e esclarecer as concordâncias que teve com Fernando Silva na TV. “Cada um falou sobre uma pergunta específica e os pensamentos eram convergentes. Então, não houve conluio algum. Até porque quem tentou uma composição foi o Modesto e o Fernando, todo mundo sabe disso. Repito, circunstâncias do debate nos levaram a comentar assuntos comuns em que tínhamos convergências de ideais”, explicou.
E Rollo também não titubeou quando questionado sobre quem deixou a desejar no encontro. “Eu achei que alguns candidatos, como Modesto e o Nabil, vieram totalmente despreparados, inclusive sem analisar o orçamento para o ano que vem. Eles não conheciam nem os seus próprios planos de gestão. Isso me decepciona bastante. Achei eles bastante despreparados”, revelou, sem deixar de apontar sua fúria contra a chapa apoiada pela situação do clube. “A situação precisa ser defenestrada do Santos Futebol Clube. Que eles continuem assistindo futebol, comendo pipoca, cachorro quente, vibrando com os gols, mas fora da política do Santos”, concluiu.
Diante de muita discussão e reflexão, os sócios aptos a votar decidem neste sábado, na Vila Belmiro, o próximo presidente do Santos, que comandará o clube neste três anos seguintes.
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