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As atuações de Cristiane no Torneio Internacional Cidade de São Paulo não chegaram nem perto do que o torcedor esperava. Com uma lesão diagnosticada antes de a competição ter início, a atacante foi levada para o grupo nacional com o intuito de passar experiência às jovens atletas. O objetivo não se concretizou da maneira como a comissão técnica gostaria e sobraram críticas até mesmo para Corinthians e Santos.
Cristiane passou pelo Corinthians entre 2008 e 2009. Após boas apresentações no time de Parque São Jorge, a atleta amargou o fim da equipe e se aventurou nos Estados Unidos. De volta ao País para defender o Santos, a atacante passou pela mesma desconfortável experiência e resolver demonstrar toda a sua insatisfação contra os dirigentes que “iludiram” as jogadoras que tentavam a sorte no futebol feminino brasileiro.
“Eles sempre colocam que não vão acabar e acho mais fácil ser sincero. Tacar logo que não quer e não tem como fazer do que ficar iludindo todo mundo. As meninas depositam uma esperança em cima daquilo e apostam tudo o que tem. No final, eles acabam dando no meio das nossas pernas e a gente fica sem ter o que fazer e nem por onde recomeçar”, disparou a atleta, que também não poupou a CBF e a Seleção Brasileiras de suas críticas.
“Eu estou há quase 12 anos aqui na Seleção e já passei por maus bocados. Mesmo assim, eu continuo esperando que alguma coisa aconteça. A gente sempre repete o mesmo discurso. Mas perdemos tudo este ano e as pessoas olham de maneira contrária ao time. São em momentos como esses que precisamos de incentivo, e não de times como o Corinthians e o Santos que acabaram. Se ganhando não tem mudança, imagina perdendo”, completou.
Lesionada durante a disputa do torneio disputado em São Paulo, Cristiane disse que o técnico Márcio Oliveira tinha conhecimento de suas condições físicas e não quis abrir mão de sua convocação. Com um gol marcado ante Portugal e um pênalti perdido diante do México, a atleta amargou a reserva nas duas partidas contra a Dinamarca e sagrou-se campeã após o time empatar por 2 a 2 com as europeias, na última quarta-feira, no Pacaembu.
“A comissão já sabia qual era o meu estado real de lesões. Eles optaram por fazer um tratamento intensivo para eu jogar pelo menos 45 minutos. E foi isso que foi feito. Sempre vão existir críticas em cima das jogadoras mais experientes. Mas quem sabe do nosso potencial entende quando estamos 100% e quando só podemos nos doar 50% em campo”, declarou.
Agora, a camisa 11 da Seleção aguarda a virada de ano para definir qual será o seu futuro no futebol feminino. A jogadora está sem clube desde a sua saída do São José e espera novas oportunidades para brigar com as jovens promessas que ganharam espaço após a chegada de Márcio Oliveira no comando técnico canarinho.
“Este torneio foi importante para isso. As meninas se destacaram bem nos jogos que o Márcio deu a oportunidade. Elas precisam agarrar isso e não só deixar passar. Esse time não é nosso. Todas nós estamos de passagem por aqui. E se eu tiver mais chances, eu vou estar pronta para brigar com essas garotas”, concluiu a centroavante brasileira.
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