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A decisão da diretoria do Santos em descartar Oswaldo de Oliveira depois de acertar com o treinador pode ser vista, por um olhar simplista, apenas como mais um fato curioso do futebol brasileiro. No entanto, a atitude serviu para escancarar um problema com o qual o clube tem convivido em seus bastidores. O Comitê Gestor santista não está feliz com as últimas atitudes do presidente Modesto Roma Jr. Na opinião de seus membros, Modesto está se deixando levar pela influência do vice, Cesar Conforti, e principalmente pelo superintendente, Dagoberto Santos.
Dagoberto tem sido o braço direito do presidente alvinegro desde o início de seu mandato, em janeiro. Porém, o profissional contratado não é bem quisto por praticamente ninguém no clube. Membros do Comitê Gestor, conselheiros e até jogadores ‘olham torto’ para Dagoberto.
No fim de maio, André Zanotta pediu demissão ao ser rebaixado para o cargo de gerente de futebol e Dagoberto, que antes era o CEO do Santos, passou a receber um salário de R$ 80 mil por mês, maior do que o de alguns atletas do elenco.
"As pessoas não sabem o quanto é complexo reduzir custo com atleta pedindo R$ 800 mil, torcida pressionando por elenco caro… Um profissional que conseguiu reduzir a folha salarial da maneira como ele foi capaz… Estou para dizer que seu salário é até pequeno", disse Modesto Roma Jr, ao jornal Diário de S. Paulo, em defesa de seu “protegido”.
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Na última sexta-feira, Dagoberto Santos almoçou com Oswaldo de Oliveira, no Rio de Janeiro, e acertou os últimos detalhes para o técnico voltar à equipe após nove meses. Porém, o fato da negociação ter sido alinhavada sem a consulta do CG fez com que os membros se reunissem no mesmo dia e votassem contra a contratação do técnico neste momento, mantendo Marcelo Fernandes como ‘tampão’ à frente do time.
Modesto Roma Jr e Cesar Conforti chegaram a se irritar com a situação, aparentemente orquestrada, mas não convenceram seus ‘aliados’ do contrário. O nome de Oswaldo de Oliveira não era nem mal visto pelos dirigentes santistas. Mas a forma como tudo foi conduzido gerou tanta revolta que a ocasião acabou sendo usada como uma espécie de retaliação, se tornou um ‘recado dado’.
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Vale lembrar que o estatuto do clube prevê que todo treinador a ser contratado pelo Peixe precisa ser aprovado pelo Comitê Gestor. Sem o sinal positivo, o presidente fica de mãos atadas.
Aliás, alteração do estatuto é uma das prioridades de Modesto Roma Jr. Desde a campanha eleitoral, o mandatário avisou que usaria o CG como um grupo de “Conselho Administrativo”, com as principais decisões sendo tomadas pelo presidente. Entretanto, nesta sexta, Modesto percebeu que, enquanto não conseguir mudar o texto do estatuto do clube, seguirá devendo satisfações aos outros membros.
Atualmente, José Renato Quaresma, José Macedo Reis, Jorge Corrêa da Costa, Lourenço Lopes, Gastone Righi, Rodrigo Marino e Paulo Roberto Dias, junto com Modesto Roma Jr e Cesar Conforti, formam o Comitê Gestor santista.
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