Quem não conhece de perto pode achar que Paulo Henrique Ganso é um pouco mascarado pelas declarações. Mas basta olhar para o jogador para ver que ele é o oposto disso: cabelo comum, sem brincos extravagantes ou colares de ouro e jeito de pessoa simples. Só que na hora de falar, demonstra uma grande confiança em seu futebol. "Vim para o São Paulo para isso: jogar muita bola. É uma nova fase na minha vida e espero conquistar muitos títulos e fazer história no clube", avisou, em entrevista coletiva nesta quarta-feira (14).
Ele está há dois meses e meio sem disputar uma partida oficial e conta as horas para voltar a campo. Neste domingo contra o Náutico, é mais provável que ele fique no banco de reservas e entre no decorrer da partida, pois sabe que não tem como suportar os 90 minutos. "Minha condição física está excelente e espero, se entrar, atuar o maior tempo possível", disse. Mas o preparador físico Sergio Rocha, que esteve com ele todos os dias mesmo com o grupo de folga, garante que o fôlego ainda vai fazer falta. "Acho difícil ele aguentar os 90 minutos", afirmou.
O preparador do São Paulo conta que Paulo Henrique Ganso foi um exemplo de profissional neste período que ficou longe dos gramados e que se mostrou muito dedicado. "Ele está muito bem e evoluindo de uma maneira progressiva. Teremos um jogo-treino no qual ele será avaliado e na sexta poderemos avaliar melhor sua condição de jogo", disse Rocha, citando a partida desta quinta que o time fará no CT da Barra Funda contra os juniores do Guarani.
Aos 23 anos, Paulo Henrique Ganso reconhece que já sente um friozinho na barriga e acha que entrará no time em um momento excelente, quando o time luta por uma vaga na Copa Libertadores e está classificado para a semifinal da Copa Sul-Americana. "Estou bastante ansioso, mas não me sinto pressionado. Estou me sentindo super bem e tranquilo", explicou, mas sempre fugindo da pergunta sobre no lugar de quem entrará. "Estou voltando de lesão e o Ney Franco já tem o time montado. Eu entrar vai depender de como estará a partida", despistou.
Como Paulo Henrique Ganso atua na meia, se o treinador não quiser mexer na estrutura da equipe, quem deve perder o lugar é Jadson, que às vezes sofre com as críticas da torcida, mas que tem moral com Ney Franco. Para o estreante, os dois podem atuar juntos. "Ele já mostrou que é um baita jogador e se não me engano é o líder de assistências do Brasileirão".
Com moral
Raí, ídolo tricolor, vê com bons olhos a chegada de Paulo Henrique Ganso e espera que o jogador possa manter o mesmo nível de grandes meias que já passaram pelo clube do Morumbi e dê mais consistência à equipe. "Acho que, pelo estilo do Ganso, que dá ritmo à equipe, sabe cadenciar e tem uma técnica apurada, ele é um jogador que pode cair como uma luva num São Paulo que está subindo de produção. O Ganso tem tudo para potencializar ainda mais o que existe nesse trabalho", lembrou.
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