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O clima quente dos meses de novembro e dezembro na cidade de São Paulo pode virar um grande problema para o Corinthians. Tudo por causa da demora na instalação do equipamento que será responsável por resfriar as raízes da grama no estádio em Itaquera. O clube optou por um gramado de inverno e, pelo cronograma original, já deveria ter tudo funcionando. Existe até o risco de, se ficar muito quente e o equipamento ainda não estiver ligado, a empresa responsável pelo campo ter de fazer um "consórcio", ou seja, colocar outro tipo de grama junto para a performance ficar melhor.
"Estamos extremamente felizes com o gramado, que está bem forte, mas temos de acelerar a instalação porque temos o problema do calor", explicou Roberto Gomide, presidente da World Sports, empresa responsável pela implantação do campo na arena. O custo do projeto, considerado de ponta, é de aproximadamente R$ 7 milhões. Só a máquina que faz o resfriamento das raízes e a drenagem a vácuo custa R$ 1 milhão.
Recentemente, representantes da Fifa estiveram na Arena Corinthians e aprovaram o gramado. Ele foi construído para ser um dos melhores do mundo e conta com todo tipo de tecnologia para ser um verdadeiro tapete. O campo terá à disposição sistema de refrigeração, sensores para grama, solo e luminosidade, sistema que oxigena o gramado, drenagem a vácuo, entre outras coisas. Mas o grande problema é que, pelo planejamento inicial, tudo isso já deveria estar funcionando há pelo menos um mês. "Falta a ligação do aparelho que faz a drenagem a vácuo e injeta o ar. Estamos na fase final e acredito que mais 15 dias termina tudo", afirmou Roberto Gomide.
Um fator que tem ajudado o Corinthians é que o clima na cidade de São Paulo não tem estado muito quente e, mesmo quando faz calor, durante a noite a temperatura cai um pouco e isso colabora para a grama de inverno não sofrer tanto. "Foi feito um projeto para a grama conseguir sobreviver. O equipamento já está na sala correta e estão sendo feitas as adaptações e instalação da energia elétrica. O risco acontece sempre, mas temos ferramentas de controle para ter precisão maior".
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Roberto Gomide lembra que a grama é um ser vivo e está sujeita às condições climáticas e pragas. "Em todo gramado é assim. Pode haver ataque de doença, é preciso irrigação, manutenção constante, com gente qualificada. O nosso trabalho é diário. Posso dizer que o gramado está forte e estamos otimistas. Todo final de obra atrasa, é normal, mas pegaram o gramado como sendo patrimônio", revelou Gomide, que tem contrato para cuidar do gramado até o final da Copa de 2014.
Reforço
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Outro item que está atrasado é a injeção de grama sintética no campo, que garante que ele fique mais firme. Pela programação do Corinthians, a equipe já deveria ter feito um treino oficial no estádio, mas sem esse procedimento no campo fica inviável, pois pode ocorrer de pedaços de grama se soltarem com a atividade.
Para fazer o reforço, uma máquina especial faz uma espécie de costura na grama natural e o serviço deve começar em breve. "A grama está bem forte, mas precisamos iniciar esse trabalho. O pessoal da empresa Desso vem da Europa para fazer isso e eles devem começar em breve", disse Gomide. "O campo está estabilizado. O máximo que pode acontecer é ter de fazer o ‘consórcio’ com outros tipos de grama, mas isso seria o plano B. No fundo, não contamos com isso", avisou.
Ele também espera que o Corinthians e a Odebrecht aceitem a proposta de instalação de ventiladores para melhorar a circulação do ar no gramado. "Estamos aguardando uma definição", concluiu.
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Projeto aprovado
A Assembleia Legislativa aprovou na última terça-feira um projeto de lei que autoriza o governo do Estado a pedir até R$ 360 milhões emprestados para concluir obras viárias no entorno do estádio do Corinthians em Itaquera. Enviado para apreciação dos deputados em setembro, o projeto foi aprovado em caráter de urgência porque as obras precisam ser entregues em maio de 2014.
O dinheiro será aplicado na construção de viadutos, avenidas, passarelas e alças de acesso. A justificativa é que "durante os jogos da Copa do Mundo 2014, o conjunto de viadutos melhorará a locomoção dos torcedores que passam pela região", de acordo com o projeto de lei. Está prevista a construção de uma passarela (que será a maior de São Paulo), com 185 metros de extensão e 110 metros de vão livre, cujo objetivo é facilitar o acesso ao novo estádio.
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O governo estadual alega que o conjunto de obras, chamado de Complexo Viário Polo Itaquera, vai atingir 2,4 milhões de habitantes do extremo leste de São Paulo e mais 5 milhões de moradores do leste da Região Metropolitana. O custo total é de R$ 530,2 milhões, sendo R$ 132,3 milhões pagos pela Prefeitura.