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Ceni tenta chapéu e cede empate, mas São Paulo é vice-campeão

Depois do apito final, apesar da longa bateria de fogos preparada pelo clube em homenagem ao talento que revelou e recebeu de volta neste ano, as comemorações não foram tão efusivas

Pedro Henrique Fonseca

Publicado em 30/11/2014 às 19:49

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Passados quatro dias da eliminação na Copa Sul-americana, o Morumbi poderia ter sido palco apenas de comemorações neste domingo. Afinal, o dia era de aniversário de Muricy Ramalho e da última partida de Kaká no estádio. Mas o São Paulo cedeu empate por 1 a 1 ao Figueirense devido à uma tentativa desastrosa de Rogério Ceni de dar um chapéu fora da área, quase no fim do jogo. Mesmo assim, fica com o vice-campeonato brasileiro a uma rodada do fim da competição.

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A vitória com gol do zagueiro Edson Silva não faria jus à atuação inconsistente do time, é verdade, porém o resultado e o sentimento após o apito final teriam sido diferentes não fosse a lambança. Aos 38 minutos do segundo tempo, com um a mais em campo e com o jogo praticamente sob controle depois de suportar uma série de investidas do Figueirense, o goleiro de contrato recém-renovado deixou a grande área para se antecipar a Marcão, tentou dar um chapéu e entregou a bola no peito de Mazola. O ex-são-paulino a carregou e finalizou de fora da área para balançar a rede e provocar a torcida.

Torcida que fez festa ao longo do segundo tempo ao saber da derrota parcial do rival Corinthians (até então único concorrente capaz de impedir o vice-campeonato), ao ver o gol de Edson Silva e também na substituição de Kaká para a entrada de Alexandre Pato. Depois do apito final, apesar da longa bateria de fogos preparada pelo clube em homenagem ao talento que revelou e recebeu de volta neste ano, as comemorações não foram tão efusivas.

Daqui a uma semana, pela última rodada da competição, o São Paulo visitará o Sport, ao passo que o Figueirense jogará como mandante contra o Internacional, em Chapecó.

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O jogo

Com a renovação de contrato de Rogério Ceni, a festa preparada para este domingo foi quase exclusiva a Kaká, que fazia sua última partida no estádio antes de se apresentar ao Orlando City - a despedida do meia será daqui a uma semana, no Recife. Mas o aniversariante Muricy Ramalho também não foi esquecido. Em vez de gritar apenas o nome do treinador, a torcida cantou parabéns e o surpreendeu.

Quarenta e cinco minutos depois, a animação daria lugar a um princípio de vaia na arquibancada. No primeiro tempo, nem Kaká nem o restante do time confirmaram a expectativa de um bom jogo. "Foi morno", resumiu Paulo Henrique Ganso, um dos são-paulinos mais ligados até o intervalo, ao lado do zagueiro Rafael Toloi, que errou pênalti no meio de semana, na eliminação na Copa Sul-americana, mas tem tido boas atuações em sequência.

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Kaká fez sua despedida do Morumbi em sua segunda passagem pelo Tricolor (Foto: Divulgação/SPFC)

Alan Kardec, outro a desperdiçar cobrança na disputa de pênaltis contra o Atlético Nacional, foi quem apareceu pela primeira vez com perigo pelo time da casa. Aos 12 minutos, o atacante saltou com liberdade para desviar de cabeça um cruzamento vindo da esquerda, mas não alcançou a bola. Quatro minutos depois, foi a vez de ele cruzar para Kaká, do outro lado da área, finalizar cruzado, paralelamente à meta defendida pelo goleiro Tiago Volpi.

O Figueirense tinha alguma velocidade, mas igualmente pouca criação. A não ser em uma tentativa sem sucesso do ataque de encobri-lo, Rogério Ceni pouco se preocupou ao longo da primeira etapa. A grande chance catarinense veio apenas aos 41 minutos, no momento em que França se livrou de Edson Silva na velocidade e invadiu a área pela linha de fundo. O goleiro são-paulino supôs que o lance terminasse em cruzamento e acabou se atirando para o meio da área, porém o volante arriscou cruzado e errou.

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Foi então que se ouviram os primeiros ruídos em um dos setores do estádio. Em contrapartida, na arquibancada detrás de Tiago Volpi, a torcida tricolor chegou a gritar gol antes do intervalo, em uma falta cobrada por Rafael Toloi que tocou a rede, já fora de campo. Antes disso, o zagueiro já tinha tentado marcar em outra bola parada, sendo parado pelo goleiro do Figueirense.

Para mudar o cenário, Muricy não fez nenhuma substituição no intervalo. Pediu apenas para que o gramado fosse molhado. Coincidência ou não, a partida ficou muito mais movimentada. Logo aos três minutos, em contra-ataque de dois jogadores contra um, Marcão fintou Edson Silva dentro da área e rolou para Pablo, de frente para Rogério Ceni, acertar o travessão. A resposta veio em dois minutos: Kaká tentou drible na linha de fundo, adiantou demais e deixou para Luis Fabiano arrematar cruzado para fora.

Aos nove, William disparou pela ponta direita, nas costas de Álvaro Pereira - substituído mais tarde por Reinaldo -, invadiu a área e bateu rente à trave. No minuto seguinte, o travessão salvou o Figueirense, quando Luis Fabiano arriscou da entrada da área. Depois disso, foram quase 15 minutos de domínio absoluto da equipe visitante, com pelo menos quatro chegadas com perigo à grande área.

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O São Paulo contaria com ajuda externa para se recolocar no jogo. Aos 22 minutos, quando assinalado pênalti a favor do Fluminense contra o Corinthians, foi anunciada a vitória parcial do time carioca por 3 a 1, e a torcida são-paulina se contagiou. Convertida a penalidade dois minutos depois, o quarto gol no Maracanã empolgou ainda mais e, imediatamente, o São Paulo abriu o placar: Edson Silva aproveitou cobrança de escanteio pelo lado direito e tirou a bola do alcance de Tiago Volpi.

Aos 31 minutos, a expulsão de William em tese facilitaria a missão de segurar a vitória. Com um a mais em campo, Muricy colocou Alexandre Pato para que Kaká saísse aplaudido pela torcida e abraçado por Rogério Ceni. O treinador só não esperava que, mais tarde, o goleiro errasse uma tentativa de dar um chapéu de fora da área e permitisse Mazola empatar. A derrota só não veio porque, aos 44, o mesmo atacante acertasse a trave esquerda.
 

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