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Ceni perde pênalti, e São Paulo para no oitavo 0 a 0 do Corinthians

A igualdade deste fim de semana ainda manteve bons retrospectos em Majestosos a favor do Corinthians, que não perdeu os seus últimos 12 clássicos contra o São Paulo no Morumbi

Publicado em 13/10/2013 às 18:59

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O São Paulo não foi além de um resultado bastante comum para o Corinthians na temporada, na tarde deste domingo. O clássico que opôs dois rivais em má fase no Morumbi acabou em 0 a 0 – com direito a mais um pênalti desperdiçado pelo goleiro e capitão Rogério Ceni, aos 45 minutos do segundo tempo. Foi a oitava vez no Campeonato Brasileiro em que a equipe comandada por Tite ficou em uma igualdade sem gols.

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O resultado é pior para o São Paulo, ameaçado pelo rebaixamento à Série B e agora com 34 pontos ganhos. O Corinthians não está em situação muito melhor, pois soma 37 e vê o objetivo de obter classificação para a Copa Libertadores da América ficar cada vez mais distante de ser alcançado. Os dois times voltarão a campo na noite de quarta-feira: o tricolor contra o lanterna Náutico, de novo no Morumbi, e o alvinegro diante do Grêmio, em Porto Alegre.

A igualdade deste fim de semana ainda manteve bons retrospectos em Majestosos a favor do Corinthians, que não perdeu os seus últimos 12 clássicos contra o São Paulo no Morumbi e ainda terminará a atual temporada sem ter sido derrotado pelo rival. Venceu três partidas e empatou outras três em 2013.

O jogo

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O clássico deste fim de semana não valia troféu. Mas, como vencer para fugir da zona de rebaixamento parecia ser tão importante quanto ganhar um título, as provocações começaram cedo. O Corinthians queria levar a campo a sua taça de campeão paulista de 1977 (chegou ao Morumbi com a peça, mas desistiu da ação de última hora), em função do aniversário de 36 anos do torneio. A medida aguçou a vontade de João Paulo de Jesus Lopes, vice-presidente de futebol do São Paulo, de trazer uma “carreta bem grande” com as principais conquistas tricolores.

 Ceni deu ouvidos aos gritos da torcida do São Paulo, apresentou-se para a cobrança, fez uma expressão séria antes de bater – que se transformou em tristeza ao ver Cássio saltar no canto e defender (Foto:Leandro Martins/Agência Estado)

Já no gramado, o atacante Emerson era o maior alvo das gozações. Ouviu diversos gritos de “beija”, em referência à polêmica foto em que dá um selinho em um amigo, e tentou responder de qualquer maneira. Logo no primeiro minuto de jogo, deu poucos passes com a bola nos pés após passar pelo meio-campo e testou Rogério Ceni com um chute de muito longe. A conclusão saiu tão torta que ele pareceu ter mirado na faixa com a inscrição “time grande não cai”, pendurada na arquibancada, e não no gol.

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Finalizar de longa distância poderia ser uma maneira de o Corinthians minimizar a sua falta de criatividade – exacerbada pela ausência do lesionado Paolo Guerrero e de Alexandre Pato, defendendo a Seleção Brasileira. Mesmo sem uma referência ofensiva, Tite preferiu reforçar o poder de marcação do meio-campo com Edenílson, deixando Alessandro na lateral direita e Douglas no banco de reserva. Pode ter sido produtivo no treinamento secreto da véspera do clássico. Não no primeiro tempo.

Fazendo valer o mando de campo, o São Paulo pressionou o Corinthians desde os primeiros minutos de jogo. O time de Muricy Ramalho – mesmo sentindo a “grande falta de um bom pivô”, como definiu o técnico – parecia habituado a não contat com o contundido Luis Fabiano. Tanto é que o substituto Aloísio foi o mais festejado pelos torcedores antes de a bola rolar. Aos sete minutos, ele viu de perto a primeira chance de gol do seu time, quando Jadson recebeu a bola na entrada da área e bateu no canto. Para fora.

A oportunidade foi um indício do que estava por vir. Aproveitando-se algumas vezes de uma confusa linha de impedimento corintiana e muitas da lentidão dos laterais Alessandro e Fábio Santos, o São Paulo tomou o controle da partida. Chegou a computar 79% de posse de bola. Na defesa, parar a ligação direta que o Corinthians fazia para Emerson e Romarinho também não aparentava ser missão das mais complicadas. O Sheik preferia até pedalar descoordenadamente ou se jogar dentro da área ao ir de encontro com a marcação.

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Criticado justamente por tentar cavar pênaltis nos últimos jogos, Romarinho fez o contrário aos 28 minutos, na melhor chance corintiana do primeiro tempo. O atacante carregou a bola em velocidade pela ponta esquerda, superou os defensores do São Paulo e foi individualista ao não passar a bola para Emerson. Ainda assim, o chute dele deu trabalho para Rogério Ceni.

Aquela rara investida do Corinthians deixou o São Paulo mais agressivo. Logo na jogada seguinte, Maicon ficou livre de marcação na pequena área e desperdiçou uma grande chance com a cabeçada para fora. Alguns torcedores ameaçaram gritar gol. O mesmo ocorreu um minuto mais tarde, aos 30: Jadson fez assistência com maestria para Ademilson, que passou por Alessandro dentro da área e bateu firme. Cássio salvou o Corinthians com uma bela defesa.

Aos 44 minutos, o São Paulo ainda assustou o Corinthians pela última vez na primeira etapa. Jadson, sempre ele, optou pela cobrança de falta ensaiada e só rolou a bola para Aloísio. O atacante estufou o peito para concluiu no gol, porém acabou travado por Fábio Santos. “Isso mostra o bom primeiro tempo que fizemos. Está faltando o gol”, analisou Maicon, satisfeito ao descer para o vestiário. Alessandro, ao contrário, transparecia preocupação: “Temos que melhorar”.

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Com mais disposição, o Corinthians até evoluiu no começo do segundo tempo (pouco depois de torcedores organizados tricolores entrarem em conflito com policiais militares) – o que abriu ainda mais espaços para o São Paulo atacar. Não foi o suficiente para convencer Tite, que sacou o sonolento Danilo para a entrada de Diego Macedo aos 12 minutos. O seu time passava a contar com três laterais destros no gramado. E também a ser mais presente no setor ofensivo.

Sem se intimidar com o clássico, o recém-chegado Diego Macedo pedia a bola com frequência e encarregava-se de armar o Corinthians. Aos 15, saiu dos pés dele o lançamento que Rodrigo Caio não conseguiu cortar. Emerson recebeu, invadiu a área e parou na boa saída de gol de Rogério Ceni. Tite aplaudiu a iniciativa, enquanto Muricy Ramalho gesticulou freneticamente para a sua equipe retomar a pressão em busca do gol de desempate.

O São Paulo até obedeceu a ordem de seu comandante, principalmente através do jogo aéreo e dos lances de bola parada, porém o Corinthians se mostrava mais perigoso àquela altura. Aos 27 minutos, por exemplo, Diego Macedo fez um novo grande lançamento para Emerson, que ficou sem marcação diante de Rogério Ceni e chutou para fora. A torcida tricolor comemorou como se fosse um gol. Muricy Ramalho agiu: trocou Aloísio, o substituto de Luis Fabiano, por Wellington.

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Mesmo com a mudança (mais tarde, Ademilson deu lugar a Lucas Evangelista), o São Paulo não conseguia mais ser aquele time envolvente do primeiro tempo. O Corinthians, já com o contestado Ibson na vaga de Romarinho, voltou a incomodar com um desvio venenoso de Paulo André após cobrança de falta, bem defendida por Rogério Ceni. Poucos minutos depois, o goleiro são-paulino centralizaria ainda mais as atenções no Morumbi.

Aos 44 minutos, Diego Macedo quase comprometeu a sua boa atuação ao se chocar com Reinaldo, que caiu na área. Para o árbitro Wilson Luiz Seneme, pênalti. Ceni deu ouvidos aos gritos eufóricos da torcida do São Paulo, apresentou-se para a cobrança e fez uma expressão séria antes de bater – que se transformou em tristeza ao ver Cássio saltar no canto, defender e virar o herói corintiano no último Majestoso do ano.

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