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Brasil desafia mística uruguaia para confirmar ascensão e ir à final

É justamente com os veteranos como Júlio César que Felipão conta para evitar um novo Maracanaço, desta vez em Belo Horizonte

Publicado em 26/06/2013 às 13:30

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A comissão técnica e os jogadores da Seleção Brasileira estão impressionados com a calma de que passaram a desfrutar em meio à onda de protestos pelo País. Antes apreensivo com a evolução de sua equipe, Luiz Felipe Scolari já se permite passar horas na piscina na companhia do inseparável auxiliar Murtosa e tomar chimarrão e contar piadas em uma roda de conversa com jornalistas. A graça veio das vitórias sobre Japão, México e Itália, na fase de grupos da Copa das Confederações. E poderá ir embora se o time tropeçar no Uruguai, às 16 horas (de Brasília) desta quarta-feira, no Mineirão.

Há motivos históricos para a Seleção deixar a tranquilidade de lado na semifinal da Copa das Confederações. Como fez questão de lembrar o técnico Óscar Tabárez após o seu time ser hostilizado por torcedores do Brasil em uma partida contra a Nigéria, o Uruguai se notabilizou pela mística de não ser “muito simpático” quando enfrenta anfitriões. O exemplo mais recente ocorreu com a conquista da última Copa América, na Argentina, e o mais marcante na decisão da Copa do Mundo de 1950, no Maracanã.

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Felipão elevou a bola de sua equipe antes do jogo que vale vaga na final da Copa das Confederações (Foto: Divulgação)

“Conhecemos todo o peso daquela derrota de 1950 para o futebol brasileiro, mas isso ficou no passado. Estamos em outra época, com times diferentes”, declarou o volante Paulinho. “E estamos relaxados pelo fato de não sentir a cobrança da torcida. Muito se falava que seria difícil jogar em casa, mas não me lembro de ter recebido um apoio tão forte anteriormente. Na hora do Hino Nacional, cantado à capela, fica nítido o nosso sentimento de orgulho. Está tudo perfeito até agora. Queremos que continue assim”, disse o goleiro Júlio César, um dos líderes do elenco.

É justamente com os veteranos como Júlio César que Felipão conta para evitar um novo Maracanaço, desta vez em Belo Horizonte. Principalmente porque os uruguaios prometem levar a campo a famosa catimba sul-americana. “É uma tradição termos clássicos continentais bem disputados, às vezes com uma conotação a mais do que em outros jogos. Mas há experiência na nossa Seleção, sim, embora algumas pessoas não notem. Temos quatros ou cinco jogadores mais velhos que já estão tomando conta da equipe”, garantiu o treinador.

De qualquer maneira, Felipão aposta em muito mais do que 11 jogadores para não ver interrompida a ascensão da Seleção Brasileira. Ao mesmo tempo em que se mantém distante das manifestações ocorridas fora dos estádios (a de Belo Horizonte promete ser a maior – e mais violenta – delas), o técnico comemora com efusividade o incentivo de milhares de torcedores do lado de dentro. Seus animados jogadores têm relacionado o empenho no gramado ao de quem canta o Hino Nacional nas arquibancadas nas últimas rodadas.

“Estamos sentindo um carinho fantástico por parte dos torcedores brasileiros. Em todos os locais, a forma como nos receberam foi espetacular. O público entendeu que precisávamos de apoio e está nos carregando nos momentos de dificuldades. Independentemente de qualquer coisa, espero que a torcida de Minas Gerais faça a diferença como a de outros Estados. Ajudem-nos. É um momento importante para darmos mais um passo na nossa evolução”, pediu Felipão, esquecendo as vaias que o seu time ouviu no Mineirão há dois meses, no empate por 2 a 2 com o Chile.

De lá para cá, a Seleção Brasileira se encontrou e passou a ter uma formação bem definida. Felipão não vai inovar contra o Uruguai, ganhando o reforço do volante Paulinho, desfalque no triunfo por 4 a 2 sobre a Itália porque havia sofrido entorse no tornozelo esquerdo. “A Seleção já está em um bom caminho. Estamos resgatando um pouquinho da história, mas ainda falta um trajeto bem longo a trilhar antes de dizemos que já somos iguais aos principais times do mundo e que não precisamos temer ninguém”, disse Felipão, comedido.

O Uruguai também resgatou a sua história vitoriosa, com capítulos épicos como o do Maracanaço, sob o comando de Óscar Tabárez. A boa campanha na última Copa do Mundo e o título da Copa América fazem os seus jogadores se encherem de confiança diante do Brasil. “Eles estão acreditando que são favoritos, então é uma ótima oportunidade para repetir os sucessos do passado. Já foi assim antes, e os derrotamos. Por que não agora?”, provocou o zagueiro Diego Lugano, bem famoso por sua passagem pelo São Paulo.

Na tentativa de fazer a mística celeste prevalecer no Mineirão, Tabárez contará com o trio ofensivo composto por Diego Forlán, Luis Suárez e Cavani. Suas únicas dúvidas estão no meio-campo. O treinador uruguaio não confirmou se utilizará Arévalo Ríos (elogiado por Felipão), González, Rodríguez e Walter Gargano. “Eles têm um time que está jogando junto desde a Copa passada. Independentemente de quem for escolhido, será complicado”, respeitou o técnico da nação vice-campeã do mundo em 1950.

FICHA TÉCNICA

Local: Estádio Mineirão, em Belo Horizonte (MG)
Data: 26 de junho de 2013, quarta-feira
Horário: 16 horas (de Brasília)
Árbitro: Enrique Osses (Chile)
Assistentes: Carlos Atroza e Sergio Román (ambos do Chile)

BRASIL: Júlio César; Daniel Alves, Thiago Silva, David Luiz e Marcelo; Luiz Gustavo, Paulinho e Oscar; Hulk, Fred e Neymar
Técnico: Luiz Felipe Scolari

URUGUAI: Fernando Muslera; Maximiliano Pereira, Diego Lugano, Diego Godín e Martín Cáceres; Diego Pérez, Arévalo Ríos e González; Diego Forlán, Luis Suárez e Cavani
Técnico: Óscar Tabárez

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