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Blatter acusa França e Alemanha de interferência na escolha do Catar para Copa

Em uma entrevista publicada pelo jornal alemão Welt am Sonntag, neste domingo, o dirigente suíço denuncia duas "intervenções políticas"

Pedro Henrique Fonseca

Publicado em 05/07/2015 às 10:34

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O presidente da Fifa, Joseph Blatter, acusa os ex-presidentes da França e da Alemanha de terem pressionado dirigentes do futebol para garantir que o Catar fosse escolhido como sede da Copa do Mundo de 2022. Em uma entrevista publicada pelo jornal alemão Welt am Sonntag, neste domingo, o dirigente suíço denuncia duas "intervenções políticas".

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"Nicolas Sarkozy e Christian Wulff tentaram influenciar nos votos de seus representantes. É por isso que temos a Copa do Mundo no Catar", atacou Blatter. "Aqueles que tomaram essa decisão precisam assumir as responsabilidades por isso", afirmou. Segundo ele, se a maioria dos votos foi ao Catar, "eu tinha de aceitar".

Blatter apontou que a Federação Alemã de Futebol recebeu orientação de Wulff "para votar pelo Catar por interesses econômicos". Na época, a entidade era presidida por Theo Zwanziger, que admitiu que o presidente alemão o questionou sobre as chances do Catar. Mas negou que isso tivesse algum impacto no voto.

Outro alemão que votava em 2010 quando a escolha foi realizada foi Franz Beckenbauer, que jamais revelou para quem deu seu apoio. "Olhe para as empresas alemãs", disse Blatter. "Deutsche Bahn, Hochtief e muitas outras tem projetos no Catar mesmo antes da Copa ter sido dada ao país".

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Joseph Blatter acusa a França e Alemanha de interferência na escolha do Catar para Copa (Foto: Associated Press)

Quanto à Sarkozy, o ataque se refere a um encontro entre o ex-presidente francês e Michel Platini, que tem direito a voto na Fifa. O ex-craque admitiu que a reunião ocorreu e que Sarkozy tinha interesses num Mundial no Catar. Mas garante que o político jamais pedira que votasse a favor do país do Golfo.

VIAGEM - Durante a entrevista, Blatter reconhece que não vai sair da Suíça, sob o risco de ser extraditado aos Estados Unidos onde corre um processo contra diversos cartolas da Fifa. Neste fim de semana, ele não estará na final do Mundial Feminino, no Canadá.

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Pela primeira vez na história do torneio, o presidente da entidade que o promove não irá ao evento. "Até que tudo não esteja esclarecido, eu não tomarei nenhum risco viajando", disse Blatter. A Suíça não extradita seus cidadãos e, portanto, o dirigente jamais seria enviado por seu país aos Estados Unidos. Mas, fora da Suíça, ele estaria vulnerável.

Questionado se teme pela situação, ele negou. "Não tenho nada a temer". "O que eu temo é que eles destruam a Fifa, um trabalho que eu ajudei a criar", declarou Blatter. No dia 25 de julho, porém, ele já garantiu sua presença no sorteio das Eliminatórias da Copa de 2018, na Rússia. O presidente Vladimir Putin já deu seu apoio a Blatter.

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