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O Santos é um dos clubes que mais preza pelas suas tradições. Sua história e o chamado ‘DNA’ santista são sempre lembrados pelos aficionados. E as categorias de base do clube entram neste contexto de orgulho e perseverança. Este ano, mais uma vez, a base se fez protagonista com o título da Copa São Paulo e da Copa do Brasil Sub-20, além da venda de Neymar, a maior revelação brasileira dos últimos anos, para o poderoso Barcelona de Messi.
O segredo de tanto sucesso pode ser apontado para diversos fatores, dependendo do ponto de vista, no entanto, fica claro a importância de quem gere e de quem trabalha com os atletas no dia-a-dia.
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“É um privilégio a gente estar em um clube como o Santos, um clube mundialmente conhecido, mas o que é importante e eu valorizo muito é que no Santos a categoria de base é muito reconhecida, os atletas vêm para o Santos e querem jogar no Santos porque eles sabem que vão ter oportunidade”, conta Hugo Machado, coordenador das categorias de base, que hoje conta com 260 atletas divididos em cinco categorias. “Nossa preocupação primeiro é em ter qualidade no trabalho. Então, ter esse número muito grande de jogadores por categoria nos impressionou bastante. A gente vai reduzir o número de jogadores para ter mais qualidade”, explicou Machado, que ocupa o cargo há pouco mais de três meses.
Trabalho em conjunto
Na categoria Sub-20, muitos atletas começam a mesclar os trabalhos entre a base e o elenco profissional. E esse é um momento de extrema cautela e união entre os dois departamentos.
“O nosso grande objetivo é a descoberta do talento, o desenvolvimento do talento e a promoção do talento. Título é consequência. É um trabalho que vem sendo bem elaborado junto com o departamento profissional, com o Zinho (diretor de futebol profissional), que tem o mesmo pensamento”, disse Machado, que em seguida explicou a importância dos garotos terem mais tempo na base e não serem promovidos precocemente. “A gente entende que um jogador que tem idade para a base e está no profissional fica inativo. Ele treina pouco e praticamente não participa de jogo. E o grande desenvolvimento do atleta é no jogo, por isso alguns jogadores como Leandrinho, Neilton, vieram atuar na Copa do Brasil Sub-20. É bom para eles”.
“A gente se torna educador, psicólogo, pai”, diz fisioterapeuta sobre trabalho
No ano passado, a equipe médica das categorias de base do Peixe fez mais de 5 mil atendimentos, tratou de aproximadamente 250 lesões diferentes e acompanhou as comissões técnicas dos times em cerca de 20 competições. Além desse trabalho clínico e especializado, ainda há um trabalho diferenciado e de sensibilidade feito pelos fisioterapeutas, já que o trabalho atende garotos.
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“A gente tem garoto de 11 a 20 anos aqui, muitas vezes temos que ser mais que fisioterapeutas, então, a gente se torna educador, pai, psicólogo. É importante entender que é uma criança, muitas vezes está longe da família. Temos que cobrar, mas também precisamos entender a situação deles. A relação com eles é muito boa”, contou o fisioterapeuta Tom.
Agora, o Santos se prepara para defender o título da Copa São Paulo de Futebol Sub-18, a famosa Copinha, a partir de 3 de janeiro. O Peixe vai jogar em casa em 2014 e terá Alecrim (Rio Grande do Norte), Capital CF (Distrito Federal) e Criciúma como adversários.
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Equipe médica é destaque por profissionalismo
Formada pelos médicos Antônio Carlos Taira (24 anos de clube/6 na base), Jorge Merouço (16 anos de clube/6 na base) e Thiago Ribeiro dos Santos (4 anos de clube), pelos fisioterapeutas Antônio Lucas Pierin, o Tom, Peter Leandro, Diego Guietti e Célio Rafael, pelo fisiologista Gustavo Jorge e pelo enfermeiro Marcos Jesuino, a atual equipe médica santista das categorias de base está junta há quatro anos, desenvolvendo um trabalho elogiável e de importância impar para os resultados obtidos em campo.
“O trabalho da base é um pouco diferente do profissional porque no profissional se tem mais pressa, você tem que entregar o atleta o mais rápido possível, existe pressão da diretoria, dos patrocinadores. Quem trabalha com a base tem de ter a visão de que o atleta tem que estar pronto não para o próximo jogo, mas para ser um atleta profissional com o menor número de lesões possíveis. Nosso foco é esse, não ter pressa e corrigir os fatores que causaram aquela lesão. Isso aumenta a vida dele como atleta”, detalhou o fisioterapeuta Antônio Lucas Pierin.
Tom, como é conhecido, falou ainda sobre a importância do trabalho dos fisioterapeutas numa época em que os atletas são exigidos fisicamente como nunca se viu.
“Hoje, infelizmente, tem se tornado comum a ruptura ligamentar do joelho. A intensidade no esporte aumentou muito e a base acompanhou essa intensidade. De uns oito anos para cá, mudou muito o tipo de preparação física do atleta, a abordagem dos fisioterapeutas. Acho que o futebol de base está cada vez mais profissional”.
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O procedimento para a liberação e um atleta contundido para o retorno aos treinos normais em campo é feito pelo Departamento de Transição de forma cautelosa e profissional.
“O fisioterapeuta dá o ‘feedback’ para os médicos, o médico analisa e dá a alta médica. A partir dai ele (o atleta) vai para o campo. No final da transição, a gente faz a avaliação física e ele tem de ter todos os índices próximos ao que ele tinha antes ou próximo da média do grupo e sem limitação alguma. Ai a gente libera”, explicou coordenador da preparação física e fisiologista Gustavo Jorge.
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