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O Barcelona tenta resolver o mais rápido possível os problemas jurídicos provenientes da polêmica transferência de Neymar. Segundo reportagem publicada pelo jornal El País nesta segunda-feira, o clube catalão está prestes a propor um acordo com a Receita espanhola. O time culé reconheceria que cometeu um delito fiscal ao tentar descaracterizar documentos que diziam respeito aos contratos do brasileiro.
Caso consiga fechar o acordo, os dirigentes evitariam uma condenação por delito fiscal e colocaria fim às investigações sobre a conduta do clube. No entanto, o ex-presidente do Barcelona, Sandro Rosell, que renunciou ao cargo no fim de janeiro exatamente por causa das polêmicas, continuaria sendo investigado por improbidade administrativa.
Para tentar evitar multas maiores, o Barça já devolveu aos cofres públicos 13,5 milhões de euros (R$ 43,4 milhões), valor referente a impostos sonegados pelo time espanhol quando da contratação de Neymar, em junho do ano passado.
A Receita espanhola calcula que o Barcelona deixou de declarar, no total, quase 38 milhões de euros (R$ 125,5 milhões), que obrigariam o clube a pagar 9,1 milhões de euros (R$ 30,1 milhões) em tributos. Os valores representam a quantia que as empresas do pai de Neymar receberam pelo acordo – 10 milhões de euros (R$ 33,1 milhões) como adiantamento, em 2011, e 27,9 milhões de euros (R$ 92,3 milhões) no ano passado.
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Alegando ter recebido “apenas” 34 milhões de euros (quase R$ 111 milhões) – dos quais 17 milhões de euros (R$ 55,5 milhões) -, o Santos tenta acessar os documentos da transferência para julgar se foi lesado ou não. Enquanto o Barcelona declara ter gastado 86,2 milhões de euros (R$ 280,60 milhões), o jornal El Mundo sustenta que os catalães desembolsaram 95 milhões de euros (R$ 310 milhões) para contar com o futebol de Neymar.
Entenda o caso:
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Neymar se transferiu ao Barça em julho do ano passado, após conquistar o tetracampeonato da Copa das Confederações com a Seleção Brasileira. Na época, os valores não foram divulgados, mas, meses depois, o até então diretor Josep Maria Bartomeu revelou que o negócio custou 57 milhões de euros (cerca de R$ 180 milhões). Este valor, então, passou a ser adotado como oficial até mesmo pelo então presidente do Barça, Sandro Rosell.
Porém, no fim de janeiro um sócio do clube catalão acusou o mandatário de desviar 40 milhões de euros (cerca de R$ 130 milhões, na cotação atual) a uma empresa do pai de Neymar durante a transação. Ainda segundo a acusação, devem ser contabilizadas as luvas recebidas pelo craque, as parcerias sociais e de marketing e o acordo de prioridade com o Santos, que elevariam os valores da transferência aos 86,2 milhões de euros (R$ 284,5 milhões). A polêmica está sendo investigada pela Justiça espanhola, e fez com que Sandro Rosell renunciasse à presidência do clube de Camp Nou.
Depois dos esclarecimentos de Neymar pai, o Santos revelou que não tinha conhecimento sobre o acordo firmado entre o jogador e o Barcelona em 2011, e declarou que pleiteará o acesso aos contratos envolvendo o negócio. A DIS, grupo de empresários que detinha 40 % dos direitos econômicos de Neymar, sentiu-se lesada e estuda processar Santos, Barcelona e as empresas ligadas ao pai do jogador.
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