A idealização veio pelo olhar de Fernandes durante uma viagem para a Tailândia / Arquivo Portuários Stadium
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Reduto do muay thai no Brasil, pelos campeões que formou e pela forma que o esporte se desenvolveu, Santos também tem o maior e mais respeitado estádio da modalidade no País: o Portuários Stadium, no número 1.567 da Avenida Martins Fontes, no bairro Saboó. E vai além de um espaço físico.
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“O Portuários é uma régua para os lutadores. É normal competidores de competições disputadas em outros locais do País deixarem claro que ganharam torneios aqui. Serve, inclusive, de seletiva”, afirma João Fernandes, presidente do Portuários Stadium. “Santos tem força nas artes marciais, não só no Muay Thai. É a Bangkok brasileira”, emenda Erik Martins, vice-presidente e sobrinho de Fernandes, referindo-se à capital da Tailândia, berço do esporte.
Nascido em 2015, o nome foi adotado graças à consagração dada pelo público, apesar da mudança de local. Antes, os combates eram feitos na Associação Atlética dos Portuários de Santos, no Marapé, também em Santos – daí a denominação. “A presidência passava a agenda de shows do clube e os dias vagos. Daí alugávamos mensalmente e fizemos isso até o momento em que pegamos nosso espaço”, recorda.
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A idealização veio pelo olhar de Fernandes durante uma viagem para a Tailândia. “Eu já fazia eventos da modalidade, mas pequenos. E fui levar um atleta para lutar na Tailândia. Percebi que havia ferros, suportes e me explicaram que era uma academia, mas em um dia na semana eles tiram todos os equipamentos e se transforma em um estádio. Pensei: é isso que eu vou fazer no Brasil. E foi a ideia de começar o Portuários Stadium”, detalha.
A ideia, inclusive, serviu de referência para a criação de locais semelhantes Brasil afora, como no Paraná e em Goiás. “Foi o público que deu essa condição de primeiro estádio. Muitos já nos procuraram para dizer que espelham na gente, assim como para saber das regras e sobre ranking, como funciona. A gente quer fazer o esporte crescer. E passamos a receita, tanto do que deu certo quando do que deu errado”, contam Fernandes e Martins.
Atualmente, o calendário prevê 11 eventos por ano – apenas em janeiro não há competição. Em meio a tantos combates e muitos lutadores de qualidade, a ideia agora é reforçar esse quadro em termos de qualidade, justamente para incrementar ainda mais o produto muay thai. “Queremos fazer um ou dois eventos durante o ano que podemos chamar de show, para ampliar ainda mais o nosso público, reforçando a bilheteria e possíveis transmissões”, explica o presidente do Portuários Stadium.
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Carreira e futuro
João Fernandes começou no muay thai em 2003 e a lutar, em 2006. A carreira como atleta durou até 2012, com direito a títulos e lutas na Tailândia. Ele começou a vislumbrar que poderia contribuir ainda mais na formação de atletas e do próprio esporte no Brasil.
Fernandes tornou-se treinador e, depois de passar por outros times, criou a academia 013, com filiais em várias partes do Brasil, como em várias cidades do Interior de São Paulo - casos de Serra Negra e Mogi Guaçu - em Minas Gerais e em estados do Nordeste.
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"Não queria algo com o meu nome, mas algo que identificasse a cidade e a região. Os alunos sugeriram 013, pegou e lançamos moda. Tanto que existem outras que usam os códigos telefônicos de outros municípios", contou.
O respeito que adquiriu com seu trabalho de profissionalização do muay thai levou ao desenvolvimento e projeção do Portuários Stadium, tanto em termos esportivos quanto estruturais, em uma realidade que ultrapassou as fronteiras da Baixada Santista. "Em São Paulo, temos quatro vezes mais seguidores do que aqui e no Rio, três vezes mais", exemplifica.
Agora, Erik e Fernandes desejam mais. "O cenário regional é interessante, mas é o nacional que nos atrai e mais ainda: a cena do Portuários é vender as lutas para o exterior. Vejo muito potencial na questão internacional. Fazendo encaixes com o pay per view, a gente consegue isso, ainda mais com as facilidades da tecnologia. Assim, vamos poder transformar o campeonato do Portuários no maior da América do Sul. Mas é um trabalho árduo, de formiguinha", projetam.
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