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Depois de se recusar a fazer um discurso de campanha no Congresso da Uefa, o presidente Joseph Blatter ouviu calado as críticas proferidas pelos rivais nas eleições da Fifa, em maio. Da primeira fila, o dirigente suíço recebeu nesta terça-feira ataques indiretos a sua gestão à frente da entidade nos últimos 16 anos.
"O atual estado de desordem [na Fifa] pede por uma mudança na liderança. Não posso me isentar. É responsabilidade da nossa geração limpar toda essa bagunça", declarou Michael van Praag, um dos opositores de Blatter nas eleições do dia 29 de maio. O presidente da federação holandesa fez o discurso mais duro contra o suíço, que busca seu quinto mandato na presidência da Fifa.
Um dos atuais vice-presidentes da entidade, o príncipe jordaniano Ali bin al-Hussein também pediu mudanças. "Precisamos deixar para trás essa abordagem autoritária da Fifa", disse outro rival de Blatter nas eleições de maio. Já o ex-jogador Luis Figo usou tom mais ameno para fazer críticas. "Eu conheço o futebol pelo lado de dentro e de fora e sei o que é bom e o que é ruim para o futebol", declarou o português.
Blatter, por sua vez, recusou a oportunidade de fazer um discurso de campanha diante dos dirigentes das federações que integram a Uefa. Apesar disso, ele pôde fazer uma declaração no início do evento, no qual evitou o tema eleições. Falou apenas da autonomia do esporte ao rejeitar as propostas de boicotes às Copas do Mundo de 2018, na Rússia, e de 2022, no Catar, por motivos políticos.
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"Eu já fiz meu discurso para pedir unidade e solidariedade", disse o suíço, em entrevista à agência Associated Press. "É nisso que eu acredito também para os próximos dois meses: unidade e solidariedade. É a nossa única abordagem, na Fifa e também diante de todos os desafios que aparecerem", afirmou Blatter, que segue sendo o favorito nas eleições, apesar da concorrência de três opositores.
O atual presidente da Fifa foi bem recebido pelos dirigentes europeus durante o Congresso da Uefa. Ele foi aplaudido por representantes das 54 federações presentes no evento, em contraste com as críticas que recebeu dos mesmos dirigentes durante o Congresso da Fifa realizado antes do início da Copa do Mundo, em junho do ano passado, no Brasil.
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