Educação

Volta às aulas: veja como será o ato de aprender e ensinar na pandemia

Mais de 13 milhões de estudantes do estado de São Paulo deverão retornar às salas de aula em 8 de setembro

Da Reportagem

Publicado em 28/06/2020 às 09:09

Atualizado em 28/06/2020 às 11:46

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Saiba o que muda com a autorização para o retorno das aulas presenciais no estado de São Paulo / ARTE/GSP

Por Bruno Hoffmann

As aulas presenciais voltarão em 8 de setembro no estado de São Paulo, de acordo com anúncio do governador João Doria (PSDB). A medida dividiu opiniões de pais, alunos, professores e funcionários, em uma semana em que o Estado ultrapassou por duas vezes mais de 400 mortes no período de 24 horas pela Covid-19. 

Além disso, o retorno às salas de aula não é uma operação simples pela quantidade de gente envolvida. Da creche ao ensino superior, há 13 milhões de estudantes no Estado, ou 32% da população paulista.

Segundo Doria, o retorno será feito de forma conjunta para todas as cidades paulistas, considerando que, em 8 de setembro, os municípios estejam na fase amarela de flexibilização da economia há pelo menos 28 dias. O protocolo completo deve ser revelado na semana que vem.

Os alunos voltarão às escolas de forma gradual. Na primeira fase, haverá a permissão de 35% dos estudantes em cada unidade de ensino. Continuará a existir atividades on-line. O intervalo deverá ser intercalado. Os horários de entrada e saída deverão ser fora do horário de pico. Professores e servidores precisarão passar por testes regulares. Não haverá mesas próximas. Competições esportivas, nem pensar.

Os colégios particulares, que podem ter protocolos próprios, já estão se preparando para o retorno das aulas. A rede Luminova, com unidades em São Paulo e em Sorocaba, explica já estar preparado para receber os jovens. “Estamos prontos e devidamente adequados para o retorno das aulas presenciais, tanto é que até imaginávamos que elas voltariam já em agosto”, diz Luiz Magalhães, diretor acadêmico da Luminova.

A escola criou um protocolo de medidas de segurança. Entre elas, haverá seis diferentes horários de entrada e saída, em portões alternados; medição de temperatura nos portões; tapetes sanitizantes com hipoclorito de sódio nas entradas; cantina delivery para evitar filas durante o intervalo; entre outras medidas.

Os pais têm expectativas e necessidades diferentes, e o colégio, diz o diretor acadêmico, tenta contemplar a todos. “Há muitas incertezas e demandas entre as famílias, pois há pais que voltaram ao trabalho e não têm com quem deixar as crianças, além dos pais, em menor número, que estão receosos pelo retorno, mas que serão contemplados com o ensino remoto. Não vamos deixar de oferecer essa modalidade, justamente para atender as necessidades de cada família”.

Deputado chama volta de 'irresponsável'

Entidades educacionais, sindicatos e lideranças políticas do estado de São Paulo se posicionaram contra a volta das aulas em 8 de setembro. De acordo com o deputado estadual Carlos Giannazi (Psol), o anúncio do governador João Doria foi "inconsequente e irresponsável", já que diversas regiões do Estado vivem um momento de aumento de casos da doença.

"O plano de retorno transforma nossos alunos e profissionais da educação em cobaias", disse o deputado, que chamou a medida de "genocídio de professores e servidores". Gianazzi também lembra que as entidades que representam os profissionais não foram consultadas, apenas as patronais e educacionais.

Na semana passada, 42 entidades educacionais do Estado assinaram um documento coletivo contra o retorno das aulas. "Hoje não existem as menores condições para esse retorno e não há perspectivas de melhora nos próximos meses", diz Professora Bebel, presidente da Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo) e deputada estadual pelo PT.

"Escolas são locais de alto contágio. Foram as primeiras a parar e devem ser as últimas a voltar, somente no momento em que houver uma drástica redução da pandemia", finaliza Bebel.

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