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Sob muitos aspectos, 2013 foi o ano do smartphone no Brasil. Houve um salto nas vendas e na adesão, com um aumento de 120% nas unidades vendidas em relação ao ano anterior. Com isso, comprou-se pela primeira vez no País mais smartphones do que os chamados "feature phones" (ou "telefones de entrada", no jargão das fabricantes).
O ano de 2014 deve continuar sendo muito bom para a categoria, acreditam fabricantes e analistas entrevistados pelo Link. Os números fantásticos do ano passado, porém, dificilmente se repetirão.
A Abinee (Associação da Indústria Elétrica e Eletrônica) projeta aumento de 61%, metade do registrado em 2013. É a estimativa mais otimista. O instituto de pesquisa IDC divulgou na semana passada uma aposta bem menos empolgada: 36,3%.
Analistas explicam que o número de 2013 resultou de um momento excepcional. "A base instalada (número total de smartphones em funcionamento) do País ainda era muito pequena," diz Leonardo Munin, da consultoria IDC.
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Foi um ano de substituição maciça. Como lembra João Pedro Flecha de Lima, vice-presidente de IT & Mobile da Samsung Brasil, "em 2013, a proporção de vendas entre telefones comuns e smartphones se inverteu". Segundo dados da GFK, em janeiro daquele ano os smartphones representavam 34,4% do mercado e, em dezembro, alcançaram 73%.
Espaço para crescer
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Esses fatores não estão presentes em 2014. Mas, nem de longe, o mercado acredita em um ano fraco. Um dos motivos é que ainda há uma enorme fatia da população brasileira que não comprou seu primeiro smartphone.
Para Oliver Römerscheidt, diretor de telecom da consultoria GFK, ainda é difícil projetar para o ano, mas "quando se compara o Brasil com países desenvolvidos", é possível ver como há espaço para crescer.
De acordo com a IDC, do total de 270 milhões de celulares em operação no Brasil, a estimativa é de que apenas entre 20% e 25% sejam smartphones. Nos Estados Unidos, estima-se que 100% dos usuários de celular terão um smartphone até 2015 (o número atual é de 59%).
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Segundo o analista da IDC, o cálculo leva em conta as vendas de todos os anos e quantos anos em média uma pessoa mantém um celular. "Muita gente no Brasil não descarta o aparelho, passa para a mãe, para o amigo. Isso vai acontecer com o smartphone também", exemplifica.
Benefícios
"Até 2013, smartphone era coisa de elite no Brasil", diz César Castro, diretor de mobile da Nokia para a América Latina. "Naquele ano começaram a aparecer modelos acessíveis para a realidade brasileira".
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Muitos aparelhos se beneficiaram da Lei do Bem, iniciativa de desoneração fiscal criada pelo governo federal que passou a incluir smartphones no ano passado. A nova legislação, que contempla aparelhos fabricados no Brasil com preço abaixo de R$ 1.500, foi citada pelos analistas da GFK e IDC como fator importante na disseminação do smartphone.
A Positivo, marca que se consagrou vendendo PCs e tablets acessíveis, agora também oferece smartphones, começando a R$ 349. Segundo seu presidente, Hélio Bruck Rotenberg, a empresa pretende lançar um modelo de smartphone a cada três meses em 2014. Com isso, segundo ele, a marca "deixará de ser traço em 2014". Já a Lenovo/CCE diz que todos os seus modelos vêm com entrada para dois chips, um dos recursos mais valorizados por consumidores da classe C.
Outro recurso importante para alavancar vendas em 2014, ano de Copa do Mundo, será a presença da TV digital no aparelho. A Sony traz o atrativo em um de seus próximos lançamentos, o Xperia E1, que também tem "um som muito potente", segundo Ana Peretti, diretora de marketing da Sony Mobile no Brasil.
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A conectividade 4G, apesar de muito comentada, não é vista ainda como um ponto influente para vendas. "Ainda não decolou", diz Munin. "Só está em aparelhos mais caros e a rede existe em poucas cidades."
Lima, da Samsung, relata outra tendência. "Estamos observando o efeito 'meu 2º smartphone", em que usuários donos de um smartphone de entrada trocam o aparelho por um mais potente e com telas maiores."
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