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Depois de ter comprado ontem (19) R$ 1,6 bilhão em títulos públicos que estavam nas mãos de investidores, o Tesouro Nacional voltou a agir para conter a volatilidade (forte sobe e desce) dos juros dos papéis do governo. Hoje (20) de manhã, foram leiloados mais R$ 1,3 bilhão em títulos prefixados – que têm juros definidos com antecedência.
O Tesouro informou ter comprado R$ 1,122 bilhão em Letras do Tesouro Nacional (LTN), com vencimento em 2016 e 2017, e R$ 179,50 milhões em Notas do Tesouro Nacional, série F (NTN-F), com vencimento em 2021 e 2023. Dos 2 milhões de LTN autorizados para recompra, o órgão adquiriu 1,550 milhão. Em relação à NTN-F, o governo comprou apenas 197 mil papéis da oferta total de 2 milhões de títulos.
De acordo com técnicos do órgão, os leilões são necessários porque, em momentos de turbulência financeira, as taxas dos títulos tendem a se descolar dos fundamentos da economia brasileira.
Segundo o Tesouro, a instabilidade faz o aplicador ter a sensação de que está perdendo dinheiro ao manter o título. No entanto, na hora de se desfazer do papel, o investidor não encontra compradores que ofereçam preço justo. Nessas horas, então, é necessário o Tesouro recomprar os títulos para fornecer um referencial de preços e taxas de juros.
No caso dos títulos prefixados, a tensão é maior porque os juros pagos aos investidores (taxa de retorno) são definidos com antecedência e não variam conforme as oscilações do mercado e da economia. Quem compra agora um papel desse tipo sabe exatamente quanto receberá daqui a vários anos. No momento em que os juros dos títulos aumentam por causa da turbulência financeira, os investidores com esses papéis temem ter ainda mais prejuízo porque a taxa de retorno não pode mudar.
O dinheiro para recompra dos títulos vem, na maior parte, do colchão da dívida pública, recursos que o Tesouro tem guardados para usar em momentos de crise. Esse instrumento foi usado em 2005, 2006 e 2008, quando estourou a crise financeira internacional.
Por meio dos títulos da dívida pública, o Tesouro Nacional vende papéis para arrecadar dinheiro dos investidores e honrar os compromissos de curto prazo. Em troca, o governo compromete-se a devolver a quantia com algum acréscimo. A correção pode ser prefixada (com juros determinados no momento da emissão) ou seguir a inflação, a taxa Selic (juros básicos da economia) ou o dólar.
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