Economia

Quase 45% dos paulistas ainda enfrentam momento delicado nas finanças

Mesmo com retomada gradual da economia, especialista acredita que as famílias ainda vão demorar para reorganizar as contas pessoais

Gazeta de S. Paulo

Publicado em 30/08/2020 às 19:19

Atualizado em 30/08/2020 às 19:22

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O corte de gastos é um caminho que as famílias podem seguir para reequilibrar as contas / AndreyPopov

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Por Gladys Magalhães

Já se passaram alguns meses desde que a pandemia do novo coronavírus desembarcou no Brasil, obrigando as autoridades a adotarem medidas de distanciamento social e fechamento de comércios e serviços para achatar a curva de contágio e evitar o colapso dos serviços de saúde. Mesmo assim, 44,4% dos paulistas ainda enfrentam um momento delicado nas finanças.

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Segundo pesquisa realizada em julho, pela startup de gestão de finanças pessoais Mobills, entre os paulistas que alegam ainda sentirem dificuldades financeiras, 37,8% tiveram suas receitas parcialmente reduzidas por conta da pandemia, enquanto 6,6% perderam totalmente os seus ganhos.

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Mesmo com a retomada da economia já ocorrendo há algum tempo no Estado, na opinião do CEO e fundador da Mobills Carlos Terceiro ainda levará algum tempo para que as famílias consigam reorganizar o orçamento.

“Muitos brasileiros não estavam preparados para a instabilidade econômica causada pelo novo coronavírus em suas finanças pessoais. Mais de 9 milhões de trabalhadores ficaram sem renda em maio de 2020 e, somente durante a 1ª quinzena de junho, foram encerradas de maneira temporária ou definitiva 1,3 milhão de negócios. Dessa forma, tivemos a redução do emprego e o aumento dos gastos com saúde e moradia, por exemplo, no período de pandemia e quarentena.

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Não bastasse isso, uma pesquisa realizada em maio com pouco mais de mil usuários da Mobills, mostrou que 56% deles não possuíam uma reserva para imprevistos financeiros. Logo, mesmo com a reabertura do comércio e a retomada de muitos serviços, nesses últimos meses tivemos milhões de pessoas afetadas financeiramente que irão levar ainda um tempo para reorganizar as finanças. Além disso, ainda estamos sob o efeito do auxílio emergencial, por exemplo, uma forma de incentivo ao consumo. Sendo assim, só vamos conseguir entender um pouco o real impacto de tudo isso na economia depois que os auxílios acabarem e com a movimentação do mercado pós pandemia”, avalia Carlos.

Menos renda, mais conta

Mesmo com o orçamento mais apertado, desde março, quando iniciou a pandemia, as famílias do estado de São Paulo perceberam aumento nos gastos de algumas categorias. Mais de 79% dos participantes do levantamento, por exemplo, avaliam que estão gastando mais com supermercado. As contas de água, energia e gás também pesaram mais no bolso para 52,88% dos respondentes.

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Para compensar os gastos, foi preciso cortar as despesas com outros itens. Dessa forma, 67,80% dos paulistas passaram a gastar menos com lazer, 59, 38% com viagens e 58,79% com vestuário.

Na visão de Carlos, o corte de gastos é o caminho que as famílias devem seguir para reequilibrar as contas. “O planejamento financeiro é uma dica de ouro quando o assunto é a saúde das finanças pessoais. Ainda mais para as pessoas que tiveram suas finanças afetadas, devido esse período de pandemia e quarentena, rever suas prioridades, montar um orçamento e cortar gastos são atitudes necessárias para voltarem a ver o seu balanço financeiro mensal positivo. Para aquelas que possuem dívidas, o ideal é fazer o possível para quitá-las o quanto antes, pois os juros inerentes a cada uma delas só aumentam com o passar do tempo”, finaliza.

Para se livrar das dívidas
• Faça uma lista das dívidas por ordem decrescente das taxas de juros, pagando primeiro aquelas que possuem as maiores taxas.
• Tente renegociar as dívidas com o credor, inclusive vendo a possibilidade da redução da mesma caso pague algumas parcelas "adiantadas" ou mesmo toda a dívida "à vista” em um prazo estabelecido.

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