O volume negociado no mercado doméstico havia mostrado recuperação depois dos meses mais críticos da pandemia de Covid-19 / Reuters/Reprodução
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Após nove meses de resultados positivos, os investidores estrangeiros retiraram US$ 2,1 bilhões do mercado de ações e títulos públicos em março, segundo dados do BC (Banco Central) divulgados nesta segunda-feira (26).
O volume negociado no mercado doméstico havia mostrado recuperação depois dos meses mais críticos da pandemia de Covid-19, mas foi afetado pelo agravamento da crise sanitária no país e de novas rodadas de medidas de restrição para conter a transmissão do vírus. Em fevereiro, houve ingresso líquido de US$ 3,6 bilhões.
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No acumulado dos 12 meses, no entanto, os investimentos no mercado doméstico ficaram positivos em US$ 23,3 bilhões, puxados pelos resultados dos meses anteriores.
De acordo com dados preliminares divulgados pelo BC, até 20 de abril, o investimento teve resultado negativo em US$ 96 milhões.
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"Para abril, observamos praticamente estabilidade na rubrica. Não fazemos projeções para esta conta porque é muito volátil, então não dá para cravar que seja uma tendência ou os motivos", ponderou o chefe do departamento de estatísticas Fernando Rocha.
O técnico do BC explicou que nos meses mais intensos da pandemia no ano passado, a saída líquida de investimentos foi expressiva.
"De fevereiro, quando começaram a surgir notícias sobre o vírus na Europa, a maio, houve resultado negativo de US$ 35,3 bilhões, US$ 22,2 bi apenas em março. Depois, tivemos nove meses de resultados positivos que recompuseram essas perdas integralmente, retornando aos níveis pré-pandemia", disse.
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A retirada em março se deu em ações, com US$ 3 bilhões, mas houve ingresso de US$ 912 milhões em títulos de renda fixa.
"Em abril, na parcial, vemos o movimento contrário, com saída em títulos e ingresso em ações e fundos de investimento", destacou Rocha.
Já os investimentos diretos no país somaram US$ 6,9 bilhões no mês.
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Os investimentos diretos, diferentemente das aplicações em ações e títulos públicos, são feitos por empresas que estabelecem um relacionamento de médio e longo prazo com o país e são menos voláteis em crises momentâneas por envolver decisões mais duradouras.
Nos 12 meses, as aplicações desse tipo totalizaram US$ 39,3 bilhões. Em fevereiro, os investimentos diretos foram de US$ 9 bilhões, maior valor para o mês desde 2011.
Os números parciais de abril mostram ingresso de US$ 3,1 bilhões em investimentos diretos. A expectativa do BC é que a modalidade encerre o mês em US$ 4,9 bilhões.
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"A projeção indica que os investimentos diretos em 2021 serão maiores que no ano passado", afirmou o técnico do BC.
As empresas brasileiras aplicaram US$ 1,4 bilhão em outros países em março. Nos 12 meses, no entanto, houve retirada de US$ 6,1 bilhões. A saída caracteriza desinvestimento, quando o investidor retira dinheiro do negócio.
As viagens internacionais permanecem em baixa. Em março, os brasileiros gastaram US$ 313 milhões no exterior. Já os turistas estrangeiros desembolsaram US$ 213 milhões no país. Os patamares são muito inferiores aos observados antes da crise.
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Rocha ressaltou que este é o primeiro mês em que a comparação interanual é afetada pela pandemia de ponta a ponta.
"Como a base de comparação, que é março do ano passado, já foi afetada parcialmente pela pandemia, não teremos aquelas quedas expressivas dos meses anteriores, de até 90%, mas os níveis ficarão semelhantes", afirmou.
"Enquanto existirem restrições para turistas e as pessoas não se sentirem confortáveis para viajar teremos valores baixos em viagens internacionais", pontuou.
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O saldo das contas externas ficaram deficitárias em US$ 4 bilhões no mês. Nos 12 meses, o resultado foi negativo em US$ 17,8 bilhões, o equivalente a 1,24% do PIB (Produto Interno Bruto). No mesmo período do ano passado, o resultado foi negativo em US$ 71 bilhões, ou 3,97% do PIB.
Para abril, a projeção do BC é de superávit de US$ 5,7 bilhões em transações correntes.
A melhora nas transações correntes no ano se deu em decorrência dos resultados positivos da balança comercial durante a pandemia, da diminuição dos déficits de serviços, especialmente de viagens internacionais, e de lucros e dividendos de empresas.
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Em março, contudo, a balança comercial voltou a ter resultado negativo e registrou déficit de US$ 437 milhões. As exportações totalizaram US$ 24,6 bilhões, aumento de 33,7% em relação ao mesmo mês do ano passado. As importações somaram US$ 25 bilhões, alta de 53,6% na mesma base de comparação.