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O Relatório de Estabilidade Financeira (REF), divulgado nesta manhã de quinta-feira, 20, pelo Banco Central, mostrou que o lucro líquido dos bancos, em 2013, cresceu R$ 1 bilhão frente o ano anterior e atingiu R$ 60,6 bilhões. "Houve uma redução do ritmo de crescimento do resultado concreto", observou Anthero Meirelles, diretor de Fiscalização do BC.
"Por outro lado, houve redução de despesas administrativas e ampliação de receita de serviços", ponderou.
Meirelles comentou também que a adesão dos bancos ao Refis em 2013 diminuiu a liquidez das instituições financeiras no ano, mas, por outro lado, também diminuiu o provisionamento delas para ações judiciais tributárias. "No geral, os bancos estavam provisionados acima desse valor, então houve aumento do lucro", comentou. "Provisão é despesa, mas reversão de provisão é receita", completou.
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Basileia 3
Meirelles avaliou ainda que o Sistema Financeiro Nacional terá pouca pressão para se adaptar aos requisitos de Basileia 3 até 2019. De acordo com o Relatório de Estabilidade Financeira, o sistema como um todo não precisaria de capital adicional para adotar já hoje todas as regras do novo modelo, sem precisar desse período de transição.
"Mas isso não é homogêneo dentro do sistema", ponderou Meirelles. Apesar disso, de acordo com ele, somente 4 dos 135 bancos do País precisariam de capital adicional hoje para adotar completamente os requisitos de Basileia 3. "Essa necessidade somada é de R$ 10 bilhões, equivalentes a 60% do lucro dessas instituições em um ano. Ou seja, com retenção de lucro de um ano, elas já conseguem preencher esse requisito", completou.
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Ambiente global
Para o diretor de Fiscalização do BC, o primeiro semestre de 2014 continua com ambiente global desafiador. Durante divulgação do Relatório de Estabilidade Financeira nesta manhã, ele repetiu a fala do presidente da instituição, Alexandre Tombini, na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, quando a autoridade defendeu que o País e o mundo passam por um momento de transição.
Segundo Meirelles, a mudança na política monetária nos Estados Unidos tem trazido volatilidade aos mercados emergentes e a dinâmica de preços, moedas e juros está ligada à comunicação do Federal Reserve (Fed, o BC dos EUA). "Não vejo elementos domésticos predominando", disse. "O comportamento do Brasil está muito semelhante ao de outras economias parecidas, talvez um pouco melhor", defendeu.
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