Economia

Juros do cartão de crédito atingem maior nível em 16 anos, segundo a Anefac

Assim, quem tem uma dívida de R$ 1 mil no cartão de crédito e não consegue quitar o débito encerra os 12 meses seguintes devendo R$ 4.040,30

Pedro Henrique Fonseca

Publicado em 10/06/2015 às 18:55

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Ter a dívida multiplicada por quatro em um ano. Essa é a realidade de quem entrou no crédito rotativo do cartão. Segundo levantamento divulgado hoje (10) pela Associação Nacional dos Executivos de Finanças (Anefac), os juros do cartão de crédito passaram de 295,48% ao ano em abril para 304,03% em maio.

A taxa está no maior nível desde março de 1999, quando havia atingido 354,63% ao ano. Assim, quem tem uma dívida de R$ 1 mil no cartão de crédito e não consegue quitar o débito encerra os 12 meses seguintes devendo R$ 4.040,30.

Em relação ao cheque especial, os juros subiram de 205,06% ao ano em abril para 210,44% ao ano em maio e atingiram o maior nível desde janeiro de 2003 (220,06% ao ano). Pela conta, quem entra no cheque especial devendo R$ 1 mil chega ao fim dos 12 meses seguintes com uma dívida de R$ 3.104,40.

As demais modalidades de crédito à pessoa física também registraram aumento nas taxas em maio na comparação com abril. Os juros médios do comércio subiram de 82,90% para 83,94% ao ano. As taxas médias dos financiamentos de automóveis na modalidade CDC, crédito direto ao consumidor, passaram de 27,27% para 28,02% ao ano. Os juros dos empréstimos pessoais de bancos aumentaram de 60,10% para 61,22% ao ano, e as taxas dos empréstimos de financeiras aumentaram de 139,24% para 140,85% ao ano.

A taxa está no maior nível desde março de 1999 (Foto: Divulgação)

De acordo com a Anefac, na média, os juros do crédito a pessoa física encerraram maio em 6,87% ao mês (121,96% ao ano), no maior nível desde junho de 2010 (122,71% ao ano). A taxa média do crédito a pessoa jurídica atingiu 4% ao mês em maio (60,1% ao ano), no valor mais alto desde julho de 2011 (61,03% ao ano).

Segundo a Anefac, além dos recentes aumentos na taxa Selic (juros básicos da economia), contribuíram para a alta nas taxas finais de crédito o maior risco de inadimplência – provocado pelo aumento do desemprego – e a elevação, de 15% para 20%, da alíquota da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido das instituições financeiras. Para a entidade, os juros devem continuar a subir nos próximos meses por causa do cenário econômico do país, com alta inflação pressionando os juros básicos e desempenho ruim do mercado de trabalho.

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